quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

ARTIGO - O encontro do Papa Francisco com a CNBB. (Padre Carlos)



"Peço a Nossa Senhora Aparecida que proteja e cuide do povo brasileiro.” Papa Francisco.  

 


Um dos fatos que tem chamado minha atenção é a forma como o Para Francisco vem renovando a Igreja do Brasil e a nova face que o nosso episcopado vem ganhando neste papado. (Quando os membros da Presidência junto com os assessores da CNBB) se encontraram com o Papa Francisco nesta quinta-feira, nove de fevereiro entenderam o carinho e a atenção que Francisco tem pela nossa Igreja e o Brasil. A preocupação do nosso Papa com os brasileiros foi sentida na mensagem enviada em outubro, quando o papa Francisco pediu para que Nossa Senhora Aparecida, a padroeira brasileira, protegesse o Brasil e livrasse o país do "ódio" e da "intolerância". "Peço a Nossa Senhora Aparecida que proteja e cuide do povo brasileiro, que o livre do ódio, da intolerância e da violência.

         Os membros da direção da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e seus assessores se reúnem todos os anos no Vaticano, em Roma. Além da visita anual ao Pontífice, este encontro ressalta a universalidade da comunhão que traduz no dia-a-dia do conjunto dos cristãos, ela é para a Igreja a unidade e a fraternidade, na vida, na prática cristã.

O carinho do Papa pela Igreja do Brasil me fez lembrar Dom Helder e tudo o que ele pensou quando idealizou esta Conferencia. Fundador da CNBB foi ele quem apresentou, em 1950, a proposta de colegiado de bispos brasileiros ao então integrante da secretaria de Estado do Vaticano, monsenhor Giovanni Battista Montini, que seria eleito papa Paulo VI.

Na agenda também faz parte os trabalhos e visitas aos Dicastérios que integram a Cúria Romana, isto é os departamentos do governo da Igreja Católica que compõem a Cúria Romana. Entre os dicastérios estão: a Secretaria de Estado, as Congregações, os Tribunais Eclesiásticos, Conselhos, Ofícios, Comissões e Comitês. 

ARTIGO - Joe Biden recebe Lula na Casa Branca nesta sexta-feira. (Padre Carlos)



Não concordamos com a liderança dos Estados Unidos, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

 


Joe Biden vai receber Lula na Casa Branca esta sexta-feira, naquele que será um encontro simbólico de dois chefes de Estado que derrotaram populistas de direita nas urnas. Lula vai aproveitar a viagem aos Estados Unidos para visitar seu amigo Bernie Sanders

Quando o Presidente Joe Biden telefonou para prestar solidariedade ao presidente Lula um dia depois dos violentos ataques às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro, aproveitou para convidar o nosso presidente a visitar os Estados Unidos. Lula aceitou o convite e viajou para Washington exatamente um mês depois de Biden o ter convidado. O encontro entre os dois presidentes está previsto para o final da tarde de sexta-feira, na Casa Branca.

O assunto da agenda está relacionado ao combate às alterações climáticas, defesa da qualidade ambiental e da floresta amazónica. Estes pontos são consensuais dos dois chefes de Estado. Acreditamos que exista um ponto fora da agenda que o governo Lula com certeza discordaria e este esta relacionado ao apoio e fornecimento de armamento à guerra da Ucrânia.

O Governo brasileiro condena firmemente a guerra da Ucrânia, mas, apesar disso, jamais colocaria em risco o capital político que conquistou com Pequim e Moscou neste momento.  Biden não vai conseguir uma declaração de Lula nesse sentido. Não podemos esquecer que o Presidente Lula recusouo pedido feito pelo chaanceler Olaf Scho no final de janeiro, para o Brasil enviar tanques para a Ucrânia. Por mais que Biden insista no armamento para Kiev, ele há de entender que a atitude de cada país faz parte das decisões soberanas que as nações têm de tomar.

