domingo, 8 de janeiro de 2023

ARTIGO - Lula decreta intervenção federal para garantir segurança. (Padre Carlos)



Bolsonaristas invadem Congresso, Planalto e Supremo Tribunal.


 

Centenas de apoiadores do ex-presidente invadiram o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal, numa manifestação em que pedem uma intervenção militar para derrubar Lula. Estes manifestantes bolsonaristas com pedidos antidemocráticos que entraram na Esplanada dos Ministérios na tarde deste domingo e invadiram uma área do Congresso Nacional, tiveram muita facilidade em cometer estes crimes e as investigações revelarão se houve falha na segurança ou omissão por parte da Polícia. Pouco antes das 15h, a Polícia Militar lançou gás lacrimogéneo para tentar impedir o avanço dos manifestantes.

Para manter a ordem pública o Governo Lula foi obrigado a decretar a intervenção federal para garantir a segurança das pessoas e do patrimônio publico, bem como tomar as rédeas da segurança na capital. “Fica decretada a intervenção federal no Distrito Federal até 31 de janeiro”, com o objetivo de “pôr fim o grave comprometimento da ordem pública no Estado, marcada por atos de violência e invasão de prédios públicos”.

O discurso do Presidente foi corajoso e diante do que aconteceu, prometeu justiça. “Acusou os bolsonaristas, fascistas e vândalos” que invadiram as sedes dos três poderes brasileiros de terem sido “estimulados” pelo ex-presidente Bolsonaro. “Genocida”, repetiu Lula

Só depois que foram cometidos todos estes crimes, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, apareceu para informar que tinha demitido o secretário de Segurança, Anderson Torres, e que colocou todo o efetivo policial nas ruas para prender "bolsonaristas" que invadiram a sede dos três poderes, em Brasília. A parcela de culpa do governador não esta somente na omissão, mas na nomeação de bolsonaristas em seu governo como Anderson Torres, nomeado recentemente secretário de Segurança do Distrito Federal, ele é um apoiador público de Jair Bolsonaro, chegando atuar como Ministro da Justiça até fim do mandato do ex-presidente.

  

ARTIGO - Apoiar a imprensa regional é uma responsabilidade social, cultural e, portanto, política! (Padre Carlos)

 


Temos que nos aguentar”



 

Com problemas tão variados que vão da saúde, mobilidade, água até à habitação, entre muitos outros, Vitória da Conquista tem se despontado entre as cidades do Norte e Nordeste que mais cresce com qualidade de vida. Assim somos um povo ordeiro e trabalhador com características próprias, isto se deve a influencia que sofremos do Norte de Minas ao invés do Recôncavo baiano, esta, terminou criando uma cultura própria no Sudoeste do estado. Junto com milhares migrantes vindos de vários pontos do país começou a surgir em meados do século passado à Nova Conquista.

Diante desta riqueza e necessidade de se expressar, chamamos a atenção da comunidade conquistense e da classe empresarial e política para a importância da imprensa regional. Sua importância é fundamental para a manutenção da democracia, para a existência de uma população bem informada que não se deixe manipular. Por isto, precisamos valoriza-la e encará-la como uma parceira nas suas lutas. Mas, para isto precisamos apoiá-la financeiramente. É preciso criar uma cultura no meio empresarial que as publicações publicitárias são consideradas investimento e não despesas e além de alavancar seus negócios, contribuirá para ter uma imprensa mais forte!

Não é por acaso que exista poucos programas jornalístico nas rádios e blogs que mantenham uma independência de pensamento, infelizmente, alguns se veem “obrigados” a se alinharem a mandatos ou governos para continuarem existindo. Como dizia um velho empresário: “Temos que nos aguentar”. Mas esse aguentar não pode nem deve ser uma exclusiva responsabilidade nossa! É uma responsabilidade social, cultural e, portanto, política!

A Imprensa Regional precisa de apoios e acompanhar de perto este trabalho é fundamental, isto é importante, mas não chega! Vemos as televisões cheias de publicidade institucional e o que nos chega são migalhas!

Chegou a hora do Estado, quer a nível estadual, quer a nível municipal, reconhecer a vital importância da imprensa regional e passar a apoiá-la, ao invés de criar problemas legais que obrigam a uma redução de investimento nos diferentes órgãos de informação. Chegou a hora dos diferentes organismos do Estado privilegiarem a comunicação de proximidade com a habitual publicidade institucional que é preferencialmente dirigida para os poderosos meios de comunicação nacionais.

