terça-feira, 28 de maio de 2019

ARTIGO | Que a Justiça se faça presente nesta casa. (Padre Carlos)*


Que a Justiça se faça presente nesta casa.



            Quando cada ministro do Supremo Tribunal Federal tem o seu próprio código de ética, passa a ser moralmente permitido tudo o que não está na lei. Desta forma, as boas intenções dos Magistrados, podem ter efeitos negativos ao tentar interpretar a Carta Magna. Queremos aqui lembrar, que a Constituição é a base política de uma sociedade. Ela estabelece os princípios orientadores para formar a unidade política e contém os indicadores das tarefas do Estado. Contêm os procedimentos para regular os conflitos sociais. Cria as bases e determina os princípios que regulam a ordem jurídica como um todo.
            É claro que uma Constituição não pretende ser um sistema fechado e sem lacunas, seja porque pode querer deixar determinados assuntos, como da área econômica, abertos para a discussão, seja porque determinados temas são muito complexos para serem tratados, ou, ainda, porque se pretende deixar uma configuração aberta.
         
   Assim, o texto constitucional deve permanecer inacabado, uma vez que se destina a regular as relações sociais que são mutáveis no decorrer do tempo, portanto seu conteúdo deve estar aberto para a interpretação no tempo e por meio dessa interpretação se alcançar a força normativa da Constituição. Isto não quer dizer que a nossa Corte pode legislar e mudar por completo o sentido do texto.
            Quando sabemos da intenção de alguns ministros que buscam dentro das possibilidades semânticas oferecidas pelo texto, procurará à interpretação de maneira alinhada com a sociedade, eu me pergunto: como interpretar o tal ‘sentimento social propalado por eles num país dividido e que segmento teria na Constituição uma proteção básica de seus direitos, já que a Constituição é para a proteção e direitos de todos?
            No Direito Penal, a interpretação do que está na Constituição ‘só pode valer para beneficiar o réu e nunca para prejudicá-lo. É disto que estamos falando?
            Quando invadiu a Polônia e deflagrou a Segunda Guerra Mundial, em 1939, Hitler produziu a seguinte frase que animava seu espírito bélico, expansionista e fantasioso: “Ninguém vai perguntar ao vencedor se disse a verdade.” Os membros da nossa, Corte de Justiça, são Mestre em Direito pelas melhores universidade, Doutores e reconhecidos mundialmente, assim quando abordamos questões, mesmo de cunho filosófico, não podemos esquecer que estamos falando de uma elite e que destes não se espera erros nem tão pouco, discernimento que não seja condizente com a nossa cultura jurídica, e quando falo de cultura, me refiro como a maneira pela qual os humanos se humanizam por meio de práticas que criam por cultura, a pratica da existência social, econômica, política, religiosa, intelectual e artística.
            Que a Justiça se faça presente nesta casa.
Padre Carlos.

ARTIGO || A dor da perda (Padre Carlos)*



A dor da perda
        

         Quando ouvimos que alguém está de luto, muitas vezes não entendemos direito o que quer dizer, bem como o estado emocional que esta pessoa esta vivenciando. Quando falamos de luto, estamos nos referindo a esse processo natural e universal diante de uma perda. 
         Perdas muitas vezes suportadas através de medicamentos e silenciadas por frases feitas de pessoas cheias de boas intenções: “sei o que isso é” (não sabe só eu sei o que estou sentindo!); “tenha força!” (não tenho, a dor é intensa e é muito grande para suportar!); “pensa noutra coisa” (não penso, só a lembrança de minha perda me consola!); “tem que andar pra frente” (não consigo, não vejo perspectiva sem conviver com minha perda!); “está no céu” (mas eu estou aqui e vivo, sofrendo!).

         Sim, precisamos viver o nosso luto, conhecer nossas feridas e saber que só com o remédio do tempo ela poderão se fechar e não é da noite para o dia que isto vai acontecer.

         Estas lesões na alma podem ser causadas por: pelos que morrem e eu sei que jamais verei nesta vida; luto pelos que, continuando vivos e sei que não represento mais nada na vida desta pessoa, embora os meus sentimentos permaneçam os mesmo e ela partiu da nossa vida.

