E o vice de Zé?
Quando o prefeito Herzem Gusmão, apresentou a presidente licenciada da Câmara de Dirigentes Lojistas de Vitória da Conquista, no sudoeste, Sheila Lemos (DEM), como a parceira de chapa nas eleições deste ano, não estava apresentando apenas a filha da atual vice-prefeita, mas selando uma aliança com um setor da sociedade que estava alinhado ao petismo durante as duas décadas de administração da Frente Conquista Popular e por falta de uma avaliação mais pragmática, terminou perdendo a quatro anos atrás. Sempre achei um erro da esquerda e em especial do Partido dos Trabalhadores na nossa cidade, de não dar a devida atenção para a escolha do vice na chapa majoritária. Desta forma, as atenções sempre se voltaram para os candidatos titulares
da chapa concorrente.
O tempo não é do candidato ou do partido, o
tempo é da política. O tempo de haver um acordo mínimo em torno de um nome. Não
pode ser uma decisão monocrática, não só do candidato, não só do partido
dirigente, mas de todos os aliados.
A figura do vice tem se mostrado importante na
composição de alianças e neste momento o partido precisa deslocar parte da
força do seu adversário. Oferecer a vaga de vice numa chapa a um integrante de
outro partido pode significar tempo adicional de propaganda no rádio e na
televisão, e pode ainda atrair para a coligação outras legendas aliadas do
partido ao qual o vice pertence. Quero lembrar aqui que em 2003, o então
candidato Luiz Inácio Lula da Silva abriu mão de integrantes de partidos
tradicionalmente aliados e escolheu o empresário José Alencar do PL. O vice
também serve para atrair outro tipo de eleitor, que o candidato tem dificuldade
de alcançar.
Quando levanto estas questões, quero chamar a
atenção dos dirigentes do partido para se pronunciarem a respeito do assunto. Qual a importância
do vice nesta eleição para o PT? Não
podemos esquecer que a eleição de 2022, está sendo jogada agora e quem é nosso
aliado hoje, amanhã pode não ser. Além disso, após o companheiro de
chapa, o vice é a pessoa mais próxima do poder. E para isto precisamos compor
com um partido da base que represente força política para governar e densidade
eleitoral para ajudar na eleição. Um bom companheiro de chapa e o seu partido,
pode colaborar e muito na gestão pública, dialogando com a sociedade
e somando forças com o titular.
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