quarta-feira, 23 de março de 2022

ARTIGO - Haroldo construiu a história e, por isso, a história guardará o seu nome! (Padre Carlos)

 


 “Partiu um daqueles homens a quem a morte não devia alcança.”

 


Hoje completa um ano que a esquerda brasileira, o Partido Comunista do Brasil, e o povo brasileiro perderam um dos seus mais consequentes e abnegados lutadores. Por isto, peço licença aos camaradas do PCdoB, para prestar esta homenagem ao velho líder comunista. Acredito que a maior homenagem que poderíamos fazer a Haroldo Lima, é     prosseguir a luta que ele vinha travando contra o fascismo até os últimos dias de vida, sempre com confiança no futuro, pelos interesses e direitos dos trabalhadores, por uma sociedade de liberdade e democracia. Mas além desta perda, colhemos ao longo destes anos várias perdas.

Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo, como disse Emiliano com toda sua genialidade e carinho para perda de outro companheiro, faço destas palavras para toda uma geração que está partindo: “Partiu um daqueles homens a quem a morte não devia alcançar. Um homem bom. Um revolucionário.” Assim ao completar um ano da partida do companheiro Haroldo Lima e a morte de Zanetti no início deste mês, me chamaram a atenção para este doloroso fato: a geração que fez a diferença está partindo. Minha dor está em constatar que além da perda a certeza que esta nova moçada não está sendo capaz de produzir novas narrativas utópicas. Somos todos prisioneiros do presente e das suas dinâmicas.

A música do compositor cearense poderia servir, perfeitamente, como o nosso pano de fundo para analisar o percurso da geração que lutou contra o regime militar e numa viagem no tempo, fazer esta travessia do passado para o presente.

Como resgatar a nossas lembranças como seria uma abordagem junguiana da nossa memória coletiva e histórica, através do retrato de uma geração da qual fizeram parte muitos dos líderes estudantil e operário, de uma juventude forjada no movimento político.

A geração da utopia era constituída por estudantes de uma elite e da classe média que se encontravam nas metrópoles, muitos dos quais vivendo em residências estudantil e apesar da militância não traduzir na verdade um rompimento de classe lutavam por democracia e todas as bandeiras que levaram ao fim do regime. Eram jovens promissores que pretendia através da profissão que assumiria fazer a diferença, mesmo fazendo parte da elite local. No entanto, parte desta geração tinha ambições de natureza sociopolítica completamente diferente da sua classe e foi este universo coletivo, que incorporado aos novos movimentos operário, passaram a fazer parte de uma nova narrativa para o país. Assim, fizeram dos seus sonhos uma utopia política. Estes jovens, já tinham mergulhado em lutas que não eram a via democráticas e aprenderam da forma mais cruel e dolorosa que a democracia era a via transformadora.

          A construção de uma esquerda, o movimento sindical e popular, a luta pelas diretas e o fim da ditadura, tiveram o papel de carregar, este lastro utópico, no sentido de um país mais justo e livre para todos os brasileiros.

          Decorridos tantos anos do fim do regime militar, observa-se que essa mesma geração da utopia está deixando a arena depois de combater o bom combate e os novos quadros da esquerda, não estão sendo capaz de produzir novas narrativas utópicas. Dando, sim, lugar a uma geração sem compromisso com seu passado, perdendo, deste modo, um referencial de luta e protesto, uma motivação para o enfrentamento com os regimes.

          Diante disto, podemos considerar que a maior tragédia da geração atual é receber uma realidade presente sem espaço para utopias, porque as necessidades materiais imediatas passaram a determinar as nossas ações presentes.

        Em suma, o discurso presente, marcado por uma visão sustentada por um tom utópico, é descrito como sendo irrealista e fora da realidade concreta. Ou seja, deixou de se alimentar uma possibilidade de futuro utópico porque somos todos prisioneiros do presente e das suas dinâmicas. Concluindo, as utopias que nortearam nossas ações são lembranças destes jovens que se despedem do picadeiro da vida e esperam que tenhamos força para dar continuidade as suas lutas.