Além disso, o Brasil e Rússia são ‘pais fundadores’ dos BRICS — (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.) Estes cinco paí­ses representam uma fatia substancial da população e do comércio mundiais, e acima de tudo, partilham uma mesma visão sobre a necessidade de reforçar a influencia política dos seus Estados. A política e os interesses estratégicos de cada um dos cinco membros ditam o funcionamento do clube dos BRICS: E sabendo que precisa se cercar de pessoas de sua confiança, Lula pretende substituir o presidente do Banco dos BRICS, o economista Marcos Troyjo pela ex-presidente Dilma Rousseff até o fim do mês; Troyjo foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Esta mudança tem muito haver com a unidade e o alinhamento político de uma nova ordem internacional. Esta nova articulação com a China e a Índia, reforça a influência dos respetivos países. É como se os cinco dissessem em alto e bom som: ‘Não concordamos com a liderança dos Estados Unidos, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.’ Queremos uma ordem onde possamos também ter poder de decisão. O Brasil aspira a ter assento no Conselho de Segurança da ONU.” Em suma, partilham interesses e estratégia política. 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

ARTIGO - A banalização do mal ganha uma nova face. (Padre Carlos)

 

Uma abordagem mais próxima da realidade.

 

 


Meus leitores são testemunhas que sempre nos meus artigos, busquei trazer os elementos da filosofia para uma abordagem mais próxima da realidade. Como dizia Sartre, o engajamento do filosofo, é que traz para perto do seu público as questões filosóficas. Assim, nenhuma ferramenta poderia ajudar a esclarecer melhor o fenômeno Bolsonarista e os últimos acontecimentos, quanto os profissionais das ciências humanas. Mais que pensadores eles são dedicados ao mundo das ideias, a filósofa como instrumento de análise abordou o mal concreto do nazismo e do stalinismo fez do totalitarismo tanto de direita quanto de esquerda o objeto de sua investigação em diversos momentos da história. A Filosofia e o olhar crítico do articulista pode abrir alguma perspectiva no sentido de entendermos como o fantasma do fascismo retorna a política brasileira depois de quase um século desaparecido como força política.

            O fenômeno Bolsonaro não se deu apenas pela crise política e econômica, mas devido às crises das instituições públicas e da classe política. O cenário crítico dos últimos anos agiu favoravelmente para o surgimento de elementos do inconsciente coletivo que pensávamos está superado neste novo século. Esta conjuntura não é restrita ao Brasil, mas presente em toda cultura ocidental em que são rompidos os pactos sociais e o enfraquecimento do conceito de nacionalidade. Sem repactuar as classes, o tecido que norteia o projeto de nação é desfeito, só restando assim, a identidade tribal. Diante disto, podemos afirmar que a desintegração dos valores individuais e republicanos, o fortalecimento de lideranças de ultradireita e de movimentos nacionalistas e separatistas, são algumas características do surgimento deste fenômeno.

            A extrema direita sempre esteve presente nos grandes acontecimentos brasileiros, seja saindo pela porta dos fundos da história ou sendo protagonistas.  O personagem Bolsonaro conseguiu materializar o velho projeto, como podemos perceber, este é o discurso da extrema-direita. O que tem preocupado os cientistas e analistas políticos foi o crescimento desta força, mesmo isolado politicamente, conseguiu a metade dos votos dos brasileiros e só conseguimos derrotá-los, porque fizemos uma frente nunca vista nestes pais, reunido da extrema esquerda o direito democrático. Este agrupamento alcançou 58.206.322 votos (49,1%) milhões de votos dos brasileiros, com uma plataforma política contra mulheres, negros e homossexuais até discursos de conotação marcadamente fascistas, como o apoio a torturadores militares e a incitação pública da violência e do ódio. E, por essa razão, incentiva a projeção de todo mal, de tudo que é mesquinho e não heroico, como ficou latente nos acontecimentos de oito de janeiro, o Congresso, o STF e o Palácio do Planalto representa a incorporação de tudo o que é instável e corrupto. Entender o que Bolsonaro representa é fácil; o difícil mesmo é compreender os que compactuam com suas ideias. Como o discurso autoritário vem se tornando uma opção viável em eleições democráticas?

            Podemos constatar que as reações xenófobas atingiram um grau de violência aqui no Brasil nunca visto. Não sabemos como enfrentar o vento de ódio e irracionalismo que se levantou.

