Vitória da Conquista, seis de
dezembro de 2020.
Aos Companheiros de jornada,
Prezados
amigos, se tem uma coisa que aprendi nestes mais de quarenta anos de vida
política, é que a história é feita de heróis, mas também de fracos, medrosos e
vendidos, como presenciamos nestes últimos dias. Aos atos de coragem se
contrapõem os de traições, falsidades e todo tipo de hipocrisias.
Chegamos a esta triste constatação, temíamos que
o mal e a mentira pudessem vencer a verdade, mas infelizmente foi isto que prevaleceu
na capital do Sudoeste baiano. O que parecia impossível de tão absurda que era,
aconteceu: Herzem Gusmão com toda rejeição e indicativos nas pesquisas, vence
na calada da noite, além de driblar a lei e cometer todo tipo de crime
eleitoral, segundo a oposição, para se eleger, este governo teve que sujar as
mãos e fazer acordos que só a história poderá contar.
Precisamos
resistir, nossa existência como força política dependerá das nossas lideranças.
Um verdadeiro líder não se preocupa apenas com seu mandato e sua corrente.
Compete aos parlamentares e lideranças do partido, exercer este papel para
acolher os companheiros que sempre estiveram na linha de frente destas batalhas.
Será que já paramos para pensar porque não conseguimos mais que dezenove
candidatos na nossa chapa proporcional?
Um
verdadeiro líder tem a obrigação de conhecer a realidade dos militantes do
partido, independente de corrente ou mandato que ele pertença ou defendeu. A nossa
existência como partido ou lutas dependerá muito da capacidade destes
companheiros construírem novas utopias com uma grande unidade. Só pensando no
conjunto e como um todo, poderemos criar uma frente de esquerda com programa
bem definidos e que seja perene. Essa frente, composta com os grupos internos e
por partidos políticos com identificação de esquerda e democrata e movimentos
populares será de fundamental importância para contrapor o projeto de Herzem e
a narrativa em curso na nossa cidade.
O
papel do sindicato, seja dos professores ou dos funcionários público será de
fundamental importância, haja vista todos esses retrocessos que presenciamos
nestes quatros anos, e deverão piorar. O partido e o sindicato precisam está
com suas portas abertas para se tornar um refúgio aos (as) trabalhadores (as),
um grande abrigo em defesa da educação e dos direitos trabalhistas. Portanto,
não restará outro instrumento de insurgi mento social, exceto a grande unidade
de todos os movimentos sociais. Não há outra saída, é emergente a construção
dessa frente de esquerda e democrática – não pensando somente nas próximas
eleições – para combater com cabeças erguidas e altivez, Herzem e a direita
local.
Outro fator importante é deixar claro, as dispensas de licitações e os vários aditivos,
inclusive com renovações dos contratos com as empresas de transportes, precisam
ser apurados. Neste segundo mandato não vamos aceitar certos acordos de porta
fechada. Aristóteles já dizia que o
“homem é o animal político”, assim pode-se não ter opinião formada sobre certas
coisas, mas ser apolítico é impossível a tudo o que esta acontecendo na nossa
cidade. Bem sei que em algum momento muitos olharão para trás e se darão conta
da péssima escolha que fizeram. Vão se perguntar por que adotaram o ódio ou
acreditaram nas promessas de campanha, porque se encantaram mais uma vez com as
palavras bonitas do radialista. Chegará o momento em que muitos se arrependerão
do caminho escolhido. Mas, vamos viver um dia de cada vez. No momento compete
as nossas lideranças fazer um discernimento sobre a forma como vem tratado seus
militantes e buscar entender que meu agrupamento sozinho não conseguirá
levantar as bandeiras na próxima eleição. No momento, a tarefa é denunciar o uso
da máquina pública nesta eleição.
Padre Carlos.