         Lutos antes do tempo da partida; lutos prolongados e lutos bem ritmados; lutos que viram doenças e lutos que geram oportunidades; lutos que põem em causa a fé e lutos que redobram a confiança em Deus; lutos pela pátria que deixamos e luto pela saúde que perdemos; luto pelo divórcio ou luto por um filho perdido; luto pela traição, pela falta de emprego e de sentido; luto pela imagem perdida ou pelo animal de estimação que morreu; luto pela fé que sentimos ter perdido. No fundo, há sempre um luto que mora dentro de nós. E perder é verbo de difícil conjugação.

         A palavra “luto” vem de lugere, que quer dizer “chorar”, e expressa a dor natural pela perda de algo ou de alguém. É a consequência da perda de um vínculo. Manifesta-se em sinais de sofrimento (físico, psíquico, social, espiritual), em comportamentos (vestir...) e, frequentemente, em rituais (ida ao cemitério...).

         É um processo lento, assim como a cicatrização de uma ferida, só que esta é na alma, que passa por diferentes fases, muitas vezes fases que vão e voltam. Quando a sua decisão for adaptar, e integrar a perda, isto levará à possibilidade de uma nova vida, de novos projetos, de uma vida reconfigurada.

         Outras vezes, se a perda não é assumida, conduz a doenças físicas, psíquicas, espirituais... Não é garantido que quem cala consente.

         É praticamente impossível sobreviver a uma situação de sofrimento se não formos capazes de conseguir contar uma história articulada sobre a mesma, pelo menos a nós próprios.

                   Uma das pastorais que eu sinto falta na Igreja, é com certeza a que se preocuparia em proporcionar um lugar para quem está em luto, isto é, um centro de escuta e acompanhamento espiritual. Um lugar  de encontro, de escuta, de fraternidade, de oração, de misericórdia, de perfume e de esperança cristã... no caminho de Emaús!

         Se você está em luto, se conhece alguém em luto, seja esperança para esta pessoa e não se esqueça que o luto pode ser uma ação missionária, ele é também, “terra de missão”.
Padre Carlos

ARTIGO | Perdoar para que as feridas sejam curadas (Padre Carlos)*


Perdoar para que as feridas sejam curadas

            O grande desafio do cristão é seguir os mandamentos de Cristo e coloca-lo em prática, assim entre muitos destes ensinamentos, estão este: “Amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu” (Mateus 6, 44-45). 
            Mas isso não é fácil. Quem nunca teve pensamentos negativos sobre seus inimigos e até já desejou que coisas ruins lhe acontecessem? O ódio instaura-se no coração e afeta o cérebro. Este sentimento intenso de raiva, aversão e repulsa é capaz de emburrecer.
            Não este não é um modo cristão de viver! Nós somos desafiados a amar todas as pessoas, especialmente aquelas que nos machucam de alguma forma. 
Então, como podemos mudar nossos pensamentos negativos sobre as pessoas? O padre italiano Lorenzo Scupoli explicou, no livro O Combate Espiritual, a chave para superar tal atitude interior: 
“Eu acrescentaria a tudo o que foi dito que, se a virtude em que você está se exercitando assim o exigir, você também deve praticar atos externos conformes ao interior; como, por exemplo, palavras de amor e mansidão e serviços humildes prestados àqueles que, de alguma forma, o frustraram ou desprezaram.”
Scupoli ainda sugere que você diga algo bom sobre seu inimigo ou até mesmo faça algo bom para ele. Mesmo que isso seja extremamente difícil, o ato em si começará a transformar sua alma.
            Não podemos esquecer que somos a soma dos corpos e das almas, isto é, nós somos uma unidade de corpo e alma. Portanto, o que fazemos fisicamente com nossos corpos afetará nossas almas. Isso significa que, se você quiser pensar melhor sobre certas pessoas, talvez seja necessário falar positivamente sobre elas ou sair de seu caminho para fazer uma boa ação por elas.
            Seus inimigos podem até não apreciar ou mesmo rejeitar esse ato, mas isso não deve fazer você perder o foco que é se libertar deste peso, deste pecado,desta cruz . Temos que seguir o exemplo de Jesus e amar a todos. 
Ninguem lhe falou que seria facil ser cristão. Neste momento, convido você a abrir o seu coração para perdoar a todos, até mesmo os seus inimigos e, também, aqueles que não te perdoam ou, ainda, aqueles que fizeram algum mal à sua família.
            Essa é a verdadeira mística e espiritualidade. Bem vindo a bordo!