           O elo entre a sociedade totalitária descrita por Arendt e os nossos tempos não está na presença de campos de concentração ou na perseguição oficial a judeus, mas na degradação da empatia social e na naturalização da violência. A banalização da mal ganha uma nova face e se tornou perceptível na Praça dos Três Poderes.      Desta forma, gostaríamos de acrescentar que a filosofia não pretende isentar o cidadão comum, nem os bolsonarista das responsabilidades cometidas em nome da sua causa. Tampouco queremos dar a eles o aspecto monstruoso que tentaram colocar em todos que ajudaram os bolsonarista a cometerem os atos de vandalismo e a tentativa frustrada de golpe. Quero aqui demostrar, contudo, como os homens e mulheres em conjunturas históricas adversas são levados a apoiarem ideias equivocadas e extremadas. O mal é de certa forma tão corriqueiro que acaba por ser incorporado como algo extremamente trivial.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

ARTIGO - O fascismo é a ferramenta da burguesia "liberal," para defender os seus interesses de classe.(Padre Carlos)




O liberalismo e o fascismo se relacionam como frente nos momentos de crises.

 


Tem algumas comparações que me deixa revoltado e uma delas está relacionada à forma como algumas pessoas tentam igualar a extrema-direita à extrema-esquerda e isto é um erro grave. Quero lembrar que a extrema-esquerda não é racista, xenófoba e homofóbica. Não podemos esquecer que a extrema direita ainda possui uma orientação conservadora, elitista, exclusivista e que alimenta ainda noções preconceituosas contra indivíduos e culturas diferentes das de seu próprio grupo. Assim, é considerado de extrema direita o indivíduo, grupo ou filosofia que se localize mais à direita do pensamento de direita comum brasileira.

Mas o que sempre me impressionou e ficou latente nos últimos anos é a facilidade que o "liberalismo" e o fascismo se relacionam em forma de uma frente nos momentos de crises ou “perdas de direitos”.

Quem não se lembra do cientista político e economista americano Francis Fukuyama que publicou o artigo O fim da história?  Nele, argumentava que a difusão mundial das democracias liberais e do livre capitalismo de mercado possivelmente sinalizava o fim da evolução sociocultural da humanidade. Depois de três décadas, posso afirmar que foi o socialismo que triunfau no mundo, apesar de alguns retrocessos momentâneos. E isso não é um paradoxo. Para fundamentar essa afirmação, se fizermos um paralelo podemos dizer que o capitalismo e o socialismo nasceram juntos, na Revolução Industrial, por isto não podemos esquecer como era o capitalismo nos seus primórdios: Os operários ingleses dormiam debaixo das máquinas e eram acordados de madrugada com o chicote do contramestre. (A indústria era assim, leia-se Dickens, entre outros). Só no contexto como este poderia surgir o socialismo, para começar a lutar pelos interesses dos operários.

 

Chamo aqui de "socialismo" “Comunismo, socialismo democrático, anarquismo, cristianismo social, cooperativismo”... tudo isso, o pensamento progressista e humanista. Esse pessoal começou a lutar para o operário não ser mais chicoteado, depois para não trabalhar mais do que 12 horas, depois para não trabalhar mais que dez oito; para a mulher grávida não ter de trabalhar, para os trabalhadores terem férias, para ter escola para as crianças e etc.

Já o fascismo, tem outra finalidade, poderíamos dizer que ele é a ferramenta ou a possibilidade que a burguesia "liberal" recorre, para defender os seus interesses de classe.

O que me impressiona mais é a falta de consciência história da classe trabalhadora, coisas que hoje são banais em termos de direitos dos trabalhadores são, inegavelmente, conquistas do socialismo. O que precisamos chamar a atenção é que todas essas conquistas estão em perigo, devido às mudanças ocorridas no mundo nas últimas quatro décadas. A transformação do capitalismo produtivista em capitalismo financeiro-tecnológico está mudando drasticamente as relações entre o capital e o trabalho, engendrando um fenómeno que alguns pensadores têm chamado de "uberização da economia". Como resultado disso, aumenta cada vez mais o fosso entre os mais pobres e uma minoria de ultra bilionário, à custa dos ganhos obtidos, sobretudo, graças a aplicações financeiras, enquanto os direitos dos assalariados são literalmente "atacados" (a precarização e fragmentação da mão-de-obra é um indício dessa nova realidade, mas há muitos outros).

 

Essas e outras transformações que fazem parte da globalização, não são alheias ao crescimento, em todo o mundo, da extrema-direita, do autoritarismo e das tendências teocráticas, fruto da aliança entre a política e o conservadorismo e fundamentalismo religioso de todos os matizes. Esse "caldo" inquietante e perturbador tem um nome: fascismo.