 

    Padre Carlos

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segunda-feira, 21 de março de 2022

ARTIGO - Fez um mês da rebelião na Penitenciária Lemos Brito (Padre Carlos)

 



Tornamos-nos a mão destes carrascos quando não denunciamos




 

Ontem dia 20 fez um mês da rebelião de detentos do Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, começou após uma briga entre membros de facções criminosas rivais, na Penitenciária Lemos Brito, que fica na unidade prisional. Ao menos cinco internos morreram e outros 18 ficaram feridos. Estes acontecimentos era o suficiente para que o estado que é o grande responsável por estas vidas, tomassem providencia para que jamais se repetisse tal barbárie.
            Não podemos tampar o sol com uma peneira, infelizmente, temos que admitir que o sistema carcerário esta falido, superlotado e entranhado pela corrupção e dominado pela disputa de poder entre facções criminosas; são poucas as medidas que tentam, de fato, resolver o problema. Assim, nos tornamos a mão destes carrascos ao fechar a todo o momento os olhos e não denunciamos os verdadeiros responsáveis, aqueles que tinham o poder de evitar. Sabíamos do histórico de rebeliões nos presídios do nosso estado, no entanto não fizemos nada e a nossa inercia misturada com a nossa omissão, levaram mais uma vez, a testemunhar a falta do estado nestes acontecimentos que levaram estas cinco mortes. .
            O mesmo estado que a um mês condenou cinco pessoas à morte, protege com todo o rigor da lei os transgressores bem-nascidos e a elite política e econômica. Cuidamos bem da elite que vai parar atrás das grades, sempre com a esperança que ela possa retornar ao convício social como se nada tivesse acontecido.
            Já com os “Josés” e as “Marias” de sempre a coisa é diferente. Não queremos ressocializar ninguém. Para que mesmo vamos dar mais uma chance para aqueles que não merecem ter oportunidades, pois nasceram pobres e pobres devem morrer. Assim é a política bolsonaristas que tem tomado conta de uma parcela da sociedade: “bandido bom é bandido morto”.

          Desta forma, nosso modelo de masmorra medieval que é aplicado, serve bem, pois lá se pratica toda sorte de castigos corporais e mentais. Lá se aniquila aos poucos, e com requintes de crueldades, aqueles que nos achamos que, afinal de contas, merece mesmo isso tentar retomar o controle das cadeias.

            Como Padre e coordenador da Pastoral Carcerária, tive a oportunidade de visitar vários presídios e constatar que existe na verdade uma reprodução de um modelo que é nacional. Vimos que a questão carcerária não é parte das políticas públicas de segurança e que os presídios são a válvula de escape para quando todo o resto falhar.

            O governo parece dizer que não temos direitas as políticas públicas nas áreas de educação, saúde e moradia e se a falta desta política falharem, pois sempre teremos as masmorras para atirar os que o Estado não conseguir atingir com seu enorme braço.

 

Padre Carlos

 


domingo, 20 de março de 2022

ARTIGO - Marília Arras fica no PT (Padre Carlos)

 


Coração partido, partido de coração

Os que têm coragem serão vitoriosos e os covardes jamais alcançarão o respeito e a vitória.



 

     Quando tomei conhecimento pela imprensa neste domingo que Marília Arraes teria dobrado o PSB e permaneceria no PT como candidata ao Senado, me lembrei na hora da história do jovem pastor de ovelhas israelita que derrotou um guerreiro gigante, experiente e fortemente armado usando apenas uma funda. Poderíamos muito bem invocar a luta de Davi contra Golias como metáfora para a luta travada por esta guerreira contra sua família e os caciques do PT, assim, sempre que existir a possibilidade de alguém ou um grupo mais fraco vencer adversários grandes e poderosos, merece ser lembrada. Contudo, na maioria das vezes, ela só é usada como narrativa motivacional ou, no contexto religioso, apenas para dizer que Deus ajuda e dá a vitória aos que creem. Mas há, também, uma lição estratégica fundamental embutida na história que pode ser bastante útil para ajudar a pensar nossa ação na atual conjuntura política.

Quem está de fora desta briga não entende qual a motivação de tanta discórdia dentro desta família. No centro desta disputa, mais do que uma vaga para o Senado se encontra a luta pelo legado do avô, ambos reivindicam para si a legitimidade para carregar a herança de Miguel Arraes. Justamente o “Dotô Arraia”, conciliador por natureza, que compôs com praticamente todas as forças políticas é alvo desta disputa.

A possibilidade de entregar sua prima para os braços da oposição e dividir de forma imprevisível a família, fez com que, João Campos (PSB), viajasse a Brasília para uma reunião com os dirigentes do PT Nacional e o PSB. O encontro da cúpula teve como objetivo avaliar o estrago que a saída da deputada causaria a base aliada em todo o front, assim conhecendo a força e reconhecendo que o estrago seria grande não só para Lula, mas também para o governo do PSB, informou a direção da Frente, que os socialistas aceitavam a indicação de Marília Arraes para a vaga de Senado pelo PT, na chapa majoritária. Como resultado das conversas, Marília Arraes ficará no PT e será candidata ao Senado na chapa de Danilo Cabral (PSB).