Padre Carlos.

ARTIGO | Meu Papa não é herético? (Padre Carlos)*




Meu Papa não é herético?


            Faz exatamente quinze dias, que um grupo de académicos, teólogos e padres católicos dirige-se ao colégio dos bispos da Igreja Católica invocando duas razões: acusar o Papa Francisco do "delito canónico de heresia" e requerer que os bispos façam o que é preciso para que ele renuncie publicamente a essas heresias ou se lhe aplique o estabelecido canonicamente, incluindo a remoção do cargo papal.
            Em síntese, Francisco é acusado de aceitar que católicos divorciados e recasados civilmente possam ser admitidos, em certas circunstâncias, à comunhão; acusado de não se opor de forma mais contundente ao aborto; acusado de, no diálogo ecuménico com os luteranos, manifestar acordo com Lutero em alguns pontos; acusado de acolher os LGBT; acusado de afirmar que a diversidade de religiões não só é permitida por Deus, mas querida; acusado de ter dado cobertura e mesmo ter promovido personalidades que também dão cobertura a estas heresias, aceitam a moralidade de atos homossexuais e/ou praticaram ou encobriram abusos sexuais de menores...
            O que é que os autores da carta querem? Que não haja liberdade religiosa? Querem o uniformismo? Não será a unidade na variedade a riqueza da vida também no domínio religioso? Estou convicto de que Deus se revelou de modo definitivo e inultrapassável em Jesus. No entanto, o Jesus que disse: "Eu e o Pai somos um" também disse: "O Pai é maior do que eu." O que é que isto quer dizer? Evidentemente, as religiões não são todas iguais, mas elas todas, na medida em que não sejam contra o Humanum, pelo contrário, o promovam, são caminhos para Deus, que está para lá de todas elas. Não se pode esquecer que as religiões não existem para elas mesmas, pois estão ao serviço de Deus e da humanidade. E o Papa esforça-se no combate a favor da paz, concretamente com o islão moderado, a favor do diálogo inter-religioso. Sem afastar nem postergar a identidade cristã, evidentemente.
            Quando Francisco enfrenta estas forças que tentam ressuscitar a cristandade em sua versão mais perversa, ele quer que saibamos que a Igreja não pode deixar de ser sacramento da misericórdia de Deus no mundo, em todos os tempos e para a humanidade inteira. Portanto, cada cristão está chamado a ser testemunha da misericórdia, e isto acontece no caminho da santidade. Pensemos em quantos santos se tornaram misericordiosos porque deixaram que seus corações se enchessem de misericórdia divina. Deram corpo ao amor do Senhor, derramando-o nas múltiplas necessidades da humanidade sofredora. Neste florescer de tantas formas de caridade é possível entrever os reflexos da face misericordiosa de Cristo.
            Somente trazendo o povo que foi durante séculos afastados da mesa da Eucaristia e agindo como um Pai Misericordioso poderemos ser digno do nosso pastoreio e com ajuda dos excluídos buscaremos reconstruir, vivendo lado a lado, rezando e pregando com eles. Diante de tal constatação, é que Francisco foi percebendo que a vontade do Senhor é a reconstrução da Igreja viva. Francisco não esta fazendo uma reforma, ele esta fazendo uma reconstrução, devolvendo a Igreja aos pobres, uma verdadeira revolução!