 

 

O impeachment de Dilma e a prisão de Lula estão ligados à existência de certas correntes de pensamento na sociedade brasileira, que se proclamam liberais, mas que o são principalmente no plano económico, não hesitando em ignorar o liberalismo social, moral e até político, quando julgam em perigo, justificadamente ou não, os seus interesses económicos. A equiparação entre extrema-direita e extrema-esquerda feita por esses setores é um exemplo disso.

 

Para concluir, quero reafirmar uma frase que digo sempre quando sou provocado para falar sobre este assunto: o fascismo é apenas uma das possibilidades que a burguesia "liberal" tem para recorrer, quando precisa defender os seus interesses de classe. Quem tiver dúvidas, aconselho que se pergunte o que explica a autêntica "tomada" do Partido Republicano americano pelo trumpismo e o desaparecimento da direita democrática no Brasil?


domingo, 5 de fevereiro de 2023

ARTIGO - A Teologia Política de Metz (Padre Carlos)

A Teologia Política de Metz



Faz quatro anos que perdemos um dos grandes teólogos dos últimos tempo, Johann Baptist Metz. Durante alguns dias fiquei meditando se deveria fazer este artigo, já que a maioria dos meus leitores não tiveram contato com o seu pensamento filosófico e teológico. Diante desta dúvida, fiquei matutando nesta questão e enquanto pensava na situação desumana que os yanomamis estão vivendo, bem como as mortes de crianças e idosos em decorrência da desnutrição grave causada pela fomea pergunta de Metz para humanidade não saia da minha cabeça: "Como se pode falar de Deus depois de Auschwitz?" Falar de Metz, para quem não  foi um teólogo ou um católico, não será fácil, mas vamos tentar assim mesmo.
Quem não viveu os horrores da guerra, não tem ideia como esta ferida perpassou no imaginário do povo europeu. Desta forma, não poderia surgir uma Teologia Política como foi concebida por Metz, se o seu público não tivesse sido testemunha ocular de toda aquela barbárie para entender a importância da vida e da existência do ser. Com isto, gostaríamos de lembrar aos leitores, que os elementos da natureza teológica do nosso pensador, não poderia ser outro como: os que sofrem, os famintos, os injustiçados, os excluídos, os explorados de todas as maneiras, as crianças e as mulheres violentadas e todas as vítimas deste mundo. Só quem caminha com os oprimidos, aqueles e aquelas que foram vítimas, sem resposta dentro da História, poderá ouvir o seu clamor. Temos uma dívida para com as vítimas da História; quem poderá pagá-la a não ser Deus?

 As peças centrais, para entendermos o sentido humanista desta teologia não poderia ser outra. Durante muitos anos, foi professor de Teologia Fundamental e  aluno de Karl Rahner. Buscando resposta para as perguntas que povoava sua mente e buscando transcender a teologia da sua época, desfiliou-se da teologia transcendental de Rahner, em troca de uma teologia fundamentada na prática. Metz está no centro da escola da teologia política que influenciou fortemente Gustavo Gutiérrez Merino o teólogo peruano e sacerdote dominicano, considerado por muitos como o fundador da Teologia da Libertação, bem como o brasileiro, Leonardo Boff.   Ele foi um dos teólogos alemães mais influentes no pós Concílio Vaticano II. Seus pensamentos giraram ao redor da atenção fundamental ao sofrimento dos excluídos. As chaves de sua teologia é memória, solidariedade e narrativa.



Foi um dos fundadores da Revista Concilium. Metz morreu no dia 2 de dezembro de 2019 aos 91 anos.
A Teologia da Libertação deve muito a este pensador alemão. Pode ter certeza que você fez a diferença aqui nesta terra.
 Saudade do mestre!

Padre Carlos

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

ARTIGO | Penso, logo escrevo! (Padre Carlos)*



Penso, logo escrevo!
           