As disputas internas dentro dos partidos sempre existirão, o que não se entende é a injustiça que estavam fazendo com esta mulher. Se Marília tivesse medo de enfrentar toda estrutura de poder que tentavam ofuscar seu brilho, este sentimento teria inibe suas ações. Ela venceu porque não teve medo de enfrentar os desafios com coragem.

A lição que esta mulher nos proporcionou hoje diz muito para alguns dirigentes partidários: os que têm coragem serão vitoriosos e os covardes jamais alcançarão o respeito e a vitória.


sábado, 19 de março de 2022

ARTIGO - “Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.” (Padre Carlos)

 


“Não posso deixar de escrever… nem de amar.”

 


 

 

Acredito que todos gostariam de escrever um pouco sobre suas vidas, sua história e estória que marcaram sua trajetória neste mundo e como diz o filósofo: “Foram à soma de todos os sim e não que demos ao longo da nossa vida que  constituiu a pessoa que sou hoje”. Como não fujo da regra deste desejo dos pobres mortais, vou tentar colocar um  pouco  destas minhas façanhas, na esperança que alguém um dia ao ler esta crônica possa assim lembrar um pouco deste sonhador e caminheiro. 

  Quando falamos das nossas vidas passadas e quando falo vidas me refiro as suas fases, temos que entender que as lembranças e saudades de pessoas e épocas se entrelaçam com pitadas de nostalgia. Por isto, peço ao leitor que tenha um pouco de paciência, pois não posso separar quatro coisas nesta caminhada: a família, os amigos, a Igreja e a Política; foram eles que em parte constituíram e conseguiram forjar o homem que me tornei. O meu destino é feito de paixões, entregas, êxitos e perdas; não é fácil contá-lo em duas ou três  frases. Suponho  que em todas  as histórias de vida há acontecimentos nos quais nossa sorte muda e em decorrência disto, nossas vidas seguem outros rumos.   Na minha isto ocorreu diversas vezes, mas um dos acontecimentos mais definitivo talvez tenha sido minha militância no movimento estudantil no período de chumbo. Outro fato importante foi conhecer uma Igreja que se abria para os pobres através dos padres Jesuítas, cheia de carismas e aberta para o mundo. 

Sei que em algum lugar, perdido no passado tive outras vidas, seja na Pituba ou no Nordeste de Amaralina, da Paróquia Santo André; com muitas histórias, sonhos e amores. Conheci tanta gente, aprendi e ensinei muitas lições que foram de certa forma, cravadas em minha alma. Como um jovem de periferia, tinha vários caminhos, alguns de luz, outros de trevas. E hoje, visitando minhas memórias, reencontro antigas amizades e velhos amores, formados num passado longínquo. E vou resgatando laços afetivos construídos durante minha existência nesta vida. Almas perdidas que tema de toda forma nas minhas memórias se reencontrar e embora seja fruto das minhas lembranças, querem ganhar asas. A nossa memória está condicionada pela emoção; recordamos mais e melhor os acontecimentos que nos comovem, como o reencontro de um grande amor, a dor de uma morte próxima ou o trauma de uma perda.  Não sei qual foi minha motivação, acredito que tenha sido o amor, porque só ele nos salva da loucura do egoísmo, da violência, da injustiça, do descaso com a verdade. Só o amor nos salva da ignorância e da maldade.

“Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura”. Guimarães Rosa. Se estou escrevo alguma coisa que foge das redações política, talvez seja este velho coração transbordando de paixão, como disse Isabel Allende, “não posso deixar de escrever… nem de amar.”

Durante muitos anos tinha a sensação que meu coração estava dividido entre Salvador e Vitória da Conquista, entre meus amigos de infância e juventude e os que conquistei na fase adulta. Ah! Amigos, como vocês foram e são importantes na minha caminhada. Guimarães Rosa tem uma frase que tem muito haver com o que estou sentindo: “Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.”

Assim, aceitando Vitória da Conquista como parte da minha vida, ela se tornou meu Porto Seguro, meu Monte Tabor, onde pude também formar novos laços, conhecer novas pessoas, viver novos amores. E assim fui modelando o meu espírito, sempre na busca do aprendizado, da evolução.

