sábado, 1 de julho de 2023

ARTIGO - A Abordagem Neoliberal do Jornal O Globo Sobre a Petrobras. (Padre Carlos)

 

O Desprezo Pela Soberania Nacional

 


A matéria recente publicada pelo jornal O Globo, intitulada "Petrobras reduz preço da gasolina e perde R$ 21 bi em valor de mercado na Bolsa", revela mais uma vez a postura tendenciosa e parcial da mídia tradicional ao tratar de assuntos relacionados à Petrobras. Ao ignorar o papel estratégico da estatal como patrimônio do povo brasileiro, o jornal demonstra uma visão equivocada e, por vezes, contraditória sobre a empresa e sua relação com o mercado financeiro. Este artigo de opinião busca evidenciar essa postura e desmistificar a visão privatista adotada pelo Jornal O Globo.

A falta de perspectiva social e estratégica: A reportagem em questão foca, de maneira isolada, na reação negativa do mercado financeiro à redução do preço da gasolina promovida pela Petrobras. No entanto, omite deliberadamente os benefícios que tal medida traz para os consumidores, a inflação e, principalmente, para a soberania energética do Brasil. Ao negligenciar esses aspectos, o jornal deixa de cumprir seu papel de informar adequadamente a população e acaba por contribuir para a disseminação de uma visão distorcida da realidade.

Omissão da queda do dólar e contradição de posicionamento: Outra falha gritante da matéria é a omissão da queda significativa do dólar nos últimos meses, fator que possibilitou a redução do preço da gasolina. Enquanto a moeda norte-americana apresentou uma desvalorização de 12,4%, passando de R$ 5,66 para R$ 4,96, o jornal O Globo parece ignorar esse fato relevante ao criticar a diminuição no valor dos combustíveis. É curioso observar que, em períodos em que o dólar estava em alta, o mesmo jornal defendia os aumentos sucessivos dos preços dos combustíveis, justificando-os como necessários para evitar prejuízos à Petrobras. Essa incoerência revela uma postura oportunista e contraproducente.

A Petrobras como patrimônio do povo brasileiro: Um aspecto fundamental ignorado pela matéria é o fato de a Petrobras ser uma empresa pública, controlada pelo Estado brasileiro e com a União Federal como acionista majoritária. Tal configuração faz com que a estatal não possa ser analisada apenas sob a ótica do lucro e do mercado, mas também sob a perspectiva do interesse público e do desenvolvimento nacional. A Petrobras desempenha um papel crucial na exploração das riquezas do pré-sal, que pertencem ao povo brasileiro, e na garantia do abastecimento de combustíveis em todo o país. Além disso, a empresa é um dos principais investidores em pesquisa e inovação, gerando empregos qualificados e impulsionando o desenvolvimento tecnológico no Brasil.

 A matéria do jornal O Globo revela-se, assim, como tendenciosa, parcial e distante da realidade. Ao desconsiderar o papel estratégico da Petrobras para o Brasil e ao não reconhecer que a queda do dólar possibilitou a redução do preço da gasolina, o jornal demonstra um viés neoliberal e privatista que desvaloriza o interesse nacional em prol dos interesses do mercado financeiro.

É lamentável constatar que um veículo de comunicação tão influente como O Globo adote essa postura, pois isso contribui para a disseminação de uma narrativa distorcida sobre a Petrobras e desinforma a população. Ao negligenciar os benefícios para os consumidores, para a inflação e para a soberania energética do país, o jornal compromete sua função de informar e forma uma visão deturpada sobre a estatal.

Cabe aos leitores e à sociedade como um todo estar atentos a essas distorções e buscar fontes de informação mais abrangentes e confiáveis. A diversidade de opiniões e o acesso a diferentes perspectivas são fundamentais para uma sociedade democrática e bem informada.

Em conclusão, a postura adotada pelo jornal O Globo em sua matéria sobre a Petrobras é um exemplo de como a mídia tradicional pode negligenciar o interesse nacional em detrimento de interesses financeiros. É essencial que os veículos de comunicação exerçam seu papel de forma ética, imparcial e responsável, fornecendo informações precisas e contextualizadas para o público. Somente assim poderemos construir uma sociedade informada e consciente de seus direitos e deveres.


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