Um sacrifício pelo
Brasil
Decorridos
69 anos do sacrifício da própria vida (24 de agosto), para não levar o
povo brasileiro a uma luta fratricida, o estadista Getúlio Vargas ainda vive
pela lembrança de suas realizações, que transformaram um País agrícola, baseado
na monocultura do café, em moderna nação manufatureira.
O suicídio não foi um ato de um
homem deprimido, um ato de desespero, mas um ato de coragem. Era um plano que
se não fosse executado, daria aos seus adversários e quando falo isto me refiro
a todos aqueles que não queriam um projeto nacionalista e uma Pátria independente,
acabar com o processo de soberania nacional. Queriam que ele fosse preso no
Palácio do Catete e, possivelmente, seria deportado. Tendo isso em mente,
resolveu pôr em ação um plano que salvaria a Nação. Ele sabia que o seu
suicídio provocaria uma imediata reorganização das forças, democráticas e nacionalistas
que foi o que aconteceu. Sua morte garantiu a continuidade da ordem democrática
e as nossas riquezas.
Não podemos negar que segundo
governo do Vargas foi enfrentado com muita oposição e sua situação política se
tornou insustentável, devido as bandeira nacionalista e um projeto de soberania
que estava em curso. Ele não poderia
permanecer no poder e, se fosse derrubado ou renunciasse, seria empreendida uma
campanha muito forte contra ele e o seu projeto. O suicídio foi algo que mudou
a tendência da politica de um anti-varguismo. Fortaleceu não só o projeto, mas
todos aqueles que estavam associados à figura de Vargas.
As circunstâncias ligadas à morte de
Getúlio Vargas foram definitivas para a forma como o presidente entraria para a
História. Não podemos negar a importância da carta-testamento, uma espécie de
“apresentação” de sua morte, nesse processo.
A carta é um manifesto político e uma
verdadeira obra de arte, em um estilo muito contundente. Nela, Vargas denuncia
duas figuras que estavam ligados diretamente àquela conjuntura: os chamados
barões e o imperialismo dos Estados Unidos. Ele acusa o país de confabular
contra a independência do Brasil, e os grandes proprietários de conspirarem
contra as necessidades do povo. Aquilo teve um impacto muito grande. A
população recebeu essa mensagem que havia uma conspiração contra o governo
Vargas com indignação e colocou em evidencia o golpe que a direita estava
tramando. Lembramos que o suicídio foi seguido da fuga de Carlos Lacerda do
Brasil e quebra-quebras em todo o país, devido à forma como Getúlio desmascarou
os inimigos do Brasil.
O suicídio não significou que ele desistiu da
luta como alguns historiadores querem afirmar. Ele poderia sim organizar uma
resistência de fora, mas não conseguiria impedir o golpe que a direita impôs ao
Brasil dez anos depois.
Era o presidente eleito e estava juridicamente
respaldado para resistir se não existisse interferência externa. As condições
políticas eram desfavoráveis e o golpe era eminente. Porém, a forma como ele
resistiu foi tão espetacular e tão contundente que acabou ocultando o fato de
que ele não estava desistindo.
Padre Carlos
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