 

Padre Carlos 

  

 


sexta-feira, 18 de março de 2022

ARTIGO - Marília Arraes deixa PT não à luta! (Padre Carlos)

 


Marília Arraes deixa PT não à luta!

 


Não. Não vou falar que Wagner e Rui tinha um projeto, mas esqueceram de combinar com a base petista e com os aliados. Não vou falar que João Leão o candidato a senador de ACM Neto.

 Não vou falar que Wagner abriu mão de ser candidato. Também não vou falar que os projetos pessoais quase levaram entregar a hegemonia da frente para o PSD e só não conseguiram porque o senador Otto não aceitou.

Não vou falar em nada disto porque as crônicas estão cheias destas constatações, os comentários a respeito destes assuntos proliferam, as análises sobrepõem-se e resta aguardar que as escolhas do governador se confirmem e esperar que a realidade das coisas nos surpreenda.

         Hoje eu quero falar de outra estrela: MARÍLIA ARRAES. Marília, cuja candidatura é defendida em grande parte pela juventude e por mulheres do PT, tem além do nome forte as pesquisas a seu favor não conta com o apoio dos dirigentes nacionais. Esta heroína ao tomar talvez a decisão mais dolorosa da sua vida, sabia que uma aliança do PT e o PSB hoje, significaria sair desse processo de aliança com as bases e os movimentos populares de forma violenta, romper com nossa militância. E isso ela jamais poderia admitir. Uma aliança agora, neste momento, seria esmorecer. E seria uma conta muito mais alta do que para os próximos quatro anos. Significaria estar do lado mais frágil da história. E essa conta nem ela e nem vocês merecem pagar.

Mas o que esta mulher tem de tão forte que desperta carinho, amor, admiração e ao mesmo tempo inveja e ódio? Política não se faz perdoando ou com mágoa e ela sabe disso, é uma questão de coerência, por isto, mesmo apaixonada pelo PT, foi obrigada a deixar o partido para poder continuar sonhando.

Eleita duas vezes vereadora pelo PSB, a neta de Miguel Arraes deixou o partido em 2013 e se filiou ao PT em 2016, brigando e condenando a família por ter se aliado a Temer e aos golpistas, quando foi eleita pela terceira vez para a Câmara Municipal de Recife já pertenciam às fileiras do partido. Quando a vereadora foi lançada como pré-candidata ao governo estadual, mas teve sua candidatura barrada pela direção nacional do PT em um acordo que garantiu a neutralidade do PSB na eleição presidencial, ela entendeu e esperava que o partido e suas lideranças entendessem a dor e a frustração que ela e seu grupo tiveram que passar. Como analista posso dizer que torcia para que Marx não tivesse razão e assim, ao repetir a história ela soou como farsa. Mas será mesmo que a história se repete?

A Deputada Marília Arraes, ao deixar o partido para disputar a vaga do Senado, ela sabe que as forças ocultas dentro do PT e sua família que se encontra no PSB, jamais permitiriam que ela se projetasse como liderança nacional. Por isto, pretende disputar a vaga no Senado ou governo do estado, o que não ocorreria se ainda estivesse pertencendo às fileiras do Partido dos Trabalhadores.

Foi doloroso para ela descobrir que seu maior adversário neste momento não estava entre a família que ela teve que deixar para defender o PT, mas estava dentro de seu próprio partido.

 

 

 

 


quarta-feira, 16 de março de 2022

ARTIGO - Wagner e Rui tinha um projeto, mas esqueceram um detalhe: combinar com a base petista e com os aliados. (Padre Carlos)

 


Como diria Garrincha: “Tá legal, seu Wagner… mas o senhor já combinou tudo isso com os russos?”

 


         O imbróglio que se formou em torno da definição da chapa majoritária, do PT na Bahia, está longe de chegar ao fim. Depois de ter ouvido a reportagem em que o vice-governador deixa claro o motivo do rompimento com o PT e quem na verdade foi o grande responsável pela implosão da aliança entre os dois partidos, me fez escrever este artigo. Na verdade o problema foi à falta de transparência nas negociações e a certeza que as correntes internas e os partidos de esquerda da base aceitariam a proposta acordada pela cúpula, mas esqueceu um detalhe: “Tá legal, seu Feola… mas o senhor já combinou tudo isso com os russos?” Não combinou com as bases.

