sábado, 16 de janeiro de 2021

ARTIGO - Temos em Conquista uma oposição que o governo gosta! (Padre Carlos)

 


 

 

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Temos em Conquista uma oposição que o governo gosta!

 


         Existe uma esquerda que a direita gosta? Sim, Dizia Darcy Ribeiro, exagerando é bem verdade, que o “PT é a esquerda que a direita gosta”. Claro que não concordo com esta afirmação, mas não podemos negar que uma das coisas mais perigosas da vida é gente que concorda com você o tempo todo. Um adversário fraco te enfraquece. Um concorrente burro te emburrece. Uma oposição frágil fragiliza não só o governo, mas toda a sociedade.


Mas, o que fazer para não ser essa “oposição que o governo Herzem gosta”? Como reverter à realidade que nos arrasta para mais quatro anos? Deve-se entender que eleição é condição necessária, porém insuficiente para se ter democracia. Ela não é o fim único que orienta todos os meios. Ela é tão somente uma forma de se chegar ao poder de fato. Se até o prefeito que não é político, consegue entender isso, o que falta a oposição para mudar suas táticas e estratégias?

Desde que perdeu a prefeitura para Herzem Gusmão em 2016, a oposição na nossa cidade vem sofrendo para se conectar com as classes que tiveram rápida expansão e que se beneficiaram do crescimento da economia na região do Sudoeste baiano e dos programas sociais de Lula e Dilma. A ideia que com a hegemonia e a experiência de duas décadas de governo municipal, iria liderar a oposição, foi totalmente estilhaçada nesta eleição. O que vimos foi um partido sem a vitalidade que havia há anos atrás quando governou esta cidade por vinte anos e o resultado disso tem sido as derrotas sofridas nas ultimas eleições. Poderíamos ilustrar este fato com o exemplo de um partido que falta até a capacidade de formar uma chapa completa para os cargos proporcional.  O que fica cada vez mais evidente é que a inercia partidária tem se dado não por disputas internas, como eram comuns há anos atrás, mas por falta desta.

      “Deixa o homem trabalhar”, foi o slogan de Herzem para explicar que quem governa trabalha, quem se opõe faz perder tempo. Foi com esta expressão que a direita e a situação chegaram ao coração do conquistense, e a oposição terminou aceitando este discurso, quando na campanha ficou evidente a incapacidade de discernir o recado que o eleitorado sinalizava. Ninguém quer uma oposição fraca nem de direita nem de esquerda na nossa cidade.

       Esse governo continua vivendo de promessas eleitorais e vai tentar enganar mais uma vez o eleitor como fez nos últimos quatro anos é aí que está o pulo do gato é neste momento que teremos que construir uma narrativa que possa desmascarar este governo.

      Al Pacino, protagonizando o diabo em pessoa, solta a frase que resume bem o que aconteceu durante a campanha "A vaidade é, definitivamente, meu pecado predileto!". ... A vaidade não é invenção do ser humano, mas é o pecado capital que pode destruir qualquer campanha. Não podemos alegar que desconhecíamos nosso adversário, Herzem é um velho conhecido, o que ouve mesmo, foi uma dose de autoconfiança e certeza da vitória. Não foi falta de conhecimento do adversário.  Para Sun Tzu, em A Arte da Guerra, esse é um erro capital. A campanha de Zé Raimundo acreditou e difundiu a ideia de que o oponente era fraco e despreparado. Isso até pode ser feito para animar a militância, o nosso eleitorado cativo, mas não serve para convencer a grande massa. Os vídeos espalhados pela internet, mostrando as obras eleitoreiras ou não, ficaram consistentes quando começou a campanha no rádio e na TV. Herzem com sua experiência de comunicador se beneficiou desse espaço. Sua desenvoltura, para quem esperava um desempenho lamentável, pegou o PT de surpresa, e a campanha não teve uma tática eficiente de contra-ataque.

     


Emfim, somos hoje oposição e na Democracia, o pior que podemos conceber é uma oposição frágil, pobre em conteúdos ou desnorteada nos seus propósitos. Ninguém quer uma oposição fraca, seja de direita, seja de esquerda.  Todos sabem que uma oposição fraca ajuda a criar um Governo fraco e para evitar dar espaço ao surgimento de uma oposição inorgânica e sem vida é que ainda luto. 

 

 

 


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