segunda-feira, 3 de julho de 2023

ARTIGO - Os Desafios Enfrentados pelo Papa na Busca por Reformas.(Padre Carlos)

O Papado de Francisco




          O Papa Francisco tem se destacado por sua liderança ousada e profética, que busca uma Igreja mais espiritual, humana e aberta ao diálogo com o mundo. Suas iniciativas e discursos têm enfatizado valores fundamentais, como o amor misericordioso, o perdão, a justiça social, a solidariedade com os pobres, a responsabilidade ambiental, a paz e o diálogo entre pessoas de diferentes culturas, nações, raças e religiões. Como  teólogo,  posso afirmar que o Papa está rompendo com uma obsessão neurótica que reduzia o cristianismo a questões de moralidade sexual, criminalização do aborto e demonização de determinados grupos, e ressalta a importância de priorizar valores mais abrangentes e humanistas.

          No entanto, nem todos na Igreja Católica concordam com o Papa e suas propostas de reforma. Há uma resistência significativa de alguns líderes e membros da alta hierarquia, que manifestam oposição ao Papa e suas visões. Essa resistência pode ter diversas motivações, como a defesa de tradições estabelecidas, o medo de perda de poder ou a dificuldade em aceitar mudanças em questões dogmáticas.

          Diante dessa situação de resistência, é essencial que a Igreja Católica encontre formas de promover o diálogo e a compreensão mútua. É preciso que as divergências sejam enfrentadas com respeito e abertura ao debate, buscando uma unidade que respeite a diversidade de opiniões.

          O Papa Francisco tem demonstrado coragem, disposição e esperança em buscar uma Igreja mais inclusiva, compassiva e aberta ao mundo. Suas propostas e ações têm gerado controvérsia, mas também despertado esperança em muitos fiéis, que veem nele uma voz de renovação e mudança.

          A resistência a Francisco é um reflexo dos desafios enfrentados pela Igreja Católica em um mundo em constante transformação. No entanto, é através do diálogo, do respeito mútuo e da busca por uma fé autêntica e compassiva que a Igreja poderá superar essas divisões e se tornar um instrumento efetivo de amor, justiça e paz para todos os seus fiéis e para o mundo.

          Em última análise, a história julgará o legado do Papa Francisco e seu impacto na Igreja Católica. O tempo dirá se suas propostas de reforma e sua visão progressista prevalecerão sobre a resistência encontrada dentro da instituição. Independentemente disso, é inegável que ele desencadeou debates e reflexões importantes sobre o papel da Igreja no mundo contemporâneo, e seu pontificado deixará marcas profundas na história do cristianismo.

domingo, 2 de julho de 2023

ARTIGO - Google e Meta coloca em risco a democracia brasileira. (Padre Carlos)

 


A Google e a Facebook  pressão para derrubar o PL das Fake News"



          A influência das grandes empresas de tecnologia no cenário político não é uma novidade, mas recentemente o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), admitiu abertamente que o Google e a Meta, controladora do Facebook, Whatsapp e Instagram, lideraram uma operação de pressão e lobby para derrubar o Projeto de Lei 2630, conhecido como PL das Fake News. Essa revelação levanta questões importantes sobre o poder dessas gigantes da tecnologia e o impacto que elas podem ter na democracia e na legislação.

          Segundo Arthur Lira, a proposta do PL das Fake News não avançou na Casa devido a uma "mobilização que ultrapassou os limites do contraditório democrático" capitaneada pelas big tecas. Isso significa que houve uma campanha intensa por parte do Google e da Meta para convencer os parlamentares a votarem contra o projeto, usando sua influência e recursos para pressionar os deputados.

          A reportagem do Estadão revelou que as empresas fizeram parte desse movimento de pressão abertamente, colocando-as na mira do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Polícia Federal (PF). Um site hospedado no exterior foi criado para acompanhar o placar de intenção de voto dos deputados, incentivando os usuários a enviarem mensagens para os parlamentares. Além disso, diretores das big techs estiveram presentes na Câmara dos Deputados diversas vezes desde que o PL entrou em pauta. Como resultado dessa pressão, 33 deputados mudaram seus votos em relação ao projeto.

