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segunda-feira, 5 de setembro de 2022
ARTIGO - Uma Igreja das duas irmãs ( Padre Carlos )
sábado, 3 de setembro de 2022
ARTIGO - “Por que a Igreja tem medo de ter coragem?” (Padre Carlos)
Cardeal Martini e a reforma do Papa
Francisco
A
reforma de Francisco com o levantamento do segredo pontifício tem o mérito de
afirmar os valores da transparência e da abertura.
Tive
como professor de História da Igreja, um dos maiores mestres nesta área e
comprovadamente uma pessoa dedicada a Igreja. Frater Henrique Cristiano José
Matos, ou simplesmente frater Henrique, como é conhecido pela comunidade
acadêmica. Durante minha permanência na capital mineira, aprendi muito com
aqueles Doutores e Mestres, responsável pela nossa formação, mas este
irmãozinho teve uma influencia marcante na minha vida. Devido a minha paixão
pela história, este mestre pôs o selo da História da Igreja no meu peito e
segurou minhas mãos para que eu pudesse alçar grandes voos. É com esta certeza
que continuo segurando sua mão, que gostaria de partilhar estes
questionamentos.
Durante
os cincos séculos que separam a gente da Contra-Reforma, constatamos duas
correntes de pensamentos disputando a
seguinte ideia: a Contra-Reforma Católica é fruto
de uma reação de defesa à Reforma, que conduziria ao aparecimento do
protestantismo e de outras correntes dissidentes, ou se ela resulta de uma
renovação que já fazia o seu caminho no interior da Igreja Romana.
O
mais provável é que ambas as premissas estejam, corretas, como é certo que há
muito existem vozes no interior da Igreja Católica que sonha com um Concílio
Vaticano III, porque estão convencidos de que a Igreja Católica precisa de
profundas reformas. Faz dez anos que perdemos um companheiro de Jesus e um dos
grandes defensores desta tese. Hoje estava pensando que uma das grandes
motivações e inspirações de Bergoglio, tenha sido seu irmão de congregação, o
cardeal Carlo Maria Martini. Pensei muito na luta que este santo travou nestas
últimas cinco décadas e fiquei triste ao constatar que ele morreu sem ter visto
esse novo aggiornamento.
O
sonho de Martini está sendo realizado por meio do Pontificado do seu irmão e
não podemos esquecer que é também o sonho de uma boa parte da Igreja do antigo
mundo. “Existe a necessidade de um debate colegial entre todos os bispos no
caminho das Igrejas”, dissera Martini, no Sínodo dos bispos europeus em 1999,
elencando alguns desses pontos que gostaríamos que avançasse na pauta das
Reformas: a participação democrática na vida da Igreja, os leigos, o papel das
mulheres na sociedade e na Igreja, "a sexualidade", a
"disciplina do matrimônio", a "relação entre democracia e
valores e entre leis civis e lei moral”.
A
Contra-Reforma, perdeu o trem da história e tudo que Martini assistiu durante
boa parte da sua vida, está vindo a baixo: à progressiva demolição
de todas aquelas instâncias de renovação avançadas pelo Concílio Vaticano II,
há 50 anos, gradual e inexoravelmente apagadas ou redimensionadas pelo Papa
Wojtyla e pelo Papa Ratzinger, principais defensores da chamada
"hermenêutica da continuidade", ou seja, de uma interpretação do
Concílio no sinal da absoluta continuidade com a tradição e o magistério da
Igreja.
Uma das últimas perguntas feitas pelo cardeal
Martini: por que a Igreja tem medo de ter coragem? As pamavras do Companheiro de Jesus ressoou no ouvido de Francisco e desde o início de seu pontificado, tem tomado posições firmes na defesa
dos direitos dos pobres e dos marginalizados, particularmente dos presos e dos
imigrantes, lembrando muito o Cardeal Martini e assumindo posições que
gostaríamos de ver e vivenciar antes que os nossos olhos se fechem.