 

 

 



 


sábado, 7 de janeiro de 2023

ARTIGO - É a primeira vez que um Papa enterra outro em 600 anos. (Padre Carlos)

 


Milhares de pessoas se reuniam na Praça de São Pedro para se despedir de Bento XVI,


 

Bento XVI foi sepultado, perante uma multidão de fiéis. É a primeira vez que um Papa enterra outro em 600 anos. Quando dizemos que Francisco se tornou o primeiro Papa em 600 anos a enterrar outro, foi porque a hierarquia da Igreja Católica deixou os antigos costumes não convencional que fazia parte do episcopado do século XVI. Isso não quer dizer que a instituição mais antiga atualmente em funcionamento no planeta tenha deixado de ter escândalos. No entanto, estes costumavam ser ainda pior. Inclusive com antipapas, ou seja, sacerdotes que tentavam afirmar-se como herdeiros de S. Pedro e usurpar o legítimo líder católico – quem foi Papa e quem foi antipapa é claro, uma questão de interpretação. Houve mais de quarenta fatos desse género, na história da Igreja, sendo a última delas no século XV. E a mais notória talvez tenha sido o chamado cisma do Ocidente, quando dois cardeais reclamaram o trono papal, um deles sediado em Roma, outro em Avinhão, em França, em 1378.

Hoje pode parecer-nos óbvio que Roma é o centro da Igreja Católica, mas nesses tempos não. A Cidade Eterna tornara-se numa enorme ruína, quase abandonada, em que os pastores soltavam gado nos capins que crescia no Coliseu, as catacumbas eram refúgio para bandidos e havia uma insalubridade geral desde a destruição do aqueduto que abastecia a cidade. E Filipe IV da França, o Belo, não gostou quando foi excomungado por Bonifácio VIII, em 1303, ordenando o seu exército que o raptasse.

Reza a história que o Papa, quando estava sentado no trono de S. Pedro, foi levado preso e espancado. Bonifácio VIII – que já surgira como um dos principais antagonistas na obra Inferno, de Dante, por ter exilado o poeta italiano – acabou por enlouquecer com a humilhação e morreu. Sendo o seu sucessor escolhido a dedo por Filipe, que lhe ordenou que se estabelecesse em Avinhão. Diante disso, este “Papado” passou a contar com a ajuda do Rei da França para colocar seu plano em ação que era destruir a Ordem dos Templários, uma das mais poderosas instituições da Igreja e ficar com os seus bens.

Sete décadas depois, o papado conseguiria voltar a Roma, pela mão de Gregório XI, apesar de não deixar satisfeitos os cardeais franceses.

Fazendo um paralelo deste período para o nosso, podemos admitir que mesmo Francisco, tendo uma perspectiva tão diferente de Bento XVI, conseguiram conviver pacificamente. Teve a vantagem de antes da reforma não ter travado uma guerra civil dentro da Igreja, ao contrário de Gregório XII. Mesmo assim, as coisas para o Papa não tem sido fácil, não podemos esquecer que a ala mais conservadora do Vaticano – saudosa de Bento XVI – tem feito a vida do atual Papa num inferno, até com pedidos de excomunhão. Mas isso nunca impediu Francisco de mostrar enorme carinho pelo seu antecessor, “um grande mestre de catequese”, descreveu, perante uma multidão de dezenas de milhares de pessoas que se reuniam na Praça de São Pedro para se despedir de Bento XVI, na quarta-feira.


sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

O xadrez político que levou Simone Tebet para o Ministério do Planejamento

 


Simone Tebet (MDB-MS) ministra do Planejamento,

 



 

Para alguns, tão divertida quanto uma partida de Xadrez é a política. Assim como numa partida de Xadrez na política vence quem tem a melhor estratégia e joga utilizando-se de todas as peças no tabuleiro. Sabendo disto, o  presidente Lula (PT) quando anunciou depois de semanas de discussões, que Simone Tebet (MDB-MS) seria a ministra do Planejamento, ele com sua engenharia política, buscava construir mais que uma aliança com o MDB, arrastava toda esta frente para dentro do governo, isolando o centrão ideológico e o que existe de ultra direita dentro do Congresso.  Eleita senadora em 2014, ela termina o mandato em janeiro e assumirá um dos três ministérios entregues por Lula ao MDB.

É claro que não é só isso! Sabemos que o anúncio de Simone Tebet para esse cargo também tem muito haver com a postura da senadora durante as eleições. Ficou claro para a classe política que se tratou de um sinal do reconhecimento de Lula a terceira candidata mais votada no primeiro turno com quase cinco milhões de votos, Tebet declarou apoio a Lula contra Jair Bolsonaro (PL) já no dia seguinte ao pleito e forçou o MDB a se posicionar.

