A Google e a Facebook pressão para derrubar o PL das Fake News"
A influência das grandes empresas de tecnologia no cenário político não é uma novidade, mas recentemente o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), admitiu abertamente que o Google e a Meta, controladora do Facebook, Whatsapp e Instagram, lideraram uma operação de pressão e lobby para derrubar o Projeto de Lei 2630, conhecido como PL das Fake News. Essa revelação levanta questões importantes sobre o poder dessas gigantes da tecnologia e o impacto que elas podem ter na democracia e na legislação.
Segundo Arthur Lira, a proposta do PL das Fake News não avançou na Casa devido a uma "mobilização que ultrapassou os limites do contraditório democrático" capitaneada pelas big tecas. Isso significa que houve uma campanha intensa por parte do Google e da Meta para convencer os parlamentares a votarem contra o projeto, usando sua influência e recursos para pressionar os deputados.
A reportagem do Estadão revelou que as empresas fizeram parte desse movimento de pressão abertamente, colocando-as na mira do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Polícia Federal (PF). Um site hospedado no exterior foi criado para acompanhar o placar de intenção de voto dos deputados, incentivando os usuários a enviarem mensagens para os parlamentares. Além disso, diretores das big techs estiveram presentes na Câmara dos Deputados diversas vezes desde que o PL entrou em pauta. Como resultado dessa pressão, 33 deputados mudaram seus votos em relação ao projeto.
O PL das Fake News, que teve sua votação colocada em regime de urgência em abril, atualmente está parado. A proposta legislativa busca estabelecer medidas para combater a disseminação de notícias falsas, incluindo a obrigação das plataformas remunerarem o conteúdo jornalístico e a imposição de multas e sanções rigorosas no caso de propagação de desinformação.
O fato de grandes empresas de tecnologia terem influência significativa sobre o processo legislativo é preocupante e coloca em xeque a democracia e a autonomia dos representantes eleitos. Embora seja compreensível que essas empresas defendam seus interesses comerciais e a liberdade de expressão, é preciso considerar os potenciais danos causados pela disseminação de notícias falsas e a desinformação na sociedade.
A regulação adequada das big techs é uma necessidade urgente. É essencial que o poder dessas empresas seja controlado para evitar abusos e garantir um ambiente democrático saudável. Isso não significa sufocar a inovação ou limitar a liberdade de expressão, mas sim estabelecer regras claras que protejam os direitos dos cidadãos e responsabilizem as empresas por suas ações.
O papel dos parlamentares é fundamental nesse processo. Eles devem resistir às pressões das grandes empresas de tecnologia e agir em prol do interesse público. A votação do PL das Fake News é um exemplo claro de como a influência corporativa pode atrapalhar o avanço de medidas importantes para a sociedade.
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