sexta-feira, 21 de junho de 2019

ARTIGO | FHC e a venda das nossas riquezas (Padre Carlos)*



FHC e a venda das nossas riquezas



         Não faz muito tempo, abordei em um artigo os erros que cometemos durante doze anos de governos do PT, em não contestar as privatizações que ocorreram na década de noventa. Contudo, não gostaria de fazer um artigo econômico nem jurídico por não ter conhecimento nas áreas, assim, abordaremos no campo ético e moral, para avaliar as ações do atual comando de poder e chamar atenção para as violações do atual governo, com relação as nossas riquezas. 

         Vivemos um dos momentos mais dramático da nossa história. O governo do Sr. Jair Bolsonaro , suprime direitos sociais duramente conquistados e promove a liquidação do país.

         Gostaria de lembrar aos leitores, que no seu livro “Diários da Presidência, 1995-1996”, mesmo sendo algo totalmente imoral e patrimonialista, FHC diz com naturalidade que conversava e aconselhava vários grandes empresários sobre como comprar a Vale. Fez isso com Antônio Ermírio de Morais (p. 752) e outros empresários (p. 852).

      

   Após pressão do jornal O Globo em 1996, por meio de editorial (p. 527), FHC decidiu vender a empresa estratégica.

Quero aqui chamar a atenção das pessoas de bom senso, que poderíamos ter revisto os crimes de Lesa-pátria, cometidos pelos tucanos e por um grupo que se instalou no Planalto na década de noventa. Nenhum pacto de governabilidade pode ser colocado tendo as nossas riquezas como requisitos.

         É dentro de um contexto semelhante, que surgem as privatizações e a venda de ativos estatais, como alternativa para aumentar receitas em meio à crise fiscal.

         Os agentes públicos tem que ser responsabilizado pelo povo brasileiro como um todo. Sabemos do tucano que foi flagrado na campanha presidencial (em 2009) quando se comprometeu a entregar o petróleo do pré-sal, e entregou mesmo, diz. Segundo o site WikiLeaks, o ex- ministro das Relações Exteriores prometeu à petroleira Chevron, em 2009, que o marco de exploração do petróleo seria alterado, se ele ganhasse as eleições de 2010.

Vendemos a Embraer a terceira maior empresa do mundo na fabricação de aviões comerciais, atrás apenas da Boeing e da Airbus. É a única de tal porte no hemisfério sul, e conta atualmente com cerca de 15 mil funcionários de altíssima qualificação. É o maior pólo gerador de tecnologia da América Latina. 

         Assim, o governo Temer, vendeu ao preço de US$ 3,8 bilhões. Para se ter uma ideia do que isso significa, basta lembrar que, ao longo dos anos, o BNDES injetou na empresa quase dez vezes o valor pela qual ela está sendo vendida agora. Sim, o que a Boeing pagou pela Embraer equivale a 10 por cento do que o governo investiu na empresa. Dinheiro público, dinheiro nosso. Seu dinheiro, meu dinheiro.

         Apoiado por empresários entreguistas e empresas estrangeiras que forjaram o golpe de 2016, o governo Bolsonaro depois que tomou posse, passou a oferece nossas riquezas a preço de banana para especuladores de outros países.

      

   Nenhum país no mundo abre mão de sua soberania, como propõe esse governo. As empresas brasileiras e suas reservas energéticas são cobiçadas por países como França e Itália e nos seus países estes são tratados como assunto de segurança nacional, operados majoritariamente por estatais e com capital de origem nacional. Nos EUA, não entram estrangeiros no setor.

         Temos que resgatar nossas riquezas e criminalizar este tipo de comportamento que enfraquecem a indústria nacional, gera desemprego e impedem a retomada do crescimento econômico.

(Padre Carlos




quinta-feira, 20 de junho de 2019

ARTIGO | A UNE e Valdélio (Padre Carlos)




A UNE e Valdélio


            No final da década de 70, militava no PCdoB e confesso a vocês, eram anos difíceis vivíamos sobre forte vigilância dos órgãos de informação e o movimento estudantil passava a representar uma forte oposição ao regime militar.  O presidente João Batista de Figueiredo anunciava naquele ano a chamada “abertura democrática”. E, mais uma vez, o movimento estudantil estava à frente nesse processo, tínhamos a maior liderança ao nosso lado: Valdélio Santos Silva, estudante de Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia.
      
