quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

ARTIGO - Hoje faz 58 anos da Guerra da Lagosta (Padre Carlos)

 

Hoje faz 58 anos da Guerra da Lagosta

 


 

Quando a diplomacia falha e esgota todo tipo de negociação, não resta alternativa a não ser decidir com uma exibição de força. Hoje estava lembrando dos marujos brasileiros que se colocaram em situação de confronto militar em meados da década de sessenta para defender o Brasil. Faz mais de cinquenta anos, que aqueles bravos marinheiros colocaram suas vidas em risco para salvar um dos grandes patrimônio da nossa nação, além disso, estamos falando do sustento de milhares de pessoas que vive nas costas do litoral nordestino com a pesca da lagosta.


O quadro operacional dos nossos navios e da esquadra, bem como do armamento e munição, eram precários. O Barroso poderia navegar, mas somente com quatro das suas oito caldeiras (o mínimo necessário para colocá-lo em movimento era três).

Naquele 28 de janeiro, a neblina era forte, às dez da manhã o Paraná estabeleceu contato de radar com um alvo na superfície, a 36.000 jardas, marcação 330º. Os oficiais diziam entre eles: só pode ser o Tartu. Este era o nome do contratorpedeiro francês que eles estariam caçando. As condições climáticas não permitiram identificação visual à distância. O Paraná passou a se comunicar por holofote, mas podia-se sentir uma tensão no ar, não de medo, mas de preocupação com as centenas de vidas que poderiam ser ceifadas se um dos lados deixarem de agir com prudência. Depois dos cerimoniais marítimos, o Paraná aproximou-se do D636 Tartu, além de seis lagosteiros praticamente parados. O contratorpedeiro brasileiro acompanhou os navios franceses por algum tempo e monitoraram as frequências de rádio, depois se afastou. Do alto, um P-15 da FAB também acompanhava os movimentos.


Deste dia em diante, a França passou a respeitar nossos limites territoriais e mandamos um aviso para todos aqueles que estavam violando nossa soberania. Assim foi estabelecida uma escala de patrulha com o propósito de manter sempre um navio próximo dos pesqueiros e outro à distância, podendo intervir quando necessário.

Hoje quero homenagear todos aqueles marinheiros e em especial um marujo daquele grupo: Manuel Bittencourt Pereira, para você meu tio, irmão e padrinho, saiba que temos muito orgulho de sua bravura e sentimento de nação.

ARTIGO - Precisamos dizer mais: parabéns, obrigado e, por favor! (Padre Carlos)

 


Precisamos dizer mais: parabéns, obrigado e, por favor!

 


Ontem completei sessenta e um anos de vida e não posso deixar de pensar em tudo que vivi até aqui. Sinto que amadureci suficiente para entender muitas coisas nesta vida. Assim, venho percebendo nos últimos tempos que aumentaram as felicitações pela passagem do meu aniversário. Acredito que isto se deva ao fato do Facebook está recordando aos seus membros os aniversários dos “amigos” e isto termina facilitando o contato com pessoas a quem não telefonaríamos diretamente para lhes dar os parabéns.


Como disse o poeta português Álvaro de Campos: “No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, / Eu era feliz (…) / Hoje já não faço anos. / Duro. /Somam-se-me dias. /Serei velho quando o for. / Mais nada. / Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...”. O passado, de felicidade que insiste em permanecer com o tempo, às vezes, quando sentimos que os outros se lembram de nós…

No entanto, parabenizar os outros pelas suas conquistas alcançadas é algo que não costumamos fazer, e quando isto acontece, não fazemos de forma espontânea. Será que o sucesso dos outros nos incomoda tanto ao ponto de nos tornarmos indiferente a conquista alheia?

Muitas vezes, ficamos satisfeitos quando alguém consegue algo importante – quando é nomeado para algum cargo no governo do estado mesmo você não sendo lembrado pelas lideranças do partido, quando é promovido, quando recebe um louvor, quando compra um carro novo, quando muda para uma casa maior, quando se torna pai… Nestes momentos, habitualmente, não é difícil cumprimentá-lo e dizer-lhe que parabenizamos por tal acontecimento.

Porém, em determinadas situações, muitas vezes, não conseguimos encontrar as palavras certas ou o abraço certo para partilhar com os companheiros – é o caso, por exemplo, de quando um conhecido nos diz que conseguiu terminar um projeto que nós iniciamos e por algum motivo abandonamos, quando um vizinho nos diz que vai fazer uma reforma na sua casa, ou, mesmo, quando um colega no trabalho nos diz que o filho teve uma excelente nota numa determinada matéria.

