Convenção presencial e a
insensatez
Quando tomei
conhecimento através da imprensa local que o prefeito Herzem Gusmão vai
realizar a convenção do seu partido de forma presencial, não acreditei. Se não estivéssemos vivendo uma crise
sanitária, não seria problema algum, mas realizar uma convenção presencial e
promover aglomeração neste momento, no mínimo é um gesto insensato. Vivenciamos
uma das piores pandemias da nossa história e este vírus, tem tirada milhares de
vida; além disso, ainda não existe cura nem uma vacina que possa amenizar este
perigo. Assim, não me parece um gesto sensato, realizar um evento como este,
principalmente se tratando da autoridade máxima do município.
O número de casos ativos está subindo
significativamente e juntar jovens e pessoas mais velhas, como se espera que
aconteça na Convenção do MDB, no dia 9 de setembro, comporta “vários riscos”. Não
precisa ser matemático para fazer uma projeção se encontrasse uma ou mais
pessoas infectadas no local.
A
autorização da realização de uma convenção como esta, onde se propaga a
presença de personalidades nacional, não deixa de ser uma banalização a todo o
trabalho já feito até agora. Este evento na forma de aglomeração é um ato de
desrespeito e de desprezo pelo povo conquistense. Nem mais nem menos:
desrespeito e desprezo.
Primeiro, por parte do MDB, que não tem
a decência nem a sensibilidade para abdicar, de uma convenção presencial nem um
ato político, num contexto verdadeiramente difícil para sua gente.
Desprezo, porque foram mais de cem mortes provocadas pelo coronavírus e todo o esforço que a comunidade tem feito, pode ser de alguma forma perdido.
Neste
momento de dor, não basta decretar luto oficial é preciso gestos concretos. Municípios,
estados e União erraram. A disputa política se sobrepôs aos interesses da
sociedade.