Marília
Arraes deixa PT não à luta!
Não. Não vou falar que Wagner e Rui tinha um projeto,
mas esqueceram de combinar com a base petista e com os aliados. Não vou falar
que João Leão o candidato a senador de ACM Neto.
Não vou
falar que Wagner abriu mão de ser
candidato. Também não vou falar que os
projetos pessoais quase levaram entregar a hegemonia da frente para o PSD e só não
conseguiram porque o senador Otto não aceitou.
Não vou falar em nada disto porque as crônicas
estão cheias destas constatações, os comentários a respeito destes assuntos
proliferam, as análises sobrepõem-se e resta aguardar que as escolhas do governador
se confirmem e esperar que a realidade das coisas nos surpreenda.
Hoje eu quero falar de outra estrela: MARÍLIA ARRAES. Marília, cuja candidatura é
defendida em grande parte pela juventude e por mulheres do PT, tem além do nome
forte as pesquisas a seu favor não conta com o apoio dos dirigentes nacionais. Esta
heroína ao tomar talvez a decisão mais dolorosa da sua vida, sabia que uma
aliança do PT e o PSB hoje, significaria sair desse processo de aliança com as
bases e os movimentos populares de forma violenta, romper com nossa militância.
E isso ela jamais poderia admitir. Uma aliança agora, neste momento, seria
esmorecer. E seria uma conta muito mais alta do que para os próximos quatro
anos. Significaria estar do lado mais frágil da história. E essa conta nem ela
e nem vocês merecem pagar.
Mas o
que esta mulher tem de tão forte que desperta carinho, amor, admiração e ao
mesmo tempo inveja e ódio? Política não se faz perdoando ou com mágoa e ela
sabe disso, é uma questão de coerência, por isto, mesmo apaixonada pelo PT, foi
obrigada a deixar o partido para poder continuar sonhando.
Eleita duas vezes
vereadora pelo PSB, a neta de Miguel Arraes deixou o partido em 2013 e se
filiou ao PT em 2016, brigando e condenando a família por ter se aliado a Temer
e aos golpistas, quando foi eleita pela terceira vez para a Câmara Municipal de
Recife já pertenciam às fileiras do partido. Quando a vereadora foi lançada
como pré-candidata ao governo estadual, mas teve sua candidatura barrada pela
direção nacional do PT em um acordo que garantiu a neutralidade do PSB na
eleição presidencial, ela entendeu e esperava que o partido e suas lideranças entendessem
a dor e a frustração que ela e seu grupo tiveram que passar. Como analista
posso dizer que torcia para que Marx não tivesse razão e assim, ao repetir a
história ela soou como farsa. Mas será mesmo que a história se repete?
A Deputada
Marília Arraes, ao deixar o partido para disputar a vaga do Senado, ela sabe
que as forças ocultas dentro do PT e sua família que se encontra no PSB, jamais
permitiriam que ela se projetasse como liderança nacional. Por isto, pretende disputar a vaga
no Senado ou governo do estado, o que não ocorreria se ainda estivesse
pertencendo às fileiras do Partido dos Trabalhadores.
Foi doloroso para ela descobrir que seu maior
adversário neste momento não estava entre a família que ela teve que deixar
para defender o PT, mas estava dentro de seu próprio partido.
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