Francisco
e as reformas da Igreja
Não
podemos negar que algo mudou na nossa Igreja. Hoje estava aqui pensando
com meus botões, como esta comunidade de fé tem buscado se adaptar aos novos
tempos. Precisamos entender que o passado não está morto e o futuro não
está pronto. Vivemos mudanças que são fruto de uma
transformação profunda no modo como ser Igreja.
Quando
um Papa busca com suas posições reformistas trazer a Igreja para uma realidade contemporânea
do mundo, as vozes do passado manifestam a abertura a um debate na Igreja sobre
o dogma da infalibilidade. O interessante é que Francisco conhecendo a Cúria se
antecipou e já colocou na ordem do dia a questão.
Mesmo sendo claro nas suas posições, o cardeal
G. L. Müller, prefeito para a Congregação da Doutrina da Fé, veio corrigir
Francisco, dizendo que os divorciados recasados não podem, em caso algum,
aproximar-se da comunhão e o máximo a que podem aspirar, depois da confissão, é
viverem "em castidade total, como irmãos". Hannah Arendt, diz
que na luta entre dois homens, o que decide é a força e
entre dois pensamentos?
Quando Francisco declarou
há quase cinco anos atrás que iria
instituir uma comissão para
estudar a possibilidade de ordenar mulheres como diaconisas. O cardeal W.
Kasper veio logo prevenir que muitos se oporão: "Creio que
agora se abrirá uma discussão feroz. Sobre este tema a Igreja está dividida
entre os que pensam que o diaconado permanente feminino é um regresso à Igreja
primitiva e os que crêem que é um primeiro passo para as mulheres sacerdotes e
que, por isso, não pode ser possível."
O
certo é que a visão eclesiológica de Francisco vem fazendo com que esta visão
de Igreja saia dos armários onde estavam escondidos este tempo todos. Estamos
assistindo a um assalto orquestrado por cardeais da Cúria e outras vozes que
começaram a dizer coisas como estas: que este Papa não sabe teologia (sabe o
Evangelho!), que está rompendo com a Lei Natural (a que eles creem da sua
natureza!), que está destruindo a Igreja, de modo que não levará muito tempo
para deixar de existir.