          O PL das Fake News, que teve sua votação colocada em regime de urgência em abril, atualmente está parado. A proposta legislativa busca estabelecer medidas para combater a disseminação de notícias falsas, incluindo a obrigação das plataformas remunerarem o conteúdo jornalístico e a imposição de multas e sanções rigorosas no caso de propagação de desinformação.

          O fato de grandes empresas de tecnologia terem influência significativa sobre o processo legislativo é preocupante e coloca em xeque a democracia e a autonomia dos representantes eleitos. Embora seja compreensível que essas empresas defendam seus interesses comerciais e a liberdade de expressão, é preciso considerar os potenciais danos causados pela disseminação de notícias falsas e a desinformação na sociedade.

          A regulação adequada das big techs é uma necessidade urgente. É essencial que o poder dessas empresas seja controlado para evitar abusos e garantir um ambiente democrático saudável. Isso não significa sufocar a inovação ou limitar a liberdade de expressão, mas sim estabelecer regras claras que protejam os direitos dos cidadãos e responsabilizem as empresas por suas ações.

          O papel dos parlamentares é fundamental nesse processo. Eles devem resistir às pressões das grandes empresas de tecnologia e agir em prol do interesse público. A votação do PL das Fake News é um exemplo claro de como a influência corporativa pode atrapalhar o avanço de medidas importantes para a sociedade.



ARTIGO – Para o Papa,: há sogras e sogras. (Padre Carlos)

 

 


Tenham cuidado com a língua!




     O Sumo Pontífice pediu que as tratem melhor, mas deixou-lhes também um aviso: devem “ter cuidado com a língua”.

     O Papa Francisco surpreendeu o mundo ao dedicar uma parte da sua audiência geral desta quarta-feira às sogras. O líder da Igreja Católica elogiou o papel das mães dos cônjuges na família e pediu que sejam respeitadas e valorizadas. Mas também alertou para os perigos da língua afiada que, por vezes, pode causar conflitos e mal-entendidos.

     Francisco reconheceu que as sogras são muitas vezes alvo de piadas e gracejos, mas defendeu que elas são uma “riqueza” para a sociedade. “As sogras são importantes porque são a memória da família, são aquelas que transmitem a fé, os valores, as tradições”, afirmou. E acrescentou: “Sem as sogras não haveria netos”.

     O Papa lembrou ainda que as sogras têm uma missão especial na educação dos filhos e dos netos, especialmente nos tempos de crise que vivemos. “As sogras são aquelas que nos ensinam a ser fortes, a não desistir, a confiar em Deus”, disse.

     Mas nem tudo são rosas no relacionamento entre as sogras e os genros ou noras. O Papa admitiu que há casos em que as sogras se intrometem demais na vida dos casais, dando palpites indesejados ou fazendo comparações injustas. E, para evitar essas situações, Francisco deixou um conselho: “As sogras devem ter cuidado com a língua. A língua é um dom de Deus, mas também pode ser uma arma do diabo. A língua pode construir ou destruir, pode unir ou separar, pode abençoar ou amaldiçoar”.

     O Papa concluiu a sua reflexão pedindo aos fiéis que rezem pelas suas sogras e que lhes agradeçam pelo bem que fazem. E também pediu às sogras que rezem pelos seus genros e noras e que lhes façam sentir o seu amor.

     Eu não sei se o Papa Francisco tem ou teve alguma experiência pessoal com sogras, mas parece-me que ele foi muito sábio nas suas palavras. As sogras são, de facto, uma parte importante da família e merecem o nosso respeito e carinho. Mas também devem saber respeitar os limites e não se meterem onde não são chamadas.

     Eu tive a sorte de ter duas sogra, a avó e a mãe de minha esposa. Elas só trouxeram pra mim Felicidade. Mas sei que há muitos casos em que as sogras são motivo de infelicidade e de discórdia. Por isso, espero que o apelo do Papa seja ouvido e seguido por todos. Há sogras e sogras, mas todas podem ser melhores se souberem usar bem a língua.

 

ARTIGO - Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem: Desamparados diante da Disparidade de Poder. (Padre Carlos)

 



A Disproporcionalidade de Negociações entre Profissionais da Saúde e seus patrões.