No anúncio, o presidente eleito mencionou o “papel fundamental” que a senadora teve na campanha, atraindo muitos eleitores moderados no segundo turno.

Além de Tebet, o MDB ficou ainda com dois outros ministérios: Cidades e Transportes.

O acerto foi feito em reunião de Lula com Baleia Rossi, presidente do MDB, com o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), líder do partido na Câmara, com o senador Eduardo Braga (MDB-AM), líder no Senado, e com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), ex-presidente da Casa.

Pelas negociações, o Ministério dos Transportes ficou com Renan Filho (MDB-AL), filho de Renan Calheiros - indicado pelos senadores do MDB, - em troca, Eduardo Braga continuará na liderança.

O Ministério das Cidades deveria ser comandado por alguém indicado pelo MDB da Câmara. Acabou ficando com Jader Filho, irmão do governador do estado do Pará, Helder Barbalho.

Vão-se os anéis e ficam os dedos! Esta partilha de poder me lembrou duma expressão popular usada quando se perde algo material, mas a integridade física se mantém que é o mais importante.

 

 

 

 


quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

ARTIGO - Toda a sua vida foi gasta ao serviço da Igreja. (Padre Carlos)

 



Joseph Ratzinger, o intelectual racionalista

 



Como teólogo, tenho que admitir que Joseph Ratzinger foi um notável intelectual racionalista, Como jovem teólogo contribuiu para a renovação que significou o Concílio Vaticano II. Como perito, ajudou os padres conciliares a desbravar novos caminhos para a Igreja pós-conciliar.

Joseph Ratzinger apresentou-se ao Mundo, após a sua eleição como Papa, como "simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor". Que é aquilo que sempre foi. Podemos definir Ratzinger da fase pré-papal como um pastor e professor extremamente erudito e de fácil acesso, segundo Leonardo Boff, que foi seu aluno ele era uma pessoa simples que, ao se tornar cardeal, mudou de comportamento e passou a assumir posições duras. Tratava com luvas de pelica os bispos conservadores e com dureza os teólogos da libertação que seguiam os pobres".

Não podemos negar que Bento XVI foi um personagem histórico de difícil compressão e demasiadamente complexo para ser enquadrado na categoria de conservador. Mas, não podemos deixar de admitir que este homem tivesse um profundo amor à Igreja, foi este sentimento que levou Bento XVI a abdicar do cargo, sabia da necessidade de um Aggiornamento e tinha consciência que não era o homem adequado para empreender tal tarefa, assim quando compreendeu todas esta coisa se afastou como melhor forma de servir a Deus e a Igreja.

         Acredito que a melhor definição seria um homem com um profundo amor a Deus e à Igreja. Bento XVI ficará para a história por esse gesto revolucionário (e algo pós-moderno) de reivindicar para o Papa o direito a retirar-se quando está convicto que essa será a melhor forma de servir a Igreja.

As suas últimas palavras foram: "Signore ti amo!". Toda a sua vida foi gasta ao serviço da Igreja.

 

 

 

 


ARTIGO - Justiça social exige dignidade salarial, não políticas assistencialistas. (Padre Carlos)

 

Distribuir dinheiro por meio de programas sociais irá resolver esta situação?

 



“Situações desesperadoras pedem medidas desesperadas”. Infelizmente esta é a única forma de salvarmos uma geração diante da fome e da miséria que se encontra 30 milhões de brasileiros. Desta forma, o Estado brasileiro vai agir através dos seus programas e, como diz o ditado é a atitude mais sábia na hora das dificuldades. Mas, será que distribuir dinheiro aos mais pobres, por meio de programas sociais irá resolver esta situação? Estas ações embora necessárias neste momento, não podem ser encaradas pelo governo como a solução para o problema, ela é uma medida conjuntural que não resolve a fundo o problema da desigualdade social nem da distribuição da riqueza produzida no país.

O Brasil terminou o ano com um PIB real superior ao ano anterior e em situação de plena recuperação dos empregos formais na indústria e no comércio. Com a riqueza do país crescendo mesmo de forma tímida, não deixa de ser um paradoxo o aumento das dificuldades financeiras de uma parte significativa da população. Todo esse cenário, do aumento da fome e da miséria, somado ao ritmo lento do crescimento econômico no país nos mostra que, ao contrário do que defendia o Governo que saiu, nossa prioridade não pode ser, mas fiscal.  O aumento do número de pobres quando cresce a riqueza produzida no país só encontra justificativa numa desigualdade gritante da distribuição dessa riqueza entre capital e trabalho. Enquanto uns comem a carne, outros roem os ossos.

