quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

ARTIGO - Cum – pane (Padre Carlos)

 


Cum – pane

 


Como militante fazemos escolhas na nossa vida e uma delas, é definirmos se tomamos decisões individuais ou coletivas. Estas escolhas nos levam a receber todos os ônus e bônus, levando cada individuo a se responsabilizar pelo coletivo, pagando todos os riscos de caminhar no fio da navalha. É muito fácil quando decidimos segundo as nossas necessidades e conveniências, quando decidimos ao nosso favor de forma egoísta e individualista, porque não precisamos acatar nenhuma decisão que somos contrários nem esperar que alguém cumpra em aceitar as minhas certezas e verdades.


Um projeto para mudar o País e tirar milhões de brasileiros da linha de miséria, jamais poderia ser individual e particular. O sonho de toda uma geração que lutou e pagou com a própria vida e que traz ainda hoje no corpo a dor e as cicatrizes da tortura, tinha que ser construídos por varias mãos: Operários, intelectuais, Igreja Progressista e Setores da classe média. Milhares de pessoas que dedicaram os melhores anos de sua vida e sua juventude, para que este sonho utopia se tornasse verdade.

Sabíamos que não poderíamos ser ingênuos e que a nossa revolução não seria com cravos, mas com as armas do inimigo, isto é, participar do jogo democrático e eleitoral com todos os seus viços e contradições. O uso de caixa dois e alianças com setores da burguesia faziam parte deste manual da democracia burguesa.

Durante décadas, os partidos de direitas usaram estas práticas para elegerem e fraldarem as eleições. Suas relações com o empresariado sempre foram promíscuo, como ficou comprovado nos casos da JBS, Aécio, Serra Temer e tantos outros que a justiça brasileira protege deixando caducar seus processos. Setores da direita e os homens de negócios, sempre trataram as coisas publicas como privadas e não permitiriam de forma alguma que houvesse qualquer politica de distribuição de renda.


Foi pensando nestas injustiças que acontecem em nossa terra, que me lembrei das minhas aulas de latim com o Padre Bruno e especificamente de uma palavra que ele gostava muito de citar: cum – pane; o seu significado é comunhão, isto é "o que come do mesmo pão, na mesma mesa". Na Roma antiga, os romanos sentavam juntos na mesa para comer, beber e compartilhar as suas alegrias, tristezas e também preocupações. Esse ato de compartilhar era um momento importante na vida dos cidadãos romanos.

Lembrando estes acontecimentos, passei a escrever este artigo e para tanto, gostaria de chamar atenção dos setores progressista, para não esquecer os companheiros que mesmo encarcerados e doentes, se mantiveram íntegros e não fizeram escolhas pessoais. Viva José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino!

 

 

 

 

 


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