Ciro Gomes tentar implodir
a frente ampla
Recentemente
alguém me perguntou: O que você acha da candidatura de Ciro Gomes a presidente
da República em 2022? Minha resposta foi a de que não vejo problema em qualquer
homem público em querer disputar uma eleição, pois na democracia é natural que
todos os partidos possam participar do processo eleitoral. O que vejo porem na
figura citada é uma sede de poder maior que um projeto de nação e ela pode levá-lo a não
respeitar quaisquer limites ao escolher suas vítimas. O que Ciro e sua família
esquecem, é que a sede de poder nesta
selva urbana pode ser cega.
Com
um discurso de alinhamento as forças de direita, buscando caracterizar o PT
como uma organização criminosa e querendo isolar Lula e seu partido do processo
eleitoral, vai construindo sua estratégia e narrativa para destruir toda e
qualquer hegemonia no campo da esquerda que possa dificultar seus objetivos. A
lógica da república de Sobral é fragilizar seus potenciais adversários no campo
da esquerda e abandonar seu antigo aliado para construir uma aliança com a
direta e parte do centro
Avaliando as eleições recentemente, ele
classificou Boulos como integrante da “esquerda radical”, afirmou que o
governador do Maranhão “perdeu a noção da realidade” por ter ido votar com a
camiseta ‘Lula Livre’ e disse que o PT é corrupto.
Faz-se grande quem
sabe pensar grande. Se a esquerda brasileira estivesse pensando como Ciro
Gomes, em apenas eleição e no poder em si, e ficasse cego para os grandes
problemas que se abate sobre a população, não teríamos como impedir e denunciar
este projeto de direita. Este
comportamento irresponsável, só proporciona as condições para que o projeto
da ultra-direita e o fundamentalismo religioso consolidem o poder e roubem as espeças que ainda resta no povo.
Desta forma, Lula
não pode se dar ao luxo dos arroubos de adolescente a que Ciro vem tendo. Ele
tem certeza que a única política que poderá conter este risco é promover
mudanças significativas para proporcionar um crescimento econômico acompanhado
com a geração de emprego e um maciço investimento em educação e tecnologia. Não
existe outra forma a não ser fazer a roda de a economia girar, basta de
paliativos, sem estas medidas não há saída. Como articulador Lula tem que
buscar uma oposição “coesa”. Uma frente unida em prol de um objetivo comum: a
derrota do inimigo comum. Todas as forças políticas oriundas dos mais diversos
espectros da oposição – que não tem absolutamente nada de homogêneo – se
aglutinarão nesse projeto para derrotar o fascismo
Por isto, o coronel
de Sobral vem tentando de todas as formas criarem empecilho para que isto não
aconteça. Assim como Ciro, pensava a Socialdemocracia alemã, ao fechar os olhos
e tornasse omissa quando Hitler perseguia e exterminava os comunistas alemães.
Achava estes sociais democratas, que o pós-Nazismo não demoraria e que com a
saída dos vermelhos da cena política, seria mais fácil chegar ao poder. O que
Ciro esquece, é que aqueles que enganam, mente e pratica a falsidade e a
traição como forma de crescer politicamente, um dia terá que prestar contas aos
eleitores. Esta é a lógica de Ciro Gomes e o que mais nos espanta, é que por oportunismo,
setores da esquerda venham alimentando os desejos de poder deste homem. O
provérbio “o inimigo do meu inimigo é meu amigo” é quase sempre invocado em
referência a questões políticas e nem sempre corresponde à verdade e este
comportamento de Ciro termina fortalecendo o projeto da direita. Aí então
começaremos a ver o desenrolar da armadilha que essa lógica do “inimigo do meu
inimigo é meu amigo” sempre traz consigo.
Quando está
motivado por essa lógica – que remonta a uma mentalidade tribal – que cai como
uma luva no sistema político brasileiro, não se realiza alianças com “amigos”,
se busca assumir o seu lugar. O que une os atores, como já vimos, é
simplesmente o desejo de se derrotar um inimigo comum e para e para Ciro e
alguns “companheiro”, este é sem dúvida alguma Lula e o PT. A estratégia de
Ciro é criar no campo da esquerda, uma conjuntura de autofagia e lutas internas
até alcançar seus objetivos.
Temos que tomar
consciência que tudo o que temos passado, tem um proposito para que nos sirva
de lição. Quando não há clareza de quem são verdadeiramente os nossos
adversários, corremos o risco de nos comportarmos como eles. De generalizarmos
nossa ética e conduta e carregar o pragmatismo como a única verdade.
A inveja é o
resultado de pequenos desejos. Ela não se faz senão através de detalhes que lhe
acumulam na alma: desejar algo que não é seu apropriar-se de algo que não lhe
pertence, trair a confiança de um amigo, tudo isto são gestos de um covarde
para ocupar o espaço do outro na história. Não são os bens nem o dinheiro que
constitui a inveja. É a ganância, a arrogância, a convicção de que é mais
importante e merece mais que o seu oponente.
Desta forma, o
ex-ministro de Lula, jamais será um estadista se não tiver humildade, tem que
ter noção do tamanho que é, nem maior nem menor do que ninguém. E sustentar a
esperança na certeza de que só haverá colheita se desde agora se cuidar,
delicada e anonimamente da semeadura. Como diz o poeta, não basta sair caçando
borboletas é necessário ficar e cuidar do jardim, para que elas retornem.
Padre Carlos
Nenhum comentário:
Postar um comentário