            Os artigos que tenho publicado é fruto da experiência de quarenta anos de militância política. Na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, busco com minhas ferramentas de linguagem, "dialogar" com o leitor. Na verdade o que eu quero mesmo é provocar reações em nossos leitores, que ele saia de sua inercia. Sim, nestes espaços que criamos, queremos esporar, estimular, avivar, espicaçar, incitar, incentivar o animal (politico, como bem demonstrou Aristóteles).
            Com isto, faço com que as minhas crônicas apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: da minha visão dentro da filosofia política. Ao desenvolver meu estilo e ao selecionar as palavras que utilizo em meus textos, me imagino como um artesão das palavras, esta sensação de operário da linguagem filosófica, me impulsiona na busca da metáfora correta, na forma certa e a simetria perfeita. 
            Desta forma, busco transmitir aos leitores a minha visão de mundo, desta temporalidade vivida na militância política e no ministério presbiteral. É assim que exponho de forma pessoal tentando fazer os leitores compreender os acontecimentos que me cercam. Em geral, nas minhas crônicas apresento uma linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique, se tornando assim, o porta-voz das nossas ideias.
            Só um apaixonado pode sentir estas emoções pelo mundo da política e da filosofia. Desta forma, não existem fronteiras entre os escritos de Platão e a literatura Camus, o realismo e o irracional, a ficção e a filosofia. Todas estas linguagens são de fundamental importância, no meu trabalho para tentar fazer desta matéria de estudo, uma ferramenta acessível para todos.


Padre Carlos


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

ARTIGO - O retorno do PP as base do governo está condicionado à saída de Leão da presidência da sigla. (Padre Carlos)

 

A fome foi de leão, mas o peixe morreu foi pela boca.

 

 

 

Apesar de a metáfora ser uma figura de linguagem em que são usadas palavras ou expressões em um sentido diferente do habitual, no casso do ex-governador da Bahia e do seu filho a expressão "fome de leão" tem tudo haver com a sede pelo poder e a necessidade de fazer política com a estrutura do estado. Esta fome não vem de hoje, já em 2018 o Ex- Deputado Federal Cacá Leão, quando sentiu que as mudanças a nível nacional poderia chegar à Bahia, tentou fazer esta aliança, mas foi impedido pelo pai que apesar da fome fazer parte da natureza do leão, seus cabelos brancos e os anos de experiência sinalizaram para que o grupo tivesse mais prudência e não agissem por impulso. Infelizmente em 2022 sua lucidez e astucio na política foi traída pelos institutos de pesquisas que divulgavam que o ex-prefeito liderava a disputa pelo governo estadual e que venceria no primeiro turno se a eleição fosse naquela data. 

Diante de tal cenário e ouvindo as avaliações que seu filho fazia, o vice-governador decidiu de forma errada sair da base do governador Rui Costa (PT)  para apoiar o candidato a governador oposicionista, ACM Neto (UB). Infelizmente Leão deu um tiro no pé e cometeu outro grande erro que levaria a impossibilidade de qualquer reconciliação. Nas eleições do ano passado, Leão, além de apoiar ACM Neto (União) para governador do estado, decidiu se juntar às fileiras do então presidente Jair Bolsonaro (PL), contra a candidatura de Lula. Este talvez tenha sido seu grande erro quando declarou voto no presidente Jair Bolsonaro. Deputado federal eleito, Leão disse que “tomou juízo” e espera que os baianos o sigam no apoio ao chefe do Executivo, no segundo turno. 

Quem faz parte do Méier da política sabe como é difícil um deputado se reeleger se não estiver aliado ao governador e fazendo parte do governo. Por isto, a bancada do PP na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) se reuniu, nesta terça-feira (31), e decidiu que não mais integrará o grupo de oposição na Casa, retornando à base de apoio ao governo do estado. A decisão foi tomada com a participação dos seis deputados estaduais da legenda: Antônio Henrique Jr., Eduardo Salles, Felipe Duarte, Hassan Josef, Nelson Leal e Niltinho.

Com a derrota do ex-prefeito de Salvador e a manutenção dos petistas no poder, a legenda não teve alternativa a não ser se juntar novamente ao governo de Jerônimo.

Leão sabia que um simples movimento mudaria o jogo completamente. Um passo em falso e ele poderia perder tudo o que tinha sobre a mesa da política. E, embora fosse mais político que jogador, confiou na jogada e usou como semi-blefe. Infelizmente os posicionamentos do ex-presidente do partido fez o ex-governador Rui Costa (PT), hoje ministro da Casa Civil no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estabelecer um veto à presença de Leão no grupo que hoje comanda a administração estadual na Bahia.

Por isto, se a fome é de leão, o peixe morre pela boca.

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...