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Temos em Conquista uma oposição que o governo gosta!
Existe
uma esquerda que a direita gosta? Sim, Dizia Darcy Ribeiro, exagerando é bem
verdade, que o “PT é a esquerda que a direita gosta”. Claro que não
concordo com esta afirmação, mas não podemos negar que uma das coisas mais
perigosas da vida é gente que concorda com você o tempo todo. Um
adversário fraco te enfraquece. Um concorrente burro te emburrece. Uma oposição
frágil fragiliza não só o governo, mas toda a sociedade.
Desde que perdeu a prefeitura para Herzem
Gusmão em 2016, a oposição na nossa cidade vem sofrendo para se conectar com as
classes que tiveram rápida expansão e que se beneficiaram do crescimento da economia
na região do Sudoeste baiano e dos programas sociais de Lula e Dilma. A ideia
que com a hegemonia e a experiência de duas décadas de governo municipal, iria
liderar a oposição, foi totalmente estilhaçada nesta eleição. O que vimos foi
um partido sem a vitalidade que havia há anos atrás quando governou esta cidade
por vinte anos e o resultado disso tem sido as derrotas sofridas nas ultimas
eleições. Poderíamos ilustrar este fato com o exemplo de um partido que falta
até a capacidade de formar uma chapa completa para os cargos proporcional. O que fica cada vez mais evidente é que a
inercia partidária tem se dado não por disputas internas, como eram comuns há
anos atrás, mas por falta desta.
“Deixa o homem
trabalhar”, foi o slogan de Herzem para explicar que quem governa trabalha,
quem se opõe faz perder tempo. Foi com esta expressão que a direita e a
situação chegaram ao coração do conquistense, e a oposição terminou aceitando
este discurso, quando na campanha
ficou evidente a incapacidade de discernir o recado que o eleitorado
sinalizava. Ninguém quer uma oposição fraca nem de direita nem
de esquerda na nossa cidade.
Esse governo continua vivendo de promessas eleitorais
e vai tentar enganar mais uma vez o eleitor como fez nos últimos quatro anos é
aí que está o pulo do gato é neste momento que teremos que construir uma
narrativa que possa desmascarar este governo.
Al Pacino, protagonizando o diabo em pessoa, solta a frase que resume bem o que aconteceu durante
a campanha "A vaidade é, definitivamente, meu pecado
predileto!". ... A vaidade não é invenção do ser humano, mas é o pecado
capital que pode destruir qualquer campanha. Não
podemos alegar que desconhecíamos nosso adversário, Herzem é um
velho conhecido, o que ouve mesmo, foi uma dose de autoconfiança e certeza da
vitória. Não foi falta de conhecimento do adversário. Para Sun Tzu,
em A Arte da Guerra, esse é um erro capital. A campanha de Zé Raimundo
acreditou e difundiu a ideia de que o oponente era fraco e despreparado. Isso até
pode ser feito para animar a militância, o nosso eleitorado cativo, mas não
serve para convencer a grande massa. Os vídeos espalhados pela internet,
mostrando as obras eleitoreiras ou não, ficaram consistentes quando começou a campanha
no rádio e na TV. Herzem com sua experiência de comunicador se beneficiou desse
espaço. Sua desenvoltura, para quem esperava um desempenho lamentável, pegou o
PT de surpresa, e a campanha não teve uma tática eficiente de contra-ataque.