Nestes momentos, seja pela falta de intimidade com as pessoas, seja pela falta de afinidade pelo assunto, acabamos não ficando tão satisfeitos e não parabenizamos os outros por questões práticas da vida diária. O certo, é que não estamos habituados a reagir com um sentimento de satisfação.


Festejar as conquistas e vitórias dos outros com alegria, é algo que nem todos conseguem fazer ou, pelo menos, não têm o hábito de fazer. Porém, é um hábito que deveria fazer parte do nosso dia-a-dia, como dizer “obrigado” ou, “por favor”. É um hábito que só faria bem, tanto a nós próprios como aos outros. A nós, porque nos aproximaria do que ha de bom dentro da gente; ao outro, porque  sentiria mais a nossa presença na sua vida.

Da mesma forma, como temos dificuldade de dizer parabéns, obrigado e, por favor, é difícil ter a humildade de pedir desculpa…

 


terça-feira, 26 de janeiro de 2021

ARTIGO - Porque o PT apoia Baleia Rossi (Padre Carlos)

 


Porque o PT apoia Baleia Rossi

 


  Falar de perfeição e coerência se torna um mantra na esquerda brasileira. Todas as correntes se acham o berço da coerência e da perfeição, em momentos de crises as esquerdas se fecham em suas convicções e não percebem o que esta transcendendo ao seu conjunto de certezas.  .


Não se faz política sem alianças e não se governa sem uma coalizão. Este é o manual da democracia burguesa. Neste jogo tem regras claras e quem não souber joga-las, não governa ou participa do jogo. Maquiavel nunca disse que o fim justificava os meios, esta frase foi atribuída a ele, por seus adversários ligados a Igreja, mas é preciso entender que no Congresso não encontramos madre Tereza e os santos da Igreja.  Encontramos políticos  de todas as matrizes e não fomos ingênuos quando apoiamos esta chapa. Sabíamos quando resolvemos declarar o apoio que Baleia Rossi era a candidatura urdida do encontro entre Michel Temer e Rodrigo Maia e que os três são golpistas. É preciso entender que neste momento nossa tática é derrotar o fascismo não temos força para lutar em dois fronts ao mesmo tempo e desta forma, esta aliança para derrotar Artur Lyra representa um recuo tático para combater com mais força lá frente e sem a ultradireita o neoliberalismo.

            Há um momento na política, que é necessário fazer um cálculo entre custo benefício, para atingir nossos objetivos, é necessário fazer alguns sacrifícios e isto esta relacionada a fazer uma aliança dentro do um Congresso para derrotar um inimigo maior.

 Os paladinos da ética querem combater Bolsonaro, mais não querem perder o discurso puritano, mesmo que isto represente a consolidação da extrema-direita e o fascismo. Querem está de bem com suas bases e não perder espaço dentro da esquerda.

 


Estes companheiros estão com as mãos sujas porque não dá para fazer política sem se colocar a mão na merda. O grande problema disso tudo é que muitos políticos  esquecem que são estes companheiros que estão na linha de frente lutando e dando a cara a tapa.

         Nosso erro é colocar o vaso quebrado com a sua imperfeição para trás, tentando esconder a sua falha e aparentando uma falsa perfeição, saibamos, sem medo, mostrar as nossas imperfeições e, com elas, aceitarmo-nos e redescobrirmo-nos. Como diz Leonard Cohen: «Em tudo há uma falha, é por ela que entra a luz».

 

 


ARTIGO - Não podemos deixar o povo morrer (Padre Carlos)

 

Não podemos deixar o povo morrer

 




A expressão: “agua mole em pedra dura, tanto bate até que fura,” poderia definir bem a pertinência e a dificuldade que as forças democráticas vêm enfrentando para que os crimes deste governo sejam investigados e seus responsáveis possam ser assim, punidos pelos seus atos. Este foi o sentimento que os brasileiros tiveram quando a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu no sábado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abrir uma investigação à conduta do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, devido ao colapso da rede de saúde pública em Manaus, na Amazónia, onde faltou oxigénio para os doentes de covid-19. A PGR pede que o ministro seja ouvido pela Polícia Federal.


O pedido foi feito pelo procurador-geral, Augusto Aras, na sequência de uma queixa apresentada pelo partido Cidadania, que acusa o ministro Pazuello de omissão perante a tragédia em Manaus, onde os hospitais estão no limite e o número de mortos continua disparando – levando as autoridades investigar mais de 50 mortes que teriam sido causadas pela falta de oxigénio.

A procura deste item tão básico para o tratamento dos pacientes da rede de saúde pública no estado do Amazonas foi, no início de Janeiro, 11 vezes superior à média. Este aumento pela procura agravou a carência nos hospitais onde estão internados os doentes da covid-19.