       Aproveitando essa conjuntura de abertura política, buscamos iniciam um processo de rearticulação do movimento estudantil e dos movimentos populares. Além de recriarmos vários grêmios e diretórios acadêmicos pelo Brasil afora, os estudantis tiveram um papel fundamental no surgimento de movimentos sociais de caráter econômico, como o Movimento Contra Carestia, que aqui na Bahia tinha sido protagonizado por uma companheira de partido Marta Vasconcelos. Lutávamos por creches, jornais  independentes, entidades de caráter racial, associação de profissionais liberais, todos com caráter amplo, reivindicatório e democrático. Apesar dessa movimentação nos diversos setores oprimidos da sociedade é o movimento estudantil o primeiro a ir para as ruas lutar pelas liberdades democráticas e exigir anistia aos presos políticos.
            No entanto ainda persistia um esquema de perseguição política. Congresso da UNE de Ibiúna, ainda estava presente no inconsciente daquela juventude e todas as vezes que tomávamos a rua para protestar éramos violentamente reprimidos com cassetetes, gás lacrimogêneo e cães.
            O ano 1979 teve dois grandes eventos para o nosso grupo, as divergências com o Comitê Central, sobre a guerrilha do Araguaia e a consolidação do movimento estudantil. Durante três dias, conseguimos reunir aqui na Bahia mais de 10 mil estudantes, de todas as partes do Brasil e realizamos aquilo que todos os grupos diziam que era impossível: a reconstrução da UNE.
             Não podemos negar a importância do governador Antônio Carlos Magalhães. Apesar de o carlismo representar até hoje o que existe de mais atrasado na política e ser representante de uma oligarquia, neste acontecimento histórico, representou a modernização da sociedade baiana. Sabemos como as elites tem capacidade de identificar quando o vento esta mudando.
     
       O apoio de Antônio Carlos Magalhães e chamando para si a responsabilidade do estado da Bahia foi o que proporcionou a organização do Congresso.
            Apesar do Presidente da Une ter sido escolhido entre o grupo da Bahia, não foi possível colocar Valdélio. Um negro na UNE representava um escândalo e ainda representa nos dias de hoje.

Padre Carlos

ARTIGO | O Corpo de Cristo e os corpos dos homens (Padre Carlos)




O Corpo de Cristo e os corpos dos homens


            Ninguém sabe quantos brasileiros conhecem a razão por que hoje é feriado nacional. Estou convicto de que esse número seja pequeno.  Aliás, o mesmo se deve com a maioria dos feriados religiosos e também os outros. O que mais interessa já não é a referência do feriado, mas o feriado em si. Na base do feriado que celebramos hoje, Festa do Corpo de Deus, está um banquete. Dois banquetes marcaram o Ocidente. Um é O Banquete, de Platão, com todos aqueles diálogos sobre o amor nas suas várias perspectivas. O outro é a Última Ceia de Cristo, enquadrada também por um longo discurso sobre o amor e na iminência da morte. Jesus tomou o pão e o cálice com vinho, pronunciou a bênção e disse: "Tomai, comei e bebei, isto é o símbolo da minha vida entregue por amor e salvação de todos."
     
       Os primeiros cristãos, animados pela fé no Jesus crucificado e ressuscitado para a vida do Deus-Amor vivente, juntavam-se à volta da mesa numa refeição fraterna e festiva - quem presidia era o dono ou a dona da casa - e alimentavam-se do Pão e da Palavra, aprofundando a fé, a esperança e o amor.
            Essas celebrações lembravam a Última Ceia e também aqueles banquetes que Jesus tivera ao longo da vida. Banquetes frequentemente escandalosos, pois Jesus comia e convivia com pecadores e publicanos, marginalizados e gente de vida pouco recomendável. Por outro lado, tornava-se por vezes um hóspede inconveniente e até insolente, já que aproveitava a ocasião para denunciar a hipocrisia e o modo de vida das pessoas.
            A Igreja Católica celebra, hoje, a festa do corpo de Cristo. A solenidade resgata a sacralidade do corpo e a unidade do ser humano. 
            Foi em meados da década de noventa, que ao celebrar esta data, Dom Celso Jose, chamou a atenção dos fieis para a necessidade de humanizar a nossa fé.
      