Diante de tanta miséria, gostaria de perguntar aos economistas do antigo governo, ou aos políticos que deram sustentação a tudo que está aí e aos moralistas que defenderam esta situação, se já calcularam o número de indivíduos que são condenar à miséria, à desmoralização, à ignorância crapulosa, à desgraça à penúria absoluta, para produzir um rico?

 

Veja o que está se passando nas empresas de grande distribuição, como os grupos: Carrefour, GPA, Grupo Mateus, Cencosud/G Barbosa, Grupo Muffato e Supermercados BH; como aumentaram os seus lucros de forma obscena, refletindo a diferença entre os preços mais altos a que vendem os produtos e os preços sempre baixos que pagam aos produtores, bem como os salários de miséria com que remuneram os seus trabalhadores. Não podemos esquecer que os preços mais elevados de bens de primeira necessidade penalizam maioritariamente as famílias de menores rendimentos, agravando a desigualdade.

Assim, gostaríamos de afirmar que a distribuição de dinheiro aos mais pobres, por meio de programas sociais tem que ser encarado pelo governo e pela sociedade como uma ação emergencial, ela é por natureza uma medida conjuntural que não resolvem o problema de fundo da desigual distribuição da riqueza produzida. Precisamos construir medidas efetivas de distribuir as riquezas do país através da taxação de fortunas e ganhos injustificável, mas o que vai resolver este problema de forma definitiva será uma justa política salarial.

Não é aceitável que quem trabalha e ganha o seu salário tenha de andar de mão estendida, à mercê de caridade. Justiça social exige dignidade salarial, não políticas assistencialistas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

ARTIGO - De volta à presidência, Lula quer “cuidar” do povo e reconstruir o país. (Padre Carlos)

 


A cerimônia da faixa presidencial foi um ato de grande simbolismo.

 


Assim que subiu a famosa rampa do Palácio do Planalto e recebeu a faixa presidencial, Lula não conseguiu esconder as lágrimas. Parecia que era a primeira vez. Mas não era. Pela terceira vez na sua vida, Luiz Inácio Lula da Silva, antigo operário metalúrgico com o ensino primário, tomou posse como Presidente da República. Ao falar para a nação, fez um pedido dramático à união entre os brasileiros e prometeu cuidar do povo, principalmente dos mais vulneráveis desta pirâmide que é a sociedade brasileira, depois de anos de "barbárie", embora sem nunca citar diretamente o grande ausente da cerimónia: Jair Messias Bolsonaro.

A cerimônia da faixa presidencial, que historicamente ocorre envolvendo o ex-presidente e o presidente eleito, desta vez quebrou todos os protocolos e entrará para a história da República. Com  Jair Bolsonaro nos EUA e, ainda que tivesse no País, já tinha demonstrado que não passaria a faixa, o cerimonial da posse, coordenado pela mulher de Lula, Janja, organizou um ato de grande simbolismo.

Subiu a rampa junto com Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin um grupo de pessoas que representa a diversidade brasileira, em todas as suas nuances. Integrava esse grupo multicultural um cacique indígena, uma mulher negra, uma criança, uma pessoa com deficiência física e um idoso, entre outros.

Eran eles o cacique Raoni Metuktire, de 90 anos, líder do povo Kayapó; o menino Francisco Carlos do Nascimento e Silva, o professor Murilo de Quadros Jesus, a vigilante Jucimara Fausto dos Santos, o influenciador da inclusão Ivan Vitor Dantas Pereira, o metalúrgico Weslley Viesba Rodrigues Rocha e a catadora de reciclagens Aline Sousa, que entregou a faixa.

A cadela vira-lata Resistência também subiu a rampa. Ela morava no acampamento de militantes do Partidos dos Trabalhadores em frente à Polícia Federal, em Curitiba, e foi adotada por Janja quando o presidente estava preso na cidade, em 2018.

Não podemos negar que Lula recebeu um 'presentão' de Bolsonaro, quando o ex-presidente viajou para os EUA e se negou a passar a faixa presidencial. O vácuo deu a chance a Lula de homenagear a diversidade da população brasileira. Este talvez tenha sido o grande acontecimento desta festa.  O simbolismo da entrega da faixa presidencial por 'representantes do povo brasileiro' ao novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, representa a presença dos excluídos das políticas públicas e da sociedade. Este episódio, seguido por forte discurso focado em questões sociais, denota 'mudança de atitude e postura em relação aos direitos humanos e os excluídos, os que passam fome e os sem rostos e identidade.

 

 

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...