No pedido de investigação enviado ao STF, a Procuradoria cita um relatório oficial do dia 17 de Janeiro, sobre o que se passou entre 6 e 16 de Janeiro, que conclui que Eduardo Pazuello foi informado no dia 8 de Janeiro da falta de oxigénio pela fornecedora White Martins. Contudo, o Ministério de Saúde só reforçou a entrega de oxigénio na região a 12 de Janeiro, ou seja, o Governo ficou quatro dias sem tomar qualquer medida para evitar o colapso do sistema de saúde em Manaus.

Além disso, a PGR questiona as prioridades do Governo perante a crise em Manaus, particularmente a distribuição de 120 mil unidades de hidroxicloroquina no dia 14 de Janeiro, em plena escassez de oxigénio dos hospitais.

O texto enviado ao Supremo  sugere que, em vez de dar prioridade ao reforço de oxigénio, Pazuello privilegiou a distribuição de um remédio sem eficácia comprovada cientificamente no tratamento da covid-19.

Após a abertura de um procedimento preliminar na semana passada, em que a PGR pediu esclarecimentos a Pazuello, o ministro da Saúde enviou, no dia 19 de Janeiro, mais de 200 documentos explicando as medidas tomadas pelo Governo federal em Manaus, admitindo que foi alertado para a falta de oxigénio a 8 de Janeiro, mas que a empresa que distribui o produto não tinha capacidade para dar resposta.

Augusto Aras considerou as respostas do ministro insuficientes e, tendo em conta o estado de calamidade de Manaus, o procurador-geral considerou necessária a abertura de um processo para investigar os fatos.

Horas depois do pedido da PGR, ser aceito pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, determinando nesta segunda-feira (25) que a Polícia Federal abra um inquérito para investigar, em até 60 dias, as acusações de negligência ao ministro da Saúde, durante o combate ao coronavírus em Manaus, Eduardo Pazuello viaja para Manaus para uma visita que o Governo de Bolsonaro espera que ajude a diminuir o desgaste do ministro, numa altura em que no seio do próprio executivo, sobretudo entre a ala militar, aumenta a pressão para que Pazuello deixe o cargo. Bolsonaro, no entanto, não parece entender a gravidade da situação e tenta de todas as formas salvar o seu ministro.


Assim como na tragédia portuguesa, poderíamos dizer para o nosso ministro que: “agora Inês é morta,”, mas não foi só Inês, foram Marias e Joãos que neste Brasil de meu Deus já somam mais de 215 mil pessoas.

Desta forma, não basta o Ministério da Saúde informar que Pazuello “não tem voo de volta para Brasília” e que vai ficar no estado do Amazonas “o tempo que for necessário”.

 

 


segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

ARTIGO - Estado de Defesa ou de Exceção? (Padre Carlos)

 

 

Estado de Defesa ou de Exceção?



 

Os romanos diziam: post festum, pestum, ou seja, depois da festa, a realidade, traduzindo-se livremente. Quando os políticos retornaram a Brasília, depois das festas de fim de ano, encontram o mesmo país que deixaram antes do recesso parlamentar, isto é,  um país ainda em guerra, dividido, onde não ecoa a palavra reconciliação. É que um Brasil unido e pacificado não interessa, neste momento, aos planos do presidente Jair Bolsonaro, que alimenta suas hostes com ataques contínuos a tudo e a todos os que não comungam das suas loucuras e das suas ideias, baseadas na confrontação ao invés da união.


Diante desta realidade, passamos a entender que quando a mascara que esta no rosto do político brasileiro não for para proteger do vírus é para atentar contra o Estado de Direito.  Neste início de ano, duas declarações chamaram minha atenção pelo grau de gravidade que carregam. A primero partiu do presidente da República quando afirmou que: “Quem decide se o povo vai viver em uma democracia ou ditadura são as Forças Armadas” e a segunda e não menos grave, foi proferida pelo Procurador da República, Augusto Aras: "o estado de calamidade pública (por causa da pandemia) é a antessala do estado de defesa". Estas ameaças, não podem deixar de ser levadas a sério devido à posição que as duas autoridades representam na estrutura do Estado brasileiro.

