segunda-feira, 24 de agosto de 2020

ARTIGO - Um sacrifício pelo Brasil ( Padre Carlos )


 Um sacrifício pelo Brasil

        Decorridos 69 anos do sacrifício da própria vida (24 de agosto), para não levar o povo brasileiro a uma luta fratricida, o estadista Getúlio Vargas ainda vive pela lembrança de suas realizações, que transformaram um País agrícola, baseado na monocultura do café, em moderna nação manufatureira. 
            O suicídio não foi um ato de um homem deprimido, um ato de desespero, mas um ato de coragem. Era um plano que se não fosse executado, daria aos seus adversários e quando falo isto me refiro a todos aqueles que não queriam um projeto nacionalista e uma Pátria independente, acabar com o processo de soberania nacional. Queriam que ele fosse preso no Palácio do Catete e, possivelmente, seria deportado. Tendo isso em mente, resolveu pôr em ação um plano que salvaria a Nação. Ele sabia que o seu suicídio provocaria uma imediata reorganização das forças, democráticas e nacionalistas que foi o que aconteceu. Sua morte garantiu a continuidade da ordem democrática e as nossas riquezas.
    
        Este episódio mudou de forma drástica e manteve as conquistas do povo, além é claro de transformar bruscamente um cenário político conservador e entreguista que se consolidava a época.
            Não podemos negar que segundo governo do Vargas foi enfrentado com muita oposição e sua situação política se tornou insustentável, devido as bandeira nacionalista e um projeto de soberania que estava em curso.  Ele não poderia permanecer no poder e, se fosse derrubado ou renunciasse, seria empreendida uma campanha muito forte contra ele e o seu projeto. O suicídio foi algo que mudou a tendência da politica de um anti-varguismo. Fortaleceu não só o projeto, mas todos aqueles que estavam associados à figura de Vargas.
            As circunstâncias ligadas à morte de Getúlio Vargas foram definitivas para a forma como o presidente entraria para a História. Não podemos negar a importância da carta-testamento, uma espécie de “apresentação” de sua morte, nesse processo.
             A carta é um manifesto político e uma verdadeira obra de arte, em um estilo muito contundente. Nela, Vargas denuncia duas figuras que estavam ligados diretamente àquela conjuntura: os chamados barões e o imperialismo dos Estados Unidos. Ele acusa o país de confabular contra a independência do Brasil, e os grandes proprietários de conspirarem contra as necessidades do povo. Aquilo teve um impacto muito grande. A população recebeu essa mensagem que havia uma conspiração contra o governo Vargas com indignação e colocou em evidencia o golpe que a direita estava tramando. Lembramos que o suicídio foi seguido da fuga de Carlos Lacerda do Brasil e quebra-quebras em todo o país, devido à forma como Getúlio desmascarou os inimigos do Brasil.
             O suicídio não significou que ele desistiu da luta como alguns historiadores querem afirmar. Ele poderia sim organizar uma resistência de fora, mas não conseguiria impedir o golpe que a direita impôs ao Brasil dez anos depois.
             Era o presidente eleito e estava juridicamente respaldado para resistir se não existisse interferência externa. As condições políticas eram desfavoráveis e o golpe era eminente. Porém, a forma como ele resistiu foi tão espetacular e tão contundente que acabou ocultando o fato de que ele não estava desistindo.
       
     A carta-testamento legada por Getúlio Vargas deveria ser lida em todas as escolas, reproduzida nos jornais, rádios e televisões cada dia 24 de agosto, como símbolo de exaltação à brasilidade e de crença no futuro glorioso da pátria.

Padre Carlos
           

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