A bancada da legalidade
As boas intenções estão presentes em equívocos e absurdos, tirando
algumas vezes direitos conquistados legitimamente nas urnas. Como não podemos
ser levianos, vamos tratar este caso como uma das muitas besteiras que um ser
humano pode fazer. Quando o novo presidente da Câmara, Luis Carlos Dudé, solicitou
o advogado Ademir Ismerim para que representasse o prefeito Herzem Gusmão na
posse, com este convite estaria retirando todos os direitos constitucionais da vice-prefeita
Ana Sheila Lemos Andrade e transformava aquela solenidade sem efeito legal. O
vereador Chico Estrella protestou e o presidente Luis Carlos Dudé tentou
controlar a situação.
A intervenção da
Bancada da legalidade que contou também com o vereador Andreson Ribeiro, era garantir a
posse da vice-prefeita Sheila Lemos, do Democratas sem que houvesse interferência
externa ao cerimoniaria. Ao fazer seu discurso de posse como Prefeita em
exercício, Sheila apresentou seu projeto de uma nova era da Política
Conquistense. Ela falou da necessidade do poder municipal ter uma relação
harmoniosa com o Governo do Estado da Bahia e pregou uma política mais voltada
para as comunidades carentes.
Diante do fato que ocorreu na posse dos
vereadores e da Vice Prefeita, não podemos negar que estamos carentes de uma
grande liderança. Assim, entendo a intervenção do Vereador Chico Estrela, como
uma forma de terceirizar o que não conseguimos com nossa ação política. Aliás,
esta é uma falha do nosso campo por ter passado muito tempo lutando contra
governos autoritários, terminamos em determinado momento não sabendo
diferenciar oposição de esquerda e terminamos deixando que outros quadros
assumam o papel que lhe cabe, o que precisamos entender já no inicio desta
legislatura é que não existe vácuo no poder ou na liderança, se alguém da
esquerda não assumir, outra pessoa vai ocupar esse espaço’.
Quando levanto estas
questões, quero dizer que sinto falta no nosso campo de uma liderança política
com capacidade de colocar-se à frente dos processos políticos, conduzindo-os e
fazendo-se seguir por outros indivíduos. Este quadro precisa ter percepção do
momento histórico em que se vive a elevada consciência das circunstâncias, a
perspicácia de ação, e habilidades de relacionamento que levam à persuasão de
um amplo grupo; por fim, um militante que não seja uma coreia de transmissão da
sua tendência ou agrupamento. De uma forma geral, políticos com estas
características estão em falta no mundo inteiro e sua ausência se sente no Brasil
e de um modo particular em nossa cidade.