A disputa entre os legalistas e os bolsonaristas dentro da PGR, tem forçado o procurador-geral da República, Augusto Aras, reconhecer, que aumentaram as pressões para que ele investigue as acusações contra o presidente Jair Bolsonaro. Diante disto e sem nenhum constrangimento perante a nação, esta autoridade faz insinuações que deixam qualquer jurista ou cientista político preocupado. Ao afirmar que: "o estado de calamidade pública  é a antessala do estado de defesa," ele  afirma que o "agravamento da crise sanitária" poderia justificar declaração de "Estado de Defesa", recurso que ampliaria poderes do presidente, que poderia tomar certas medidas previstas na Constituição de 1988 em que os direitos dos indivíduos são restringidos em razão de um objetivo maior, qual seja, a superação de cenário de crise e de ameaça à Democracia.

As falas do procurador e a do presidente estão alinhadas em uma suposta ameaça ao Estado de Direito. Qual o papel da PGR e qual a importância das forças armadas neste projeto?

Assim, o presidente aparece com um discurso tirado da guerra fria e sem conexão com a realidade pra dizer que existe um quarto poder da República e que este está à cima dos demais.

“Por que sucatearam as Forças Armadas ao longo de 20 anos? Porque nós, militares, somos o último obstáculo para o socialismo. Quem decide se um povo vai viver na democracia ou na ditadura são as suas Forças Armadas. Não tem ditadura onde as Forças Armadas não apoiam.”

         Podemos definir as declarações destas duas autoridades como uma ameaça e uma afronta a democracia. Como educador com formação em filosofia não poderia deixar de denunciar o estado de exceção que estão tentando implantar no Brasil, isto é, usar o direito para supostamente legitimar o que é ilegitimável. O que esta acontecendo é uma afronta à República e seus poderes. Onde estão os operadores do direito neste país?

Não podemos esquecer que o principal fator dos agentes que estão por traz destas declarações contra o Estado de Direito, é embaralhar todas as cartas do jogo político, e trapacear guardando o coringa para o xeque-mate, isto é, salvar o rei.

 


A vingança da elite brasileira é cruel, não podemos ser ingênuos ao ponto de achar que os conservadores e os militares, irão aceitar sair do governo e perder estas regalias. Nossa história constitucional é permeável de golpes, traições e farsas não podem esquecer isto.

Se os senhores juristas não fizerem nada, passado o estado de exceção, voltarmos às nossas pequenas questões, então seremos todos vencidos. Sim, se não fizermos nada, a extrema-direita ampliar-se-á, o ódio sairá vencedor, o fascismo renascerá. A palavra de Martin Luther King deve ecoa sobre a Suprema Corte, “o que me preocupa não é o grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons”.

 

 

Pe. Carlos

 



domingo, 24 de janeiro de 2021

ARTIGO - Brasil tem sábado de protestos pela democracia (Padre Carlos)

 

Brasil tem sábado de protestos pela democracia

 


 

Sem nenhuma conotação religiosa, mas o tempo de colher chegou. O presidente Jair Bolsonaro, está colhendo nestes últimos dias o que plantou ao longo dos seus dois anos e mandato presidencial. Rechaçado por seus desvios e suas mentiras, o povo brasileiro cansado de tanta enganação, foi às ruas nestes sábado 23 de janeiro para pedir o impeachment do presidente e tentar banir do poder o governo de ultradireita e renovar a democracia.


Como professor de filosofia, em condições normais falaria para meus alunos que o impeachment é um processo extremo, traumático, imprevisível. E o pós-impeachment só beneficia a direita e seus representantes. Diria também, que a regra salutar da democracia é a alternância do poder. Regra que se impõe para a segurança do bem-estar do povo, o que não acontece no momento. O poder cega e o poder corrompem, por isto, com a exposição dos crimes de responsabilidade e todos os desvios do baixo clero nas suas entranhas, o momento não poderia ser outro. A continuidade do governo Bolsonaro seria a declaração de morte da Nação.

A resposta do povo foi um aviso de que a soberania lhe pertence, não sendo esta propriedade de ninguém, muito menos das forças conservadoras deste país. O presidente tem como função em seu mandato, representar os interesses do seu povo, não para causar um mal-esta, levando o Brasil para uma radicalização da extrema direita, com o proposito de “desconstruir o país” e limpá-lo de tudo que possa cheirar a esquerda ou simplesmente a progressismo.

Equivocado em sua pretensão, arrogante em sus atitude, o presidente deve ter aprendido a lição de que o povo não é massa de manobra para o alcance de suas pretensões. Mesmo com parcela da população iludida com este projeto conservador.

Não há agora o que reclamar. Não há agora que montar resistência sistemática. Não há agora que culpar ninguém, a não ser a si próprio. As reações do povo nas ruas são uma resposta a horrenda prática política por eles mesmos adotada. Não têm que chorar sobre o leite derramado. Eles e quando falo isto me refiro a todo o campo da ultradireita, quiseram desconstruir o Brasil e desconstruíram a si próprios.