Nesta segunda-feira (14), o PP oficializou o rompimento da aliança de 14 anos com o Partido dos Trabalhadores na Bahia. Para alguns petistas isto foi motivo de alegria e comemoração, para quem conhece política, isto é motivo de preocupação. As alianças se parecem muito com uma relação amorosa.  Não são poucas as pessoas que se dizem apaixonadas e vivem enchendo o par de elogios, inclusive publicamente e nas redes sociais, se transformarem completamente depois que o namoro ou casamento acaba, partindo para críticas, comentários pejorativos, indiretas e até chacotas. Assim, as alianças têm muito destes comportamentos. Desta forma, devemos ter mais consideração pelos partidos da aliança e entender que uma relação de quatorze anos não termina em uma semana. Tanto é verdade que o vice-governador João Leão, presidente do PP na Bahia, garantiu nesta terça-feira (15) que, independente da chapa na qual esteja, quer manter o apoio ao ex-presidente Lula (PT) na disputa eleitoral de 2022.

Na verdade, o PP alega que houve uma quebra do acordo, que seria da seguinte forma: Otto Alencar deixaria o Senado para concorrer ao governo estadual; Rui Costa tentaria a vaga no Senado com grandes chances, e, o vice João Leão assumiria no entre abril e dezembro, encerrando a carreira como governador. Este fato levou João Leão (PP) a entregar uma carta onde pediu ao governador Rui Costa (PT) a exoneração do cargo de secretário do Planejamento da Bahia, que acumulava concomitantemente ao de vice-governador.

Isto tem levado a militância achar que estão livres de fazer alianças com o centro e a direita e falam aos quatro cantos que o PP esta dividido, que a maioria dos prefeitos acompanhará o governador.  Tem pessoas que choram porque as rosas têm espinhos. Tem outras que ficam contentes porque os espinhos têm rosas. O que está rachado, a base do governador e sua aliança de 14 anos ou o PP. Tudo é uma questão de ponto de vista. Depende do ângulo que você vê a questão.


domingo, 13 de março de 2022

ARTIGO - João Leão o candidato a senador de ACM Neto (Padre Carlos)

 


Em política os erros não tem perdão



 

 

             Se existe uma arte que não perdoa erros, esta com certeza é a política. Digo isto, porque nem todos sabem honrar compromissos, manter amigos, respeitando e tendo consideração. Por isto a arrogância e a autossuficiência dos dirigentes do Partido dos Trabalhadores quando em um programa de rádio na capital baiana anunciou as alterações na chapa majoritária sem discutir ou pelo menos comentar primeiro com a base aliada, além de um erro primário, deixa dúvidas se realmente o partido que se diz pragmática, quer realmente continuar governando o estado.

 

 Com este comportamento pensei quais seriam os verdadeiros motivos que levaram o senador Jaques Wagner, a cometer esta garfe e se seu objetivo era mesmo manter a base do governo unida? Quem tem décadas de vivencia no meio político e capacidade de negociar, saberia que aquela fala não condiz com quem tem a tradição de sentar para negociar com os que têm “fome de leão”.

 

Mesmo sabendo que não é de hoje que as articulações do deputado federal Cacá Leão, tenciona deixar Rui e passar para a base do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), não tivemos cuidado e agora vamos pagar caro. Cacá cultivou entre os correligionários o desejo de abandonar o barco e agora conseguiu porque o velho Leão tem uma visão acumuladas de anos e enxergou uma fragilidade do PT e a falta de liderança com a saída dos dois senadores das disputas.

Quando Neto seduz os Leões, ele leva em conta dois fatores: primeiro que a União Brasil ou o antigo DEM é um partido com pior índice de evolução nas prefeituras baianas nas últimas cinco eleições; já o PP é o segundo partido no estado com o maior número de prefeitura. O segundo está relacionado com a necessidade que ACM Neto tem de deslocar a base do seu adversário para conseguir vencer. Assim, o Neto da cabeça branca segue a cartilha do nosso pensador italiano que ensinava que o príncipe audaz deve tentar “dividir para governar” (ou reinar). “Divide et impera” – orientava-o.

 

O primeiro erro de Rui e Wagner foi achar que a direita na Bahia estava morta, ao ponto de ser ingênuo e querer abrir mão da hegemonia na frente. Isto só não aconteceu porque o senador Otto (PSD) não aceitou. Precisávamos do PP, como precisamos do PSD, e seria natural sentar para negociar, o que os lideres petistas não poderia ter feito era entrar em campo com um time reserva e querer que sua torcida batesse palma.

 

 

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...