Os
cristãos e a política
A democracia, como disse Churchill, "é a
pior forma de Governo, à exceção de todos os outros já experimentados ao longo
da história". É mesmo um sistema que permite eleger aqueles que tudo farão
para destruí-la.
Hoje, diante das propostas políticas apresentadas a sociedade por certos
candidatos, por mais que não queiramos ser maniqueísta e engrossando o couro
daqueles que buscam dividir a sociedade entre bons e maus, puros
e impuros, não podemos fechar os olhos para a realidade, a pergunta do
Evangelho é constantemente devolvida aos nossos ouvidos, e neste tempo, de
forma mais aguda: diante destas injustiças, de quem é que me faço próximo?
Nestes momentos de crise e de falta de utopias e esperanças, temos o habito
de buscar salvadores da pátria e paladinos da verdade para resolver os nossos
problemas, como se buscássemos um pai ou um protetor. Eles dizem o que queremos
ouvir e apresentam soluções fáceis para todos os problemas da nação. Propõem-se
a resgatá-la das mãos dos corruptos, dos bandidos, dos subsídio-dependentes e
dos preguiçosos que vivem à custa de quem trabalha. Estes discursos e estas
propostas terminam encantando as massas que não suportam mais o fardo pesado
que colocaram nas suas costas. Para conseguir a atenção do povo estes políticos
fazem de tudo, nem que para isso tenham de recorrer às falsas notícias, as
meias-verdades ou até às mentiras completas.
Quando chegam ao governo, terminam agarrando-se ao poder, pondo em
cheque as instituições democráticas e promovendo a narrativa de uma vitória que
lhe foi roubada de forma fraudulenta. Desta forma, milhões de americanos acreditaram
nas falsidades que Trump e seus seguidores difundiram através das redes
sociais. Muitos deles, incendiados pelas suas palavras, lançaram-se nesse gesto
insano do assalto ao Capitólio, numa tentativa desesperada de impedir o colégio
eleitoral de ratificar a vitória de Joe Biden.
Dependendo da conjuntura e da frágil democracia que se apresentam nestes
momentos de crises política e econômica, muitas vezes estes políticos conseguem
os seus intentos. Foi o que aconteceu com Bolsonaro. Outras vezes, o sistema
democrático tem uma forma admirável de correr com eles: o voto. É o que as
pesquisas vêm sinalizando e mesmo sem credibilidade, as emendas e o orçamento
falam mais auto no nosso Congresso.
É lamentável que líderes católicos brasileiro, apoiam este governo e
tudo o que ele representa. Estas iniciativas só comprovam que a Igreja e o
Brasil já estão infetados pelo populismo. Diante disto, precisamos criar uma
frente democrática de cristãos de várias denominações (católicos, metodistas,
evangélicos, anglicanos e presbiterianos) unirmos com o objetivo de criarmos
gesto ecuménico, em consonância com o oitavário de oração pela unidade dos
cristãos e assim criarmos dentro da política um ambiente com valores de fé e
cristão.