Para o povo deverão estar permanentemente voltadas as ações dos políticos de todos os partidos, pois é ele o mandante do poder. Poder que emana do povo que delega aos seus representantes o seu exercício. Portanto, para a felicidade geral da Nação basta a obediência à Constituição, enfatizando-a nos objetivos fundamentais da República.


São estes: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, conforme consta no artigo 3º da Carta Magna.

Portanto, diante do acontecido, que todos os políticos, sem distinção de partidos, revejam suas ideias e as sintonizem com os reais interesses do povo. Este o que quer é ser feliz com emprego, educação, saúde e segurança.

 

 

 

 

sábado, 23 de janeiro de 2021

ARTIGO - A política externa brasileira ( Padre Carlos )

A política externa brasileira



A política externa do governo Bolsonaro, foi marcada nestes dois ano, com intervenções polêmica, amadorismo e constantes recuos. Podemos afirmar, que o Ministério das Relações Exteriores terminou os primeiros 24 meses da atual gestão com a imagem desgastada e internacionalmente enfraquecido.    A mensagem do governo brasileiro apoiando à operação determinada pelo presidente americano, Donald Trump, que matou o principal líder militar do Irã, o general Qasem Soleimani, foi entendida pela comunidade diplomática como uma clara declaração de apoio do Brasil à ação militar dos Estados Unidos, a ponto de o Irã chamar a encarregada de negócios da Embaixada brasileira em Teerã para prestar explicações. Na linguagem diplomática, essa medida é uma manifestação de insatisfação de um país com outro. 

      Outro ponto que merece destaque foi  os erros político pelo Itamaraty de abandonar aliados antigos como os BRICS, para apoiar a Política de Washington.  Sem receber apoio na OMC, Índia tirou Brasil da lista de prioridades para vacinas contra Covid-19. Em outubro, a Índia apresentou uma proposta à Organização Mundial do Comércio (OMC) para a licença compulsória (quebra de patente) temporária de produtos relacionados ao combate da pandemia e o Brasil votou contra.  Outro fato importante que não podemos deixar de mencionar, são as crise provocada pelas falas do Presidente e do eu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (Republicanos-SP) atacando a China  trouxe "graves danos" ao Brasil, estamos assistindo agora o país  adotando barreiras comerciais contra produtos brasileiros e buscando outros fornecedores de commodities.


    Diante de todos estes acontecimentos, podemos afirmar que a política externa brasileira, sofreu um retrocesso como poucas vezes se viu na história do país. Tivemos os dois primeiro ano ideologizado, com uma pauta que não se sustenta.  Quando vejo a imagem do Brasil tão desgastada no mundo, lembro o quanto lutamos por uma política de integração da América Latina e sua importância na “Política Externa Ativa e Altiva” dos governos do PT. Assim, foi criado as condições políticas para uma articulação sul-sul e da aproximação com os continentes africano,  asiático e o Oriente Médio. Infelizmente, podemos constatar o quanto perdemos nos últimos tempos da importância e liderança que exercíamos em relação aos países em desenvolvimento. Tínhamos a real noção da importância da formação de blocos como o Brics e o Ibas, vistos como estratégicos na construção de articulações contra hegemônicas e para a reforma da ordem internacional vigente e de suas instituições.
            Com a perda relativa do protagonismo internacional e uma  política externa de menor intensidade nos governos Temer e Bolsonaro ficam evidentes cada vez mais a importância que o presidente Lula teve no cenário internacional. O velho sindicalista e político, foi capaz de transformar principalmente seu conhecimento acumulado nas negociações com empresários e o governo militar, bem como com as correntes de esquerdas que formaram o PT, em subsídios para a criação de uma política externa e dando uma dimensão humana as relações internacionais. Foram estes elementos que determinaram a criação de um projeto de “Política Externa Ativa e Altiva” para a soberania de todo um continente.
           
    A postura do governo Bolsonaro, de se posicionar num conflito que não diz respeito diretamente ao Brasil, vai de encontro a tudo que construímos ao longo de quase duas décadas e destoa da tradição diplomática histórica do país, podendo trazer consequências irreparáveis principalmente em três áreas: diplomática, no comércio e na segurança. 
    Hoje, podemos constatar a falta que faz uma liderança capaz de conduzir com habilidade política, as  lutas e projetos para construção da soberania do Brasil e a toda a América Latina. Sempre admirei a  inteligência do presidente Lula, o seu compromisso com a democracia e a justiça social e a sua enorme capacidade de trabalho.

          Padre Carlos

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...