Padre
Carlos
quinta-feira, 1 de setembro de 2022
ARTIGO - O ódio, como estratégia política! (Padre Carlos)
A
liberdade de expressão não pode ser usada para fulminar a democracia
Gostaria de abordar neste artigo o
comportamento entre os candidatos à presidente e falar das pesquisas e do que ainda
espero para este 1º turno. Vejo de forma clara que, não estamos cometendo os
mesmos erros de quatro anos atrás em relação à premissa da tolerância. Vamos
ao fato inicial de onde parte toda questão. Nas democracias, eleição é
condição necessária, porém insuficiente. No Brasil, a eleição 2022 pode
aprofundar um projeto de Estado e de sociedade desigual, onde liberdade caminha
para ser um bem de poucos, e fascismo, neoliberalismo, neopentecostalismo e
conservadorismos reacionários se unem para espoliar e manter refém aquele que
se acha presidente. Não esquecendo que o conglomerado golpista (tendo PSDB, MDB
e a velha mídia) se utiliza de uma fracassada terceta via para ajudar a
utradireita chegar ao segundo turno.
A mãe de todos os paradoxos, que nortearam
a ação política de muito brasileiros, é a mesma que o bolsonarismo utilizou,
isto é, os procedimentos democráticos (liberdade de expressão) para fulminar a
democracia e implantar um regime ditatorial. Depois de quatro anos, as
instituições e a mídia corporativa entenderam que parte da população abancou no
governo um tirano. Porem, o mais importante, foi o Estado entender que estava
sendo minado com a disseminação da intolerância e do ódio, como estratégia
política, minando a vida democrática do país sem nenhuma restrição do
judiciário. O filósofo Karl Popper dizia que: "Tolerância ilimitada
culminará no desaparecimento da tolerância, pois se a tolerância ilimitada for
estendida aos intolerantes, os tolerantes serão destruídos”.
Assim, o presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, criou nesta quinta-feira, 1°, um “núcleo
de inteligência para instrumentalizar o enfrentamento à violência política no
processo eleitoral de 2022”. Ações como esta que faltaram em 2018, dificultará
a vida do bolsonarismo. Temos que ter tolerância zero aos intolerantes que
querem o fim da democracia.
Foi usando procedimentos democráticos que o
Partido Nazista subiu ao poder. Foi fazendo o mesmo que fascistas brasileiros chegaram
governar. Quem não se lembra dos “camisas verde-amarela” usando a liberdade de
expressão para pedir o fim da democracia? Nos EUA os “Alt-Right” (movimento
ultraconservador, supremacista, nacionalista, que reúnem neonazistas,
neo-confederados e a Ku Klux Klan) usam direitos consagrados na Constituição
para fazerem sua pregação antidemocrática e pró-fascista. Mas, não é isso mesmo
que aconteceu no Brasil?
Os tolerantes se uniram em torno de uma
candidatura comprometida com a tolerância, pois nosso futuro, e o de nossas
crianças, estão em questão, mesmo que o passado seja tão comprometido pelo
autoritarismo. Se os intolerantes vencerem vão, não duvide perseguir os
tolerantes, pois a primeira coisa que farão será acabar com a liberdade de
expressão. Não se trata do projeto desses ou daquele político, ou do ódio
que você pensa que sente a um partido e/ou projeto político. A NOSSA LUTA AGORA
É CONTRA O BOLSONARISMO e tudo que ele representa e fez nestes últimos anos!
Precisamos tratar da união republicana, democrática, humanista, progressista,
contra o mal maior. Você consegue imaginar como estará o Brasil daqui a dez
anos depois dois ou três governos do Inominável? Como conheço bem nossa
história republicana, mais especificamente o período da ditadura militar
imagina que estaremos mal, muito mal.
Para votar temos que ter claro que o
crescimento do bolsonarismo se dá pelo enfraquecimento, e falta de reação, dos
outros candidatos da direita. Claro, a ofensiva dos setores neopentecostalistas,
carreou muitos votos para a alegoria fascista nos últimos anos. Mas, não
esqueçam que o “mito” não é favorito para ganhar. Lula é o primeiro colocado
nas pesquisas e aparece nelas ganhando no 1º turno.
