sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

ARTIGO - Uma Igreja com dinamismo sinodal (Padre Carlos)

 



Uma Igreja com dinamismo sinodal


 

Poucas pessoas tomaram consciência que este ano que se inicia, traz em seu bojo o germe da transformação ou poderíamos dizer o sopro da renovação da Igreja. Estamos falando do Sinodo que promete e os efeitos das posições tomados nos últimos anos.

A Igreja e os cristãos de um modo geral começam 2021 uma nova dinâmica sinodal, a qual o Papa Francisco convidou de forma solene em Roma nos dias 9 e 10 de outubro. Não podemos negar que quando o Pontífice convida todas as dioceses do Mundo para assumirem esse dinamismo, ele inverte não só a forma de se preparar o Sínodo, mas a metodologia dentro da própria Igreja.

Mais do que uma nova metodologia de preparação do Sínodo dos Bispos, o Papa quer que a Igreja seja mais sinodal do que clerical. Ou seja: em vez de alguns falarem e os restantes acatarem as determinações vindas de cima, quer que todos possam expressar as suas opiniões e influenciar as decisões que serão tomadas. O objetivo é que, a partir da contribuição de todos, se escute melhor o que o Espírito pede à Igreja.

Até agora era assim: se produzia um documento que Roma enviava às dioceses para ser refletido pelos cristãos, os quais enviavam as suas comunidades para que servisse de reflexão aos bispos no Sínodo. Agora, o Papa pretende escutar todas as pessoas, até fora da Igreja, para determinar os assuntos que serão refletidos pelo Sínodo.

Assim, o documento preparatório do Sínodo não propõe doutrinas, mas dá alguns núcleos temáticos e, sobretudo, indicações para promover essa reflexão, primeiro ao nível local - até agosto de 2022 - e, depois, em todo o Continente Latino Americano - até setembro de 2023. Em Outubro de 2023, acontecerá então, em Roma, o Sínodo propriamente dito, com a participação de bispos de todo o Mundo. Não todos os bispos é claro, se não seria um Concílio, mas representantes de cada conferência episcopal.

Não podemos se ingênuo de achar que uma canetada acabará com séculos de clericalizarão da Igreja, mesmo assim, o ano de 2022 será o início de uma nova Igreja e o primeiro passo desta restauração como forma sinodalidade do seu funcionamento. Este dinamismo que o Papa está suscitando na Igreja levará vários anos até se concretizar. Não é um caminho fácil de trilhar porque não se trata de substituir o autoritarismo pelo parlamentarismo, mas de deixar-se conduzir pelo Espírito. Este não fala só pelos clérigos, mas também pelos leigos. E até sopra fora da Igreja. O primeiro passo foi dado em 2021...

 

 


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