O problema de Lula não
é o mel, são as abelhas
Não podemos negar que Lula é um dos maiores
estrategista político que este país já conheceu, mas isto não lhe credencia a
brincar de roleta russa quando flerta com o centrão e as forças que entregaram o
país ao capital estrangeiro e colocaram o Brasil nesta situação que se encontra.
Peço licença ao estimado leitor para explicar através de uma analogia o que eu
quero dizer: vocês sabem o que é que a colméia faz quando a rainha não está em
condições de cumprir a sua função? Coloca-se toda em cima dela, fazendo
aumentar insuportavelmente a temperatura, até que ela acabe sufocada. Qualquer semelhança entre as
articulações de Lula e o Impeachment de
Dilma Rousseff, não é mera coincidência nem tampouco uma repetição farsesca da
história.
A direita está agonizando devido a suas escolhas e nesta
agonia, o país assiste o candidato da esquerda entregar-se à sua Síndrome de Estocolmo: preferir o centrão
e seus caciques regionais tem o simbolismo de identificar com seu
raptor ou de conquistar a simpatia do seqüestrador. Por isto, podemos dizer que
consideramos estas articulações como uma doença psicológica aleatória.
Todas as sondagens mostram que a direita toda somada não chega sequer às
intenções de voto da esquerda, por isto entendemos que estes acordos podem
levar o país a reviver o consocio que se formou entre as estatais e o aparelho
do governo.
É neste contexto que ressurge a vocação do PT e do
centro esquerda: ser pragmática. Mais uma vez estamos prestes a vê estas correntes adequar seus interesses em prol de um pacto e da
governabilidade, defendido no calor do ativismo político e dos interesses dos
profissionais que a “esquerda” formou ao longo destas duas décadas conciliar
com o mercado e a burguesia nacional.
Sabemos que não será possível devido a correlações de
força no Congresso, fazer tudo o que se deseja o que implica em, às vezes, ter
que realizar o que não pretende. O que não sabemos neste período pré-eleitoral
é o que teremos que abrir mão? Como diz o poeta: “Em tenebrosas transações.”
É o pleno exercício da renúncia, que seu líder está
materializando em favor de uma sociedade menos turbulenta. E
isto desculpe os militantes mais exaltados, num país cada vez mais pobre, cada
vez mais corrupto, onde se morre cada vez mais (e não estou falando de mortes
por Covid19) e onde se faz fila para receber ossos, é coisa que não se
compreende. Ou melhor, compreende: prometendo distribui "privilégios"
imediatos a um rol de clientelas que tem voto, o PT vai assegurando o seu
retorno ao poder.