Nesta eleição, Bolsonaro não pode se
esconder, ele teve que aparecer para seus próprios eleitores. Estou muito ansioso
para os próximos debates entre Lula, com seu conhecimento e sua sensibilidade,
e o Bozo, com tudo aquilo que sabemos que ele não tem. Infelizmente ele
termina ganhando votos por causa, também, de setores golpistas que formaram uma
terceira via para não serem confundidos ao fascismo. Veja o caso de ACM Neto na
Bahia. O ex-prefeito de Salvador junto
com sua chapa majoritária mandaram às favas os escrúpulos de consciência e
abraçaram a postulação da extrema direita. No futuro serão chamados pela
sociedade para explicarem se tanto faz a democracia ou o fascismo.
No entanto, é assim mesmo. À direita, dita
liberal, que não quer ser chamada de fascista, não pestaneja em criar do faz de
conta ou tanto faz, as suas fantasias democráticas para proteger seus interesses.
Como diria Karl Marx, “perde uma mão, mas não perde a bolsa”. Sensato para
Ciro Gomes e o PDT, seria abrir mão do tal discurso dos “dois extremos”. A
balela de que Lula e Bolsonaro são iguais por serem extremos. Discurso
confortável para quem não quer assumir sua condição política e ideológica. Para
esse dilema, dou uma sugestão: faça sua escolha e tente viver bem com ela em
Paris, não se esquecendo de assumi-la quando voltar, para o bem e para o mal.
Temos duas opções. Uma, é a defesa da
democracia, da liberdade e do desenvolvimento social. Outra nos fará mais uma
vez andar para trás com uma venda nos olhos. Escolha a sua, mas não
seja egoísta, não pense apenas em si mesmo, pense em seus filhos e nas pessoas
que você ama. Temos, neste 1º turno, a oportunidade de termina de vez com
esta guerra contra o fascismo. Essa eleição é a mais importante das que tivemos
até hoje, pois significa a volta ao caminho da construção de uma sociedade mais
justa, menos desigual. Ganhar esta eleição no 1º turno significa acumular
forças para as próximas batalhas, até porque ainda teremos que lutar muito para
garantir a posse de Lula e o resultado das urnas seja respeitado.
ARTIGO - As Instituições e a nossa Democracia (Padre Carlos)
As
Instituições e a nossa Democracia
É difícil manter a coerência de raciocínio e
de palavra, quando se vive, hoje, numa sociedade que vende a “alma ao diabo” e
renega tudo aquilo em que sempre acreditou, por “um prato de comida”, ou seja,
desde que o poder político instalado lhe dê qualquer benefício, fala e acredita
logo naquilo que lhe dizem que é preciso ouvir... Foi pensando nisto que os
gurus do bolsonarismo pensaram quando criaram o abono até dezembro de seiscentos
reais.
Diante disso, gostaria de comentar com os
senhores esta questão da dita “democracia”, instalada em 1985, no Brasil.
Existem três instituições
que não são democráticas por natureza, as Forças Armadas, a Igreja e os partido,
seja de direita ou de esquerda, neles existe uma estrutura superior que impõe a
todos os seus membros uma subordinação total, em todos os aspetos
comportamentais e até mentais, estando todos os seus membros 100%
condicionados. Em democracia todos são iguais e por isso se situam num plano
horizontal de igualdade.
O absurdo da nossa atual
democracia, imperfeita, é que foi conduzida depois de uma transição acordada
por um parlamento e uma oposição liberal, que tinha como objetivo o poder. Desta
forma, quando descobrimos que nossas instituições, não são tão democratas como pensávamos,
descobrimos por que não sabem viver numa democracia e por isso se refugiam nos
quartéis onde são reis e senhores e ninguém entra...
Por outro lado é curioso
ver que na redemocratização a grande maioria das classes, média alta e alta,
era toda fascista e convivia bem com a dita “ditadura” e estava toda instalada.
Com o fim do regime e a posse de Sarney, passaram as mesmas pessoas a serem
todas democratas, tendo alguns até afrontando generais e seu antigo partido. Em
termos sociológicos não é possível tal mudança em 24 horas. Isto consubstancia
uma fraude e uma mentira, que traduz bem o cinismo e a hipocrisia de alguns destes
atores políticos. De realçar um aspeto curioso e conhecido: é que a maioria dos
membros dos Partidos denominados centrão são filhos ou netos daqueles “estadistas”,
e, portanto também não são democratas.
