sexta-feira, 18 de março de 2022

ARTIGO - Marília Arraes deixa PT não à luta! (Padre Carlos)

 


Marília Arraes deixa PT não à luta!

 


Não. Não vou falar que Wagner e Rui tinha um projeto, mas esqueceram de combinar com a base petista e com os aliados. Não vou falar que João Leão o candidato a senador de ACM Neto.

 Não vou falar que Wagner abriu mão de ser candidato. Também não vou falar que os projetos pessoais quase levaram entregar a hegemonia da frente para o PSD e só não conseguiram porque o senador Otto não aceitou.

Não vou falar em nada disto porque as crônicas estão cheias destas constatações, os comentários a respeito destes assuntos proliferam, as análises sobrepõem-se e resta aguardar que as escolhas do governador se confirmem e esperar que a realidade das coisas nos surpreenda.

         Hoje eu quero falar de outra estrela: MARÍLIA ARRAES. Marília, cuja candidatura é defendida em grande parte pela juventude e por mulheres do PT, tem além do nome forte as pesquisas a seu favor não conta com o apoio dos dirigentes nacionais. Esta heroína ao tomar talvez a decisão mais dolorosa da sua vida, sabia que uma aliança do PT e o PSB hoje, significaria sair desse processo de aliança com as bases e os movimentos populares de forma violenta, romper com nossa militância. E isso ela jamais poderia admitir. Uma aliança agora, neste momento, seria esmorecer. E seria uma conta muito mais alta do que para os próximos quatro anos. Significaria estar do lado mais frágil da história. E essa conta nem ela e nem vocês merecem pagar.

Mas o que esta mulher tem de tão forte que desperta carinho, amor, admiração e ao mesmo tempo inveja e ódio? Política não se faz perdoando ou com mágoa e ela sabe disso, é uma questão de coerência, por isto, mesmo apaixonada pelo PT, foi obrigada a deixar o partido para poder continuar sonhando.

Eleita duas vezes vereadora pelo PSB, a neta de Miguel Arraes deixou o partido em 2013 e se filiou ao PT em 2016, brigando e condenando a família por ter se aliado a Temer e aos golpistas, quando foi eleita pela terceira vez para a Câmara Municipal de Recife já pertenciam às fileiras do partido. Quando a vereadora foi lançada como pré-candidata ao governo estadual, mas teve sua candidatura barrada pela direção nacional do PT em um acordo que garantiu a neutralidade do PSB na eleição presidencial, ela entendeu e esperava que o partido e suas lideranças entendessem a dor e a frustração que ela e seu grupo tiveram que passar. Como analista posso dizer que torcia para que Marx não tivesse razão e assim, ao repetir a história ela soou como farsa. Mas será mesmo que a história se repete?

A Deputada Marília Arraes, ao deixar o partido para disputar a vaga do Senado, ela sabe que as forças ocultas dentro do PT e sua família que se encontra no PSB, jamais permitiriam que ela se projetasse como liderança nacional. Por isto, pretende disputar a vaga no Senado ou governo do estado, o que não ocorreria se ainda estivesse pertencendo às fileiras do Partido dos Trabalhadores.

Foi doloroso para ela descobrir que seu maior adversário neste momento não estava entre a família que ela teve que deixar para defender o PT, mas estava dentro de seu próprio partido.

 

 

 

 


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