terça-feira, 11 de janeiro de 2022

ARTIGO - Perdemos a direção do norte (Padre Carlos)

 


Um Norte para o Brasil

 



2022 será um ano decisivo! É claro que todos os anos são o seu modo, mas a atual conjuntura nacional e mundial faz o novo ano determinante para a próxima década.

A evolução da covid-19, que deixou de ser uma pandemia transitória como a gripe espanhola, e suas múltiplas mutações, tem sinalizado que ainda vamos conviver mais algum tempo com todas as medidas sanitárias; as eleições presidenciais e a formação de uma frente antifascismo, podendo desembocar em um grande pacto nacional; fazem de 2022 um ano de decisões, desafiante e o que é mais delicado, sob o princípio da incerteza.

Por isso, o título que escolhi para esta coluna explora um duplo sentido dos meus votos para 2022. Precisamos de um projeto que englobe - região, país e Mundo - de um norte, de um rumo de desenvolvimento que introduza visão, solidariedade e uma parceria com nossos amigos do MERCOSUL, num contexto de riscos elevados e fragmentação é fundamental reconstruir o mercado interno e refazer este grande sonho de integração continental. Por outro lado, o Brasil e os países Latino Americano precisam de um Norte forte e lideranças, na sua máxima força empreendedora, institucional e exportadora, para dar a sua indispensável contribuição na retomada da económica, num novo ciclo industrial e na coesão social e territorial.

A realização desta agenda será determinante para darmos uma resposta aos desafios que teremos de enfrentar.

Desigualdade. O que fizermos nestes próximos anos no sentido de apoio aos setores da população vulneráveis definirá a sustentabilidade da nossa qualidade de vida e a qualidade da democracia. Qualificar esta nova geração e reformar o Estado brasileiro para que a maioria da população tenha acesso aos serviços públicos de qualidade são decisivos, para vencer os desafios que esta crise tem causado.

         Esta agenda não se faz sem mudar comportamentos, fontes e consumos energéticos. A eficiência, as energias limpas, a retomada da Petrobras como empresa dos brasileiros, a Eletrobrás como fonte de desenvolvimento e as soluções locais de eletrificação são fundamentais para darmos o pulo do gato.

Desglobalização. O termo entrou no jargão econômico e político. A instabilidade mundial nos fornecimentos de commodities, matérias-primas, energias e tecnologias é uma ameaça e exige a procura de novos mercados e atividades, privilegiando a proximidade do Brasil com os BRICS, e antigos parceiros do médio Oriente.

Descentralização. Precisamos de um Estado mais próximo, mais eficiente, mais barato. O tempo da política está cada vez mais desajustado do tempo das pessoas e da economia real. Informar e esclarecer, combatendo a demagogia, é imperativo. O debate da Reforma do Estado está de volta e precisa alcançar o Ministério da Defesa o Judiciário e o Congresso Nacional. É a reforma-mãe do Estado para que haja verdadeiramente democracia neste país.

 


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