sábado, 22 de agosto de 2020

ARTIGO - E o vice de Zé? (Padre Carlos)

 


 

 E o vice de Zé?

 

 

Quando o prefeito Herzem Gusmão, apresentou a presidente licenciada da Câmara de Dirigentes Lojistas de Vitória da Conquista, no sudoeste, Sheila Lemos (DEM), como a parceira de chapa nas eleições deste ano, não estava apresentando apenas a filha da atual vice-prefeita, mas selando uma aliança com um setor da sociedade que estava alinhado ao petismo durante as duas décadas de administração da Frente Conquista Popular e por falta de uma avaliação mais pragmática, terminou perdendo a quatro anos atrás. Sempre achei um erro da esquerda e em especial do Partido dos Trabalhadores na nossa cidade, de não dar a devida atenção para a escolha do vice na chapa majoritária. Desta forma, as atenções sempre se voltaram para os candidatos titulares 


da chapa concorrente.

O tempo não é do candidato ou do partido, o tempo é da política. O tempo de haver um acordo mínimo em torno de um nome. Não pode ser uma decisão monocrática, não só do candidato, não só do partido dirigente, mas de todos os aliados.

A figura do vice tem se mostrado importante na composição de alianças e neste momento o partido precisa deslocar parte da força do seu adversário. Oferecer a vaga de vice numa chapa a um integrante de outro partido pode significar tempo adicional de propaganda no rádio e na televisão, e pode ainda atrair para a coligação outras legendas aliadas do partido ao qual o vice pertence. Quero lembrar aqui que em 2003, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva abriu mão de integrantes de partidos tradicionalmente aliados e escolheu o empresário José Alencar do PL. O vice também serve para atrair outro tipo de eleitor, que o candidato tem dificuldade de alcançar.

Quando levanto estas questões, quero chamar a atenção dos dirigentes do partido para se pronunciarem a respeito do assunto. Qual a importância do vice nesta eleição para o PT? Não podemos esquecer que a eleição de 2022, está sendo jogada agora e quem é nosso aliado hoje, amanhã pode não ser. Além disso, após o companheiro de chapa, o vice é a pessoa mais próxima do poder. E para isto precisamos compor com um partido da base que represente força política para governar e densidade eleitoral para ajudar na eleição. Um bom companheiro de chapa e o seu partido, pode colaborar e muito na gestão pública, dialogando com a sociedade e somando forças com o titular.

Portanto, é muito importante entender os principais fatores envolvidos na escolha de um vice. Para além de ser meramente um tapa-buracos, o vice e o partido que queremos como parceiro, tem que ser também um articulador político  visando o fortalecimento desta chapa e neutralizando através de acordos político a fragmentação da esquerda, como aconteceu na última eleição em nosso município.

 

 


Nenhum comentário:

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...