Falta à oposição
capacidade de dialogar!
Os partidos de oposição da nossa
cidade se dividem entre os que fazem contas (e sabem que são minorias) e os que
fazem de conta (e acham que ainda é maioria naquela casa). O futuro está com os
primeiros. Mas se querem ser democratas, precisam convencer seus pares a
acreditar na aritmética e na exatidão de seus números.
Precisamos juntar forças e
construir um discurso que possa nos conectar com o povo. Que possamos
sair do isolamento não só do parlamento, mas em relação aos sentimentos da
população, não podemos perder a capacidade de refletir com lógica e construir
entendimento.
Desapareceu a política de
combinar ideias e sonhos, o que prevaleceu, foram às equações de uma leitura da
realidade do poder e da conjuntura eleitoral que não se confirmaram. Alguns
grupos se uniram na defesa da sua sobrevivência esquecendo-se do conjunto e que
unidos poderíamos ter avançado muito mais; outros optaram pela frieza das
equações sem respeito à opinião da população. Desapareceu o diálogo entre
os grupos: o sectarismo político e a voracidade dos mandatos e dos cargos
executivos não deixaram a política formular alternativas que permitissem
construir o futuro justo e sustentável com o apoio do povo.
Esta eleição foi um exemplo. Não
houve diálogo que permitisse uma convergência entre as lideranças e coordenação
e seus eleitores: alguns se apegaram aos dados que representavam um momento
eleitoral para vender ilusões; outros se apegam aos números sem convencer a
população de que uma candidatura exige consenso; outros não aceitaram ficar de
fora; grupos (e quando falo isto não me refiro partidos) que se consideravam
oposição se transformam em conservadores na defesa dos seus interesses.
Sem construir uma frente com
setores que abandonaram o nosso projeto, estaremos vendendo ilusões da nossa
capacidade de vitória provocando a falência da unidade de uma frente
democrática na nossa cidade; sem o convencimento, estaremos abrindo mão da
democracia.
Sem uma unidade que o momento e o
futuro exigem as forças democráticas da nossa cidade, caminharão para uma
catástrofe como aconteceu nesta eleição.
Sem a unidade necessária ou umas
alianças sem convencimento, a população vai sofrer não só estes quatro
anos que virão, mas décadas, porque os políticos de hoje não estiveram à altura
do momento, foram incapazes de casar ideias com equação, responsabilidade com
liderança.
Padre Carlos