      Apesar da fé e da piedade dos conquistenses naquele ano, o Corpo de Cristo tinha sido profanado. Seu Sangue verteu em dor e humilhação. Para mim essa não teria sido uma quinta-feira de Corpus Christi comum. Despertamos para o dia com o amargor intragável da violência cometida contra dois jovens que ao serem assaltados, terminaram sendo mortos. Os assaltantes fugiram com carro da vítima. Aquele assassinato teve uma grande repercussão na cidade e diante disto, foi montado pelas polícias vários grupos de buscas ao assassino. Ao serem interceptado pelos polícias, trocaram tiros e foram mortos. Até aí, parece um boletim policial do dia-a-dia, porém após a morte dos assaltantes, os polícias passaram pela cidade em carro aberto mostrando aquele corpo vasado com vários disparos, como se fosse uma caça ou um troféu e para o espanto de alguns, recebia aplausos de parte da população.  Os Corpos daqueles jovens eram apresentados em carro aberto com orgulhos de seus executores, a crueldade com os corpos era visivelmente desumano. As responsabilidades do orgulho nefasto desses homens carregaram até hoje no nosso inconsciente, quando não rompemos com o que existe de pior no homem: nossa falta de humanidade. Profanaram o Corpo de Cristo, arrancando dele sua dignidade e deixando, apenas, humilhação e terror.
            Confesso a vocês, que aquela homilia proferida por um pai espiritual como Celso José, teve e ainda hoje tem para mim um significado profundo sobre o corpo e a dignidade humana.

Padre Carlos.
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quarta-feira, 19 de junho de 2019

ARTIGO | O medo da inteligência (Padre Carlos)*




O medo da inteligência


Decidi escrever este breve artigo impulsionado pelo duplo sentimento da urgência de entendermos os motivos que nos levaram a relações fratricidas dentro do Partido dos Trabalhadores e demostrar de forma clara minha preocupação com este comportamento de alguns militantes, o objetivo destes elementos, é transparecer para a sociedade que o partido estaria dividido, além disso, minha indignação com toda esta situação.
Venho há muito tempo dizendo da necessidade de pacificar e repactuar o Partido dos Trabalhadores em Vitória da Conquista.



Quando falo estas coisas, quero dizer que nós também fazemos parte deste partido e apesar de representarmos politicamente uma parcela desta força política, até o momento só servimos para defender o projeto e participar das eleições.


Não podemos esquecer a diáspora que provocou a saída de alguns companheiros da nossa cidade e até hoje não foi feita uma avaliação junto com uma autocritica, que levaram estes companheiros a deixarem Vitória da Coquista. 


Se não tivemos responsabilidade direta com relação à saída destes, fomos omissos como dirigente e lideranças partidária.

Quando tomamos conhecimento através das redes sociais e da imprensa sobre as acusações levianas contra o vereador Coriolano Morais, dando a entender, um desvio ético e um rompimento com a posição política do mesmo ao Partido no município, ficamos sem entender, pois nunca vimos neste parlamentar, tal comportamento.


Não considerar o Vereador como um dos quadros do Partido é ofender o conjunto de todos os filiados. 


Com isto, este membro do partido procura atassalhar a honra de um homem de bem, de um professor, parlamentar e pai de família honrado, como é o Prof. Cori. A atitude do militante é fruto de consciência perversa.

Todos estes acontecimentos e injustiças me lembram de outra história. Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar o seu discurso de estreia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembleia de vedetas políticas.

O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal: "Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável. Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento assusta."

E ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pode dar ao pupilo que se inicia numa carreira política. A maior parte das pessoas encasteladas em posições de destaque é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência. Isso na Inglaterra.

Imaginem aqui noutros países. Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa:
"Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que às vezes fico pensando que a burrice é uma Ciência."

