Precisamos
Virar a Página da Triste Era Bolsonaro
Uma das
tristes pagina da nossa história tem sido esta pandemia e as políticas que
foram adotadas no sentido de combatê-las.
Neste momento, uma das mais condicionantes no dia-a-dia dos brasileiros,
por isto não se pode negar que ela é o fenómeno que mais impactou no nosso
bem-estar e na nossa qualidade de vida. Mas existem muitos outros problemas que
o fim da pandemia não fará terminar. São crónicos, estruturais, profundos. E
virar a página também implica resolvê-los. 2022 têm de ser o ano de virar a
página! Para bom entendedor, meia palavra basta.
O nosso
sistema democrático tem vários desafios pela frente para evitar uma crise a curto
ou médio prazo (que será efetiva se tudo continuar como está). A ascensão dos
movimentos populistas, a corrupção, a falta de transparência, a ineficiência do
Estado, a crise de representação e a consequente fraca participação cívica e
eleitoral são alguns desses problemas.
Um governo de centro tendo com base a unidade
popular dependerá inteiramente da vontade dos brasileiros e do voto útil,
aquele que irá virar a página da triste era Bolsonaro. Um voto de protesto nos
partidos de esquerda e de centro terá consequências úteis, porque levará a uma
estabilidade política e será fundamental para governabilidade e ajudará aprovar
as reformas necessárias.
Temos que
ter em mente que uma frente com a direita, e certos partidos de aluguel, é um
preço demasiado elevado a pagar. Até porque o futuro governo, ao contrário do
que acontece hoje, precisa formar as alianças através de um programa de governo.
Desta forma, os brasileiros não devem esperar malabarismos de retórica. O que é
dito hoje, amanhã também será válido.
Um estado
democrático saudável precisa ter os seus pilares bem cuidados. A Saúde, a
Educação, a Justiça e o combate à pobreza têm de ser o objetivo central, para
garantir o livre e universal acesso dos cidadãos e a justa promoção do bem-estar
social. Hoje, estes pilares estão esquecidos e precisam de reformas efetivas
que os tornem mais eficientes, de forma estrutural.
Não podemos
continuar com estas políticas de remendo, limitadas na ação, no tempo e no
espaço. É preciso escolher quem nos garanta um projeto coerente e estável,
capaz de perdurar para além das conjunturas e arranjos políticos.
Por isso,
esta aliança precisa ser composta por uma estratégia de longo prazo que tenha
identidade nestas áreas. Pela sua visão de futuro e não por uma ação
conjuntural.
Para
sermos melhores temos de mudar. E para mudarmos temos de observar os erros,
assumi-los e ser mais exigentes. Conosco e com quem está governando com a gente.
Falta-nos,
muitas vezes, a audácia de ambicionar e a coragem de exigir.
Mas, sem
coragem, nunca viraremos a página.
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