segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

ARTIGO - Nossos “Supremos Erros” (Padre Carlos)

 


Nossos “Supremos Erros”

 


Não podemos negar, que em todo governo há bem e mal. Sabíamos dos riscos que uma coalizão partidária poderia causar ao nosso projeto. A história não segue uma estrada, perde-se em milhões de caminhos que nem à distância conseguimos mapear. Há certo e errado, não há uma caminhada para o bem. Vejam quantos avanços o nosso governo proporcionou a este país em quatorze anos de governo. Mesmo assim, precisamos aprender com o passado a não cometer os mesmos erros no futuro.


Na expressão popular: Colocar o dedo na ferida é tocar em um assunto delicado e muitas vezes para proteger a direção partidária, não mencionamos de forma clara que cometemos alguns erros e que alguns destes foram decisivos para o desfecho desta trama. Não estamos militando no Partidão da década de cinquenta quando todas as decisões eram centrada na “infalibilidade” do Secretário-geral e no “culto à sua personalidade” Uma das características do culto à personalidade é a crença na infalibilidade do líder. Todos nós somos passivos de erros e o próprio Lula já disse isto.

 Assim, entendo que já passou da hora de levantarmos algumas questões que sempre ficaram como tabu e não foram ainda reconhecidas como erros no nosso governo, por isto vamos enumerar algumas delas:

Ao descuidarmos das indicações para Ministros do Supremo abrimos mão de qualquer tentativa de buscar na justiça uma política de retaguarda na legalidade.

Estava sob-responsabilidade da Presidência – a indicação de vários cargos na Polícia Federal e a indicação do Procurador Geral da República e colocamos nas mãos de sindicatos e associações corporativas, ligada a direita e a um grupo que se acha donos do Estado.

         Fomos coniventes e imprudentes na indicação de nomes do centrão que sabíamos que tinha um currículo nada republicano para os cargos na Petrobras.

Mais que isso, cometemos dois erros fatais: na indicação da  sucessão de Lula e ao abrir mão de não colocar nosso maior líder para concorrer nas eleições de 2014.

São estes Supremos Erros, que motivaram e me deixaram incômodo quando percebi que o Supremo tem ampliado cada vez mais uma ação exorbitante das suas competências. Passou do ativismo e da militância para um autoritarismo judicial e contra este não temos a quem recorrer.


O PT precisa entender que o grande problema de errar, é ver nos erros um fracasso de onde nenhuma lição se pode tirar. Foram os  nossos erros e acertos, que tiraram milhões de brasileiros da linha da miséria e deu dignidade a este povo. Muitas vezes nos apegamos tanto aos erros, que passamos a vida tentando corrigi-los sem nunca parar para pensar o que podemos aprender com os erros e como acertar da próxima vez.

 

 

 


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