     No recente debate sobre os direitos trabalhistas dos profissionais da saúde, uma questão crucial vem à tona: a disproporcionalidade de negociações entre a categoria e os empresários. Em particular, a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), chamou a atenção, deixando muitos enfermeiros e técnicos desamparados diante de seus carrascos. Essa disparidade evidencia a falta de poder de barganha dos trabalhadores da área da saúde e a necessidade urgente de uma mudança de paradigma.

     Enfermeiros e técnicos de enfermagem desempenham um papel vital em nossa sociedade, cuidando dos doentes, aliviando o sofrimento e garantindo que os serviços de saúde sejam prestados de forma adequada. No entanto, esses profissionais frequentemente se veem em condições precárias de trabalho, com salários insuficientes para sustentar uma vida digna. Um exemplo alarmante disso é o fato de muitos técnicos de enfermagem estarem recebendo, após os descontos, menos do que um salário mínimo.

     Nesse contexto, é fundamental que as entidades responsáveis pela defesa dos direitos dos trabalhadores, como o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), atuem de forma incisiva na denúncia desses abusos. Os enfermeiros por terem curso superior e estarem em cargos de coordenação não podem ser utilizados como "capitães do mato" em relação aos demais profissionais de saúde. É preciso unir forças em prol de uma causa comum: a valorização e o reconhecimento da importância desses profissionais.

     Infelizmente, a decisão do STF, que determina que patrões e empregados entrem em negociação coletiva como critério para pagamento do piso salarial, abre espaço para a aplicação de valores inferiores ao estabelecido. Embora a intenção por trás dessa proposta seja evitar demissões em massa ou o comprometimento dos serviços de saúde, ela coloca em risco a estabilidade financeira e a qualidade de vida dos profissionais da área.

   É fundamental ressaltar que os enfermeiros e técnicos de enfermagem merecem um tratamento justo e equitativo, assim como qualquer outro profissional. Eles estão na linha de frente, enfrentando condições adversas e dedicando-se incansavelmente à saúde e ao bem-estar dos pacientes. Negociar condições salariais adequadas e justas não deve ser uma opção, mas sim um direito básico assegurado por uma legislação trabalhista sólida.

   É imperativo que as autoridades competentes revejam essa decisão e se empenhem em garantir que os profissionais da saúde sejam devidamente valorizados. É preciso proporcionar-lhes um ambiente de trabalho digno, com salários condizentes com sua importância para a sociedade. A valorização desses profissionais não é apenas uma questão de justiça social, mas também de garantia da qualidade dos serviços de saúde prestados à população.

   Chegou o momento de superar a disproporcionalidade nas negociações entre os profissionais da saúde e os empresários. É fundamental que haja um equilíbrio de poder, para que os trabalhadores tenham condições adequadas de trabalho e remuneração justa.

      Para alcançar essa equidade, é necessário fortalecer as organizações sindicais e as entidades representativas dos profissionais da saúde. Essas instituições desempenham um papel crucial na defesa dos direitos trabalhistas e na negociação coletiva em nome dos trabalhadores. É essencial que os enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais profissionais da área se unam em sindicatos e associações, fortalecendo sua voz e poder de negociação.

     Em última análise, a disproporcionalidade nas negociações entre os profissionais da saúde e os empresários é um reflexo de desequilíbrios mais amplos em nossa sociedade. É um chamado para que repensemos nossas prioridades e coloquemos a dignidade e o bem-estar das pessoas no centro de nossas decisões.

     Os profissionais da saúde merecem condições de trabalho justas, remuneração adequada e reconhecimento por seu esforço e dedicação. É hora de agirmos coletivamente para corrigir essa disproporcionalidade e garantir que os enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais profissionais da área sejam tratados com o respeito e a dignidade que merecem. A saúde de nossa sociedade depende disso.

 

sábado, 1 de julho de 2023

ARTIGO - A Abordagem Neoliberal do Jornal O Globo Sobre a Petrobras. (Padre Carlos)

 

O Desprezo Pela Soberania Nacional

 


A matéria recente publicada pelo jornal O Globo, intitulada "Petrobras reduz preço da gasolina e perde R$ 21 bi em valor de mercado na Bolsa", revela mais uma vez a postura tendenciosa e parcial da mídia tradicional ao tratar de assuntos relacionados à Petrobras. Ao ignorar o papel estratégico da estatal como patrimônio do povo brasileiro, o jornal demonstra uma visão equivocada e, por vezes, contraditória sobre a empresa e sua relação com o mercado financeiro. Este artigo de opinião busca evidenciar essa postura e desmistificar a visão privatista adotada pelo Jornal O Globo.