E em parte foi isto que aconteceu com meu amigo. Uma das principais armas dos covardes é a calúnia. A calúnia toma proporções incomensuráveis. Destrói carreira política, amizades, uma família. Dói mais do que um tapa no rosto.

Porque a calúnia machuca por dentro, é mais humilhante do que uma cuspida na cara , porque a calúnia é falsa, é leviana. O cuspe a gente limpa, o tapa, as feridas e marcas saem com o tempo, mas as feridas da calúnia, ahh, essa faz tanto mal como uma guerra.

Neste momento, faço das palavras de Martin Luther King as minhas: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Estas palavras reflete a natureza exata! É sob o silêncio cúmplice dos homens que deveriam nos defender que alguns dos maiores crimes acabam sendo perpetrados.



Padre Carlos Roberto Pereira



terça-feira, 18 de junho de 2019

ARTIGO | Somos um país de Macunaímas ? (Padre Carlos)





Somos um país de Macunaímas ?


            Causou-me uma profunda tristeza ao constatar através das notícias e vazamentos de conversas dos procuradores e do juiz responsável pela operação da Lava-Jato, que somos verdadeiramente um país de Macunaímas (o herói sem caráter, lembram?), pois ao aceitarmos passivamente esse estado de coisas erradas que aqui acontecem somos, pelo menos, coniventes.
           Nestes últimos dias, venho me perguntando por que o sistema de justiça no Brasil se calou diante de tantas evidencias que algo não cheirava bem em Curitiba. Assim para responder estes meus questionamentos foram buscar na cultura brasileira alguns elementos para poder tentar entender os fatos que hoje são revelados pelo site
The Intercept.

           Sem uma escala de valores que oriente a nossa vida e o nosso procedimento moral, não podemos ser felizes e não podemos criar um mundo feliz. Não podemos, por exemplo, tratar os nossos superiores com lisonja e os nossos subordinados com desprezo. Não podemos subir na vida com adulação e tramoias, pois isto deixa sempre um rastro de humilhação na pessoa.·.
            Se confirmado o comportamento das pessoas envolvidas em investigar e julgar os processos que condenou o Presidente Lula, teremos que rever não só o comportamento da força tarefa, mais todo o código de ética que rege a sociedade.
            O que teria levado a justiça brasileira a cometer deslizes de conduta na Operação Lava-Jato? Por que o brasileiro fica indignado com a grande corrupção e pratica pequenos delitos?  Quando os escândalos de corrupção são expostos pela mídia, cria no imaginário do povo simples e trabalhador, um cotidiano promíscuo e corrupto de políticos, funcionários públicos e cidadãos, todos envolvidos em atos ilícitos, provoca na cultura brasileira o desejo de desforra, de querer participar da festa. Estas insatisfações muitas vezes provocadas intencionalmente em doses diárias têm por objetivo criar na classe média uma ligação psicológica com os justiceiros e salvadores da pátria, para justificar suas ações ao arrepio da lei.·.
          
  Entendendo estes atos e as motivações para estes comportamentos, poderemos então identificar e buscar resolver as grandes questões éticas e morais que sempre representou um empecilho para passarmos não só o comportamento do magistrado brasileiro, mas todo este país a limpo.
            Qual a nossa grande tristeza, qual a nossa grande decepção? Diante de tantas dúvidas, podemos nos apegar as palavras do grande Santo Agostinho (354-430) “Teus pecados são a tua tristeza, deixe que a santidade seja a tua alegria”.·. 


Padre Carlos


segunda-feira, 17 de junho de 2019

ARTIGO | Meu legado, meus amigos! (Padre Carlos)





Meu legado, meus amigos!

            Os dias se entrelaçam uns nos outros. Como teias de arranha. Como o fio que se dobra e se perde a ponta do carretel de linha e ninguém consegue descobrir.  As noites são tão longas que parecem não ter fim. O tique-taque do relógio acompanha as batidas do meu coração num silêncio terrível. Escuro e profundo.  É assim a vida sem sonhos é assim a vida sem utopia.
       