Podemos ainda, no plano
sociológico, realçar que quando uma criança nasce e cresce com ambos os
progenitores, é natural que a criança o seja também ou tenha simpatia pela ultradireita,
e acontece que há hoje vários dirigentes políticos que sofreram essa
influência, o que explica de forma natural o bolsonarismo. Esta é a grande
mentira da nossa pseudodemocracia, visto que a verdadeira ainda aguarda pela
sua fundação.
Será uma questão de tempo,
mas só quando a sociedade civil acordar para a realidade, e deixar de escolher
candidatos que vota contra o povo é que será possível implantar uma democracia,
por vontade e ação do povo.
quarta-feira, 31 de agosto de 2022
ARTIGO - Menino quem foi teu Mestre? (Padre Carlos)
“Não sou capoeirista mas aceitei o desafio”.
A capoeira, a roda, o berimbau, os
corpos, o ritual. Detalhes de uma tradição que se perpetua no tempo e através
das gerações, faz com que a luta e a cultura de uma raça sobreviva. Nestes dias
estava lembrando a façanha de Dom Zanoni com um grupo de Capoeira no
Terreiro de Jesus, quando me dei conta que a história de um povo é marcada, por
exemplo, coragem e sacrifício. Não sei o porquê da imagem de Dom José Maria
Pires, ou melhor, Dom Zombi povoou minha cabeça naquele momento.
Passei a entender que O
testemunho de Dom Zombi, forneceu uma luz que levou uma levada de novos padres
a asumirem um compromisso que, por sua vez, orientava uma nova conduta de viver
de uma nova geração de leigos e sacerdotes.
Assim, quando Dom Zanoni abraçou a Pastoral Afro-Brasileira da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) , ele está abraçando na
verdade, o legado de Dom José Maria Pires. Este foi um dos grande bispos proféticos da nossa
Igreja. Era negro e sempre defendeu a causa dos afrodescendentes. Esteve nas
origens das Comunidades Eclesiais de Base e grande defensor da Teologia da Libertação.
Afetuosamente o povo o chamava de Dom Pelé e mais tarde de Dom Zumbi.
Dom José Maria Pires deixou um
testemunho evangélico de compromisso com o povo paraibano, com os mais pobres,
com os excluídos da sociedade. Incentivou o protagonismo dos leigos, formando
lideranças e delegando responsabilidades. Seu testemunho de simplicidade e
opção pelo Pacto das Catacumbas marcaram seu estilo de vida e sua coerência em
ser bispo do povo e para o povo. Por tudo isso, Dom José pertenceu a Jesus
Cristo e se comportou como um fiel seguidor do Filho de Deus.
Quando
refletimos sobre a caminha de Dom Zanoni a frente da Arquidiocese de Feira de Santana, podemos
sentir todo aprendizado que recebeu ao longo da vida, e como esses aprendizados
contribuíram para a formação do pastor hoje e da forma como tem agido. Esses
aprendizados constituem o que chamo de legado
recebido. Muitas vezes, nem entendemos bem por que somos ou agimos da
maneira que agimos, o que pode ter como base nossos vieses inconscientes.
Obrigado
Deus por nos ter dado Dom Zanoni! Obrigado Dom José pelo irmão, pelo pai, pelo
pastor, pelo amigo, pelo orientador, pelo conselheiro que o senhor foi para
este povo da Arquidiocese da Paraíba e toda uma geração de pastores. Deus o
tenha no Reino do Céu!
terça-feira, 30 de agosto de 2022
ARTIGO - Por uma Igreja que ouça os leigos (Padre Carlos)
A Igreja do Chile é incendiada por ideias
A Igreja católica tem
buscado nos últimos anos à participação dos leigos na vida da Instituição e na
política. O problema começa quando eles se organizam, refletem e fazem propostas
que fogem ao seu controle. Diante de tal comportamento, a hierarquia começa a
olhá-los com desconfiança e procura domesticá-los. Porém, se não conseguir tal
êxito, ela passa a ignorá-los e retira toda responsabilidade colocada sob a
confiança deste fiel, para não ser confundida com um novo modo de ser Igreja ou
um alinhamento político.