Padre Carlos

ARTIGO | Verdadeiro Bispo (Padre Carlos)*



Verdadeiro Bispo


            Na avaliação do ano pastoral da diocese de Roma, no qual participaram os seus bispos auxiliares, sacerdotes, religiosos, o bispo de Roma ( Francisco ) quer que a sua diocese escute a cidade e seja sensível aos gritos dos que sofrem: os órfãos, os toxicodependentes, as famílias que passam dificuldades, os pobres, os estrangeiros, os idosos, as pessoas com deficiência. Quer que esteja atenta aos que perderam a fé, ou que nunca tiveram. Os que querem verdadeiramente promover o outro têm de desenvolver uma atitude de humildade. Vencer a tentação de se sentirem superiores, para se colocarem ao seu serviço. "Ai daqueles que olham do alto e desprezam os pequenos", disse o Papa.
            Segundo ele, é preciso ir ao seu encontro desinteressadamente, como o Bom Pastor que vai à procura da ovelha perdida sem qualquer interesse pessoal, a não ser que nenhuma se perca. Foi isso que fez Jesus. Deixou as noventa e nove para ir à procura da que andava perdida. "Nós, muitas vezes, estamos obcecados com as poucas ovelhas que permaneceram no redil. E tantos deixam de ser pastores de ovelhas para se tornarem "penteadores" de ovelhas requintadas. E gastam todo o seu tempo penteando-as. Muitas? Não. Dez ... pouca coisa. O que é mau. Nunca encontramos coragem para procurar as outras, aquelas que estão perdidas, que percorrem caminhos que nunca desbravámos", afirmou o Papa.
            Para escutar a cidade e ter uma proposta para os seus problemas é necessário, segundo o Papa, percorrer o caminho das Bem-Aventuranças. Esse discurso em que Jesus proclama bem-aventurados os pobres, os que passam fome, os que choram... Para o Papa, as Bem-Aventuranças só são compreendidas pelos que aprenderam com Jesus e com a vida "onde está a verdadeira alegria, aquela que o Senhor nos dá, e saber discernir onde encontrá-la e fazer com que os outros a encontrem". Em comunidades que acolham "as pessoas, feridas pela vida ou pelo pecado, os pequeninos que clamam a Deus", sem orgulho, mas com humildade, respeitando-as e envolvendo-as em "relações verdadeiramente humanas". Em que elas se sintam de novo pessoas em vez de descartáveis da sociedade.
            O Papa propôs duas preocupações fundamentais aos seus diocesanos. A primeira, "exercitar um olhar contemplativo sobre a vida das pessoas que habitam a cidade". Ou seja, "entender como as pessoas vivem, como pensam". A segunda, "exercitar um olhar contemplativo sobre as novas culturas que se geram na cidade".
            Escutando o discurso do Papa aos diocesanos, fica-se com a impressão que ele dá pouco valor aos planos pastorais, às estruturas ou organizações diocesanas. Não se trata disso, porém. O que ele alerta é para a sua inutilidade se não estiverem ao serviço das pessoas, em particular dos mais pobres e dos pequeninos.
*Padre Carlos


ARTIGO | O que é isto Companheiro? (Padre Carlos)*



O que é isto Companheiro


Quem me conhece sabe: sou petista com muito orgulho e, enquanto ser-no-mundo, como diria Paulo Freire, sempre me posicionei ideologicamente no campo da esquerda. Mas reconheço que a esquerda é muito mais abrangente do que o lulismo e o petismo. O que recuso é a simplificação da realidade social e política, sua redução à dicotomia maniqueísta do “”bem” versus o “mal”.