     É assim que nos sentimos quando baixamos os braços e temos a certeza de que não há força alguma capaz de nos mover, que a inercia do corpo acompanha a dança da alma. A solidão pesa no corpo como um casaco molhado. Com todo o peso dos amores que perdemos e dos sonhos que abandonamos, a sensação é de jogar a toalha como se quiséssemos dizer para o juiz que a luta acabou e seu oponente ganhou.   Mesmo quando estamos acompanhados, nos sentimos sós.
            Quando estamos profundamente tristes, a única salvação para minha alma é a amizade. Pensava que seria o amor, mas este pede para comparar, para medir, pede explicações e exige saber se o que demos é igual ao que recebemos. E depois de todas as contas, no amor saímos sempre perdendo. Mas a amizade, quando é pura, quando é verdadeira, é o melhor remédio para encontrar motivos de continuar existindo. Basta saber que contamos com alguém. Que existe um ser humano a quem podemos procurar qualquer hora às vezes de madrugada só para dizer da dor do vaio que queima a nossa alma.
             Um gesto enorme um ombro amigo alguém que me escuta e entende a minha dor. As ilusões perdidas. A saudade do que fomos um dia e a lembrança dos amores que se perderam no tempo. A amizade é outra forma de amor. Talvez a mais perfeita de todas as formas e de todos os amores. É gostar de alguém a tal ponto que nos esquecemos de nós. É aceitar o outro  reconhecendo todos os defeitos e mesmo assim estar lá ao seu lado. Estar sempre disponível.
        
    Os dias passam por mim como um filme e em breve completarei sessenta anos e quanto mais vivo neste mundo, tenho consciência da necessitam da amizade tanto como do ar que respiramos.

Padre Carlos

ARTIGO | Têmis, deusa da justiça e protetora dos oprimidos. (Padre Carlos)




Têmis, deusa da justiça e protetora dos oprimidos.


            Ao voltar a escrever sobre Sergio Mouro e a Lava-Jato, gostaria de deixar claro que como professor de filosofia, temos algo a dizer se tratando de questões éticas. Para isto, vamos resgatar os valores filosóficos e nesse casso específico, a aplicação da filosófica no Direito para abordamos de forma clara o conteúdo das escutas divulgada pelo site The Intercept. Assim, o operador do Direito tem o dever de ponderar de forma reflexiva a acerca das questões que estão sobre sua responsabilidade. Para ilustrar estes supostos desvios de condutas e aparente crime, vamos invocar a deusa da justiça e através do imaginário popular, tentar explicar para o leitor, sobre suas implicações e a tragédia que pode abalar o nosso sistema judicial.
      
      A importância da venda nos olhos da deusa da justiça ou Têmis tem um sentido profundo no nosso imaginário, este representa a certeza que seremos jugados com imparcialidade e que o julgamento foi justo. A balança que se encontra nas mãos da deusa, serve de referência que a justiça não está pendendo para nenhum lado, ela tem que está harmônica para manter a imparcialidade da sentença.
            Ninguém tem um peso maior ou menor para a justiça, isto quer dizer que somos iguais perante a lei. Os fundamentos do juiz para jugar são as provas que se encontram nos autos do processo. Assim, podemos afirmar que tudo que não se encontra nos mesmos não existe como elemento de prova.
            O juiz não pode de maneira alguma, orientar qualquer das partes, bem como, jamais sobre qualquer pretexto, colaborar com as investigações, com isto, queremos dizer que o juiz não pode colaborar com o sistema penal.
            Não estamos aqui tratando de mais um caso de desvio de ética, o que estamos tratando aqui é de um vício processual que pode tornar nulo: a investigação criminal; o processo judicial e a própria sentença condenatória.
            Se admitirmos que vale tudo para combater a corrupção e o crime, teremos que rasgar a Constituição. Se um juiz e um promotor puder fazer justiçamento com suas próprias mãos ou pena, qualquer pessoa do povo poderá fazer também, qual a diferença.
          


  Foi em nome da liberdade, que a Revolução Francesa começou cortando as cabeças de reis e terminou levando também todos os companheiros que discordaram do processo para a guilhotina também.
            Se forem comprovadas as mensagens atribuídas ao ex-juiz Mouro e aos procuradores da Lava-Jato, poderemos esta diante de um atentando contra o Estado de Direito, de grandes proporções.

Padre Carlos

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...