sábado, 26 de junho de 2021

ARTIGO - A vacina indiana Covaxin domina o cenário político. (Padre Carlos)

 


A vacina indiana Covaxin domina o cenário político.

 

 


 

 

Já faz algum tempo que venho afirmando que o Presidente Bolsonaro não conseguirá terminar o seu mandato, seja por falta de apoio político, ou por algum escândalo de corrupção, que venha desestabilizar o seu governo. Assim, quando surgiram as suspeitas de irregularidades na compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin ao preço total de R$ 1,6 bilhão, pude entender o tamanho do estrago que as denuncias dos irmãos Miranda teria causado ao núcleo duro do Planalto e a crise política que estava sendo formada no bolsonarismo como um todo. Foi assim, que entendi que minhas suspeitas estavam corretas e diante de uma CPI, estas denuncias poderiam ser o estopim que faltava para explodir este governo.


Diante destes acontecimentos, os bolsonaristas estão demonstrando que estão alinhados, pelo menos na tática de defesa. Desta forma, o Presidente Jair Bolsonaro através do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, resolveu sair das cordas e contra-atacou a saraivada de denúncias a respeito da suspeitas de irregularidades no contrato do Ministério da Saúde para comprar a vacina indiana Covaxin, além de outras irregularidades apontadas diretamente contra o primeiro escalão de seu governo. Mas, em vez de contrapor fatos com fatos, acusou os denunciantes de terem "motivações políticas". Mesma linha de defesa usada pelos senadores da base do governo, para rebater acusações que, curiosamente, também questionavam que a falta das compras dos imunizantes estariam relacionado à aprovação da AVISA. Em ambos os casos, desqualificar o denunciante e apontar uma força político-partidária por detrás das acusações foi mais importante do que rebater as denúncias em si. Resta saber se a estratégia no Senado como no Planalto, vai dar resultado.

Como observador político, posso dizer que o Presidente Bolsonaro respondeu muito mal às acusações dos irmãos Miranda, Luis Ricardo Miranda, Servidor do Ministério da Saúde, e Luis Claudio Miranda, deputado federal.  O Governo optou pela tática da desqualificação dos denunciantes e da demonstração de indignação. Ambas não funcionam há muito tempo, pois as pessoas já viram, nos últimos meses, centenas de acusados e notórios culpados recorrerem a elas. Ninguém mais sabe diferenciar a indignação do inocente do fingimento do culpado.

Essas táticas, hoje, não passam credibilidade e criam desconfianças. O presidente busca criar uma narrativa quando diz que interesses poderosos, milionários e corporativos estão sendo contrariados na área de saúde, que há fortes resistências ao seu governo e que as acusações que os irmãos Mranda faz a ele e ao seu governo, entre outros, não estão provadas e nenhum fato concreto foi apresentado.


Esta ação do Planalto tem levado os senadores a interpretar como uma tentativa de interferir nas investigações da CPI e tentativa de coação de uma testemunha.  O ministro Onyx Lorenzoni disse em pronunciamento no início da noite desta quarta-feira, 23,  que o presidente Jair Bolsonaro pediu que a Polícia Federal investigasse o servidor Luís Ricardo Miranda, em vez de apurar as denuncias.

 Vamos aguardar os próximos acontecimentos e assim ficar sabendo se o pizzaiolo desta CPI é bom mesmo.

 

 

 


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