            A realidade é mais complexa. No mundo da política não há só dois partidos; a política não se reduz ao PT. Sou petista desde 1980! O PT foi e é uma das minhas “universidades”, como diria o saudoso Maurício Tragtenberg. Aprendi muito, conheci muitas pessoas e fiz amizades que mantenho até o presente. Muitas delas deixaram o PT. São livres para escolher e cabe-me apenas respeitar a decisão. Tenho amigos na esquerda crítica ao PT – em muitos casos, também oriundos do petismo. Na minha militância, conheci outras pessoas, nem petistas nem comunistas. Também tento compreender e respeitar. Não pauto as minhas amizades por cores ideológicas.
            O fato de alguém pensar diferente não o torna necessariamente o meu inimigo. Para além das manifestações de ódio e violência, do preconceito social e do machismo renitente, é preciso ter claro que nem todos agem e pensam preconceituosamente e sejam misóginos. A democracia pressupõe o direito de pensar diferente. Aprendi nestes quarenta e cinco anos de militância, que com efeito, na política a linguagem nunca é inocente, ela está sempre em disputa. Os rótulos e slogans são próprios das simplificações ideológicas. Como o medo, a linguagem é um ingrediente inerente à luta política. Seu uso tende a ser generalizado, indiscriminado e perigoso!
            É preciso preservar o direito de divergir. Porém, isto não significa aceitar ser acometido pela cegueira política, própria dos fanáticos que alimentam o ódio. Há também os que se recusam a ver, embora enxerguem com os olhos. Os que inadvertidamente atropelam a democracia, ainda que paradoxalmente em nome da democracia, semeiam os frutos amargos do autoritarismo. Como escreve Saramago: “É uma grande verdade a que diz que o pior cego foi aquele que não quis ver”.


Padre Carlos

ARTIGO | Nem tudo que é legal é moral (Padre Carlos)*


            

Nem tudo que é legal é moral 




                Por mais que se diga que a imparcialidade da Justiça esteja presente nos últimos acontecimentos no nosso país é difícil acreditar. 
O que o Brasil na verdade esta vivendo é uma desonesta instrumentalização do seu sistema judicial e político ao serviço de um determinado e concreto interesse político, visando à implementação de um projeto neoliberal fruto do mito de um Estado Mínimo.

            Estes acontecimentos passam a ser colocados em pratica, quando um ativista político começa a atua disfarçado de juiz. O que vem acontecendo no Brasil, não é apenas um problema institucional de forma pontual, o que quero chamar atenção dos nossos leitores é para a verdadeira tragédia institucional que esta se formando em nosso país.

            Para lembramos e entendermos todo o enredo desta tragédia grega que se abate sobre a nossas vidas, gostaria de chamar atenção para os seguintes fatos: nosso atual ministro da justiça, quando era juiz, validou ilegalmente uma escuta telefônica entre a então presidente brasileira, Dilma Roussef, e o seu antecessor, Lula da Silva.

            Este mesmo magistrado decide, ilegalmente, entregar a gravação à rede de televisão Globo, que a divulga nesse mesmo dia, o juiz condena o antigo Presidente [Lula da Silva] por corrupção em atos indeterminados, o juiz prende o ex- Presidente antes de a sentença transitar em julgado, violando frontalmente a constituição brasileira. O juiz, em gozo de férias e sem jurisdição no caso, age ilegalmente para impedir que a decisão de um desembargador que decidiu pela libertação de Lula seja cumprida.

            Só podemos avaliar o atual ministro de Bolsonaro quando atuava na magistratura, como um juiz indigno, é um político medíocre e uma pessoa lamentável. Como podemos acreditar em um militante do direito, que apesar do conhecimento dos atos e dos discursos governamentais que celebram golpes militares, defendem a tortura e recomendam o banimento dos adversários políticos, se calando diante tantos atos autoritários quando não defende publicamente este mesmo governo.

            Diante de tantas agressões ao Estado de Direito, não entendemos o significado do silêncio daqueles que assistem a tudo isto como se nada fosse com eles.

            No mundo em que vivemos hoje, é cada vez mais difícil esconder alguma coisa do grande público. A vida privada se tornou bastante pública. O texto de Lucas me vem nestes momentos: “Porque não há nada oculto que não venha a ser revelado, e nada escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz”.

            Assim, em entrevista a Milton Neves, na rádio Bandeirantes, Bolsonaro afirmou que indicará Sérgio Moro para a próxima vaga a ser aberta no Supremo, em novembro do ano que vem. “Eu fiz um compromisso com ele [Moro], porque ele abriu mão de 22 anos de magistratura...”.

            Como no Brasil tudo é coincidência, podemos afirmar que à ascensão meteórica de juízes ligados à condenação e à prisão de Lula é fruto de um governo que tem como princípios a Meritocracia.


Padre Carlos

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...