A falta de perspectiva social e estratégica: A reportagem em questão foca, de maneira isolada, na reação negativa do mercado financeiro à redução do preço da gasolina promovida pela Petrobras. No entanto, omite deliberadamente os benefícios que tal medida traz para os consumidores, a inflação e, principalmente, para a soberania energética do Brasil. Ao negligenciar esses aspectos, o jornal deixa de cumprir seu papel de informar adequadamente a população e acaba por contribuir para a disseminação de uma visão distorcida da realidade.

Omissão da queda do dólar e contradição de posicionamento: Outra falha gritante da matéria é a omissão da queda significativa do dólar nos últimos meses, fator que possibilitou a redução do preço da gasolina. Enquanto a moeda norte-americana apresentou uma desvalorização de 12,4%, passando de R$ 5,66 para R$ 4,96, o jornal O Globo parece ignorar esse fato relevante ao criticar a diminuição no valor dos combustíveis. É curioso observar que, em períodos em que o dólar estava em alta, o mesmo jornal defendia os aumentos sucessivos dos preços dos combustíveis, justificando-os como necessários para evitar prejuízos à Petrobras. Essa incoerência revela uma postura oportunista e contraproducente.

A Petrobras como patrimônio do povo brasileiro: Um aspecto fundamental ignorado pela matéria é o fato de a Petrobras ser uma empresa pública, controlada pelo Estado brasileiro e com a União Federal como acionista majoritária. Tal configuração faz com que a estatal não possa ser analisada apenas sob a ótica do lucro e do mercado, mas também sob a perspectiva do interesse público e do desenvolvimento nacional. A Petrobras desempenha um papel crucial na exploração das riquezas do pré-sal, que pertencem ao povo brasileiro, e na garantia do abastecimento de combustíveis em todo o país. Além disso, a empresa é um dos principais investidores em pesquisa e inovação, gerando empregos qualificados e impulsionando o desenvolvimento tecnológico no Brasil.

 A matéria do jornal O Globo revela-se, assim, como tendenciosa, parcial e distante da realidade. Ao desconsiderar o papel estratégico da Petrobras para o Brasil e ao não reconhecer que a queda do dólar possibilitou a redução do preço da gasolina, o jornal demonstra um viés neoliberal e privatista que desvaloriza o interesse nacional em prol dos interesses do mercado financeiro.

É lamentável constatar que um veículo de comunicação tão influente como O Globo adote essa postura, pois isso contribui para a disseminação de uma narrativa distorcida sobre a Petrobras e desinforma a população. Ao negligenciar os benefícios para os consumidores, para a inflação e para a soberania energética do país, o jornal compromete sua função de informar e forma uma visão deturpada sobre a estatal.

Cabe aos leitores e à sociedade como um todo estar atentos a essas distorções e buscar fontes de informação mais abrangentes e confiáveis. A diversidade de opiniões e o acesso a diferentes perspectivas são fundamentais para uma sociedade democrática e bem informada.

Em conclusão, a postura adotada pelo jornal O Globo em sua matéria sobre a Petrobras é um exemplo de como a mídia tradicional pode negligenciar o interesse nacional em detrimento de interesses financeiros. É essencial que os veículos de comunicação exerçam seu papel de forma ética, imparcial e responsável, fornecendo informações precisas e contextualizadas para o público. Somente assim poderemos construir uma sociedade informada e consciente de seus direitos e deveres.


ARTIGO - Home Care: a importância de garantir direitos trabalhistas .(Padre Carlos)

 

A qualidade de vida dos profissionais da saúde

 


          A expansão do serviço de Home Care no Brasil tem sido uma resposta à necessidade de uma assistência em saúde mais próxima e adequada às demandas individuais dos pacientes. No entanto, o crescimento dessa modalidade de atendimento também trouxe consigo desafios e problemas que precisam ser enfrentados e solucionados.