No
contexto de escândalos, foi criada no Chile a Rede Nacional de Leigas e Leigos.
O objetivo deste movimento é construir um espaço de diálogo e de reflexão para
ajudar a Igreja chilena a superar a situação com propostas criativas que
reacendessem a esperança dos fiéis.
Em
dezembro do ano passado, uma delegação desse movimento laical foi recebida pelo
Papa Francisco. Na ocasião, os representantes dos Leigos e Leigos, trataram de
diversos assuntos ligados a Igreja local, entre outros assuntos, demostraram a preocupação
com a lentidão da renovação da Conferência Episcopal Chilena e a falta da
participação dos leigos, nomeadamente mulheres, na tomada das decisões.
A
delegação da capital, Santiago do Chile, reivindicou ao Papa, que os leigos
tenham uma maior participação na nomeação do próximo arcebispo. O atual, como
determina a lei da Igreja, já pediu para ser substituído, pois ultrapassaram os
75 anos.
Para
dinamizar o processo de reflexão sobre as características do seu futuro pastor,
o movimento dos leigos chileno, elaborou um questionário que poderá ser
respondido online. Esta iniciativa inspira-se na perspectiva sinodal da Igreja
dimanada do Concílio Vaticano II e propiciada pelo Papa. Nesta perspectiva, os
leigos "são protagonistas da Igreja e do Mundo de hoje, a quem os pastores
são chamados a servir". Esta dignidade foi conferida pelo batismo.
Uma
Igreja que quer ser sinodal tem de envolver necessariamente os leigos. A
participação destes não pode ficar somente engrossando as assembleias
dominicais. A sua voz deve ser ouvida nas decisões que são tomadas, como a
escolha dos bispos. Neste caso, não só os leigos, mas o conjunto da Igreja.
Se
essa moda pegar, acredito que poderemos vivenciar um verdadeiro Aggiornamento, ou melhor, uma verdadeira revolução na Igreja.
sábado, 27 de agosto de 2022
ARTIGO - A entrevista do ex-presidente Lula ao Jornal Nacional, da TV Globo, (Padre Carlos)
“Lula, o senhor não deve nada à Justiça”,
É impossível falar da entrevista do ex-presidente Lula ao Jornal Nacional, da TV Globo, na noite desta quinta-feira (25), sem lembrarmos o rosto e
o sentimento de alma lavada, quando William Boné disse à frase que todo o
Brasil gostaria de ouvir: “Lula, o senhor não deve nada à Justiça”, Estas
palavras incendiaram as redes sociais após relembrar as injustiças cometidas a
este homem e o julgamento do político durante a Lava-Jato,
Quando Lula sentou naquela cadeira diante de
Renata e Bonner, me dei conta que há muito tempo ele tinha deixado de ser um
homem e terminou se tornando uma narrativa
ou como costumamos chamar no campo filosófico, um mito. Do grego
mythos (“conto”), um mito remete para um relato de feitos
maravilhosos cujos protagonistas são personagens sobrenaturais extraordinários
(heróis). Diz-se que
os mitos fazem parte do sistema de crença de uma cultura, que os considera como
histórias verdadeiras. Têm a função de proporcionar um apoio narrativo às
histórias centrais de uma comunidade.
Sendo assim, Lula se tornou um
mito, não pertence mais este plano e seus feitos transcenderam fronteiras e
podemos dizer que já entrou para história. Ao constatar, que esta afirmação é um consenso que vai da
direita à esquerda, temos assim que ter clareza sobre o que está em jogo, em
disputa, é o significado desta narrativa, o que ela representa.
A direita brasileira tentou criar uma narrativa sem provas
que Lula era o maior corrupto da história do Brasil. Já à esquerda, declarou e conseguiu
manter seu projeto que este homem é a principal liderança popular que este país
já teve.
Esta é a verdadeira luta que
travamos e ao ouvir estas palavras na Rede Globo, nos sentimos vencedores: “Lula, o senhor não deve nada à Justiça”.
ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)
A geração que fez a diferença! Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...
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