Consumo e a falta de fé escondem o Presépio
Uma das coisas que
chamou minha atenção nos últimos dias foi à constatação que nossa sociedade de
consumo, sabe bem celebrar o Natal e tem uma capacidade de retirar ou esconder
tudo aquilo que possa prejudicar ou tirar o brilho da “festa” por isto, escondem
o Presépio. Como um Deus nascido na extrema pobreza na periferia de Belém pode
incomodar tanto as pessoas? Acredito que é uma forma de esquecer que somos responsável
por tudo isto, que preferimos a árvore de Natal e as luzes da praça Tancredo
Neves ou da Olívia Flores, que agora iluminam nossas ruas, praças e edifícios,
não escapando desta camuflagem, nem o Cristo de Mario Cravo.
É
neste contexto, e talvez por causa dele, que o Papa Francisco publicou uma carta apostólica em que explica
a riqueza simbólica do Presépio. Fez para "apoiar a tradição bonita das
nossas famílias prepararem o Presépio, nos dias que antecedem o Natal, e também
o costume de armarem nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas
praças...".
Encontramos
a génese do Presépio no Evangelho de S. Lucas, relembra o Papa. Tendo Maria
completado o tempo da gravidez, "teve o seu filho primogénito, que
envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na
hospedaria" (2,7). O Presépio recebe o nome da palavra latina
"praesepium", que significa manjedoura.
O
Papa recorda que o primeiro Presépio foi encenado com figurantes vivos, no ano
de 1223, por S. Francisco, numa gruta perto da cidade italiana de Greccio. Além
de explicar os elementos do Presépio, o Papa dá uma devida atenção à mensagem
de pobreza que ele transmite. "Desde a sua origem franciscana, o Presépio
é um convite a "sentir", a "tocar" a pobreza que escolheu,
para Si mesmo, o Filho de Deus na sua encarnação, tornando-se assim,
implicitamente, um apelo para O seguirmos pelo caminho da humildade, da
pobreza, do despojamento".
Padre
Carlos