          Uma das principais questões envolvendo o Home Care no Brasil diz respeito à forma como os profissionais de enfermagem são remunerados e contratados. Muitos técnicos de enfermagem que atuam nesse setor enfrentam uma carga horária excessiva, muitas vezes ultrapassando os limites estabelecidos pelo Conselho Regional de Enfermagem (COREM). Além disso, esses profissionais costumam receber por plantão, o que pode levar a uma remuneração insuficiente para suprir suas necessidades básicas.

          Para contornar essas questões, algumas empresas criaram um sistema de cooperativas que mantêm os profissionais de enfermagem sem vínculo empregatício direto com a empresa. Embora essa prática possa parecer uma solução aparente para a flexibilização da contratação, na prática, acaba prejudicando os técnicos de enfermagem. Os descontos aplicados nos valores dos plantões reduzem significativamente a bonificação recebida, muitas vezes levando-a a ser inferior a um salário mínimo.

          É fundamental que o piso salarial para técnicos de enfermagem seja estabelecido e respeitado pelas empresas que oferecem serviços de Home Care. Esse piso não apenas garantiria uma remuneração justa e condizente com as responsabilidades desses profissionais, mas também serviria como uma forma de desmascarar a prática das cooperativas, que muitas vezes têm o objetivo de reduzir custos às custas dos direitos trabalhistas dos enfermeiros.

          A valorização e o respeito aos técnicos de enfermagem são essenciais para a qualidade do atendimento prestado no Home Care. Esses profissionais são fundamentais para o bem-estar dos pacientes, oferecendo cuidados especializados e humanizados no ambiente familiar. No entanto, a precarização das condições de trabalho e a remuneração inadequada afetam diretamente a motivação e o desempenho desses profissionais, comprometendo, por consequência, a qualidade do serviço prestado.

          É importante que as autoridades competentes, como o COREM e o Ministério da Saúde, estejam atentas a essas práticas e ajam em prol dos direitos dos técnicos de enfermagem que atuam no Home Care. A fiscalização rigorosa das empresas que oferecem esse tipo de serviço, bem como a aplicação de sanções adequadas em caso de descumprimento das leis trabalhistas, são medidas necessárias para coibir abusos e garantir que os profissionais sejam tratados de forma justa.

          O Home Care tem o potencial de ser uma modalidade de assistência em saúde altamente benéfica tanto para os pacientes quanto para os profissionais envolvidos. No entanto, é necessário que sejam tomadas medidas para garantir que essa prática seja realizada de forma ética e justa. A valorização dos técnicos de enfermagem, por meio do estabelecimento de um piso salarial adequado e do combate às práticas abusivas das cooperativas, é essencial para o de técnicos de enfermagem e o desenvolvimento sustentável do Home Care no Brasil.

          Em suma, o Home Care é uma modalidade de assistência em saúde que tem o potencial de transformar o cenário da saúde no Brasil, proporcionando um atendimento mais humanizado, personalizado e acessível. No entanto, é necessário garantir que os profissionais de enfermagem sejam valorizados e remunerados adequadamente, combatendo práticas abusivas e promovendo a capacitação e qualificação desses profissionais. Somente assim poderemos construir um sistema de Home Care sólido e eficiente, capaz de atender às demandas da população de forma ética e sustentável.

 

 

 

sexta-feira, 30 de junho de 2023

ARTIGO - As Mulheres Baianas na Luta pela Independência. (Padre Carlos)

 

 

 


 

Heroínas Esquecidas da História

 


          Neste ano de 2023, celebramos os 200 anos da independência da Bahia, um marco histórico que consagrou a luta pela emancipação política do Brasil. No entanto, é essencial reconhecer que essa conquista não teria sido possível sem a valiosa contribuição das mulheres. No contexto do 2 de Julho, data emblemática da independência baiana, três mulheres destacam-se como heroínas: Joana Angélica, Maria Quitéria e Maria Felipa. Suas histórias de coragem, ousadia e patriotismo representam a diversidade e a força das mulheres baianas, que não se deixaram abater pela opressão e violência.

  Joana Angélica, uma religiosa, desempenhou um papel crucial na defesa do Convento da Lapa, onde o general Labatut, líder das forças brasileiras, estava refugiado. Em 19 de fevereiro de 1822, ela enfrentou os soldados portugueses que tentavam invadir o convento e acabou sendo mortalmente ferida por uma baioneta. Sua morte provocou indignação e revolta entre os baianos, tornando-se um grito de resistência que impulsionou a guerra.

     Maria Quitéria, por sua vez, foi uma heroína militar que se disfarçou de homem para se alistar no exército brasileiro. Sua bravura e habilidade no manejo das armas foram evidenciadas em várias batalhas contra as tropas portuguesas. Ela se tornou a primeira mulher a receber a patente de cadete honorária do Exército Brasileiro, concedida pelo imperador Dom Pedro I, em reconhecimento aos seus serviços.

     Já Maria Felipa, uma líder popular, comandou um grupo de mulheres negras, índias e mestiças na Ilha de Itaparica. Por meio de estratégias de guerrilha, ela atacou as embarcações portuguesas que cercavam a ilha, chegando a incendiar 42 navios. Além disso, Maria Felipa utilizava sua astúcia e poder de sedução para atrair os soldados inimigos e derrotá-los com galhos de cansanção, uma planta urticante.

          Essas três mulheres são exemplos vivos de heroísmo e patriotismo, que merecem ser lembrados e homenageados no 2 de Julho. Elas simbolizam a importância das mulheres na independência da Bahia e na formação do Brasil como nação. Suas histórias inspiram e incentivam as mulheres de hoje a lutarem pelos seus direitos, por sua dignidade e por sua participação plena na sociedade.

   Ao resgatarmos a memória dessas heroínas, reconhecemos que a independência da Bahia não foi uma conquista exclusiva dos homens. A participação das mulheres foi fundamental para o alcance desse objetivo histórico, mesmo diante de um contexto de desigualdade de gênero e de restrições impostas pela sociedade da época. As mulheres baianas demonstraram sua capacidade de liderança, coragem e engajamento na luta pela liberdade.

      Além disso, as histórias de Joana Angélica, Maria Quitéria e Maria Felipa evidenciam a importância da inclusão e da diversidade na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

       Essas mulheres representam diferentes camadas sociais e etnias, que se uniram em prol de um objetivo comum: a independência da Bahia. Suas ações demonstram que a luta pela liberdade transcende barreiras e que a diversidade é uma força que impulsiona mudanças significativas.

     É fundamental destacar que a participação das mulheres na independência da Bahia não se limitou apenas às figuras de Joana Angélica, Maria Quitéria e Maria Felipa. Inúmeras mulheres anônimas contribuíram para a causa, seja na retaguarda, fornecendo apoio logístico e cuidando dos feridos, ou atuando ativamente no campo de batalha.

       No entanto, é preciso reconhecer que, mesmo após dois séculos da independência da Bahia, as mulheres ainda enfrentam desafios em sua busca por igualdade de direitos e reconhecimento. A luta pela emancipação feminina é contínua e necessita do engajamento de toda a sociedade para superar as barreiras do preconceito e da desigualdade de gênero.

         A história das heroínas do 2 de Julho nos inspira a reafirmar o papel crucial das mulheres na construção do nosso país. É necessário que suas contribuições sejam valorizadas e que as conquistas alcançadas por elas sirvam de exemplo para as futuras gerações.

      Nesse sentido, é imprescindível promover a igualdade de oportunidades, garantir o acesso das mulheres à educação, à saúde e ao mercado de trabalho, assim como incentivar sua participação ativa na política e nos espaços de poder. Somente assim poderemos alcançar uma sociedade mais justa e equitativa, na qual o potencial e a voz das mulheres sejam plenamente reconhecidos e valorizados.

             À medida que celebramos os 200 anos da independência da Bahia, devemos lembrar e enaltecer a importância das mulheres nessa conquista histórica. Joana Angélica, Maria Quitéria, Maria Felipa e tantas outras mulheres que contribuíram para a independência são exemplos de coragem, força e determinação que nos inspiram a seguir lutando por um futuro mais igualitário e inclusivo.

         Que as heroínas do passado sejam as luzes que nos guiam na busca por uma sociedade em que todas as mulheres possam exercer sua plena cidadania e serem protagonistas de suas próprias histórias. A independência da Bahia é uma lembrança viva de que a luta pela liberdade e pela justiça deve contar com a participação ativa e valorização das mulheres.

 

 

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...