Porque o PT apoia Baleia Rossi
Falar de perfeição e coerência se
torna um mantra na esquerda brasileira. Todas as correntes se acham o berço da
coerência e da perfeição, em momentos de crises as esquerdas se fecham em suas
convicções e não percebem o que esta transcendendo ao seu conjunto de certezas. .
Não se faz política sem alianças e não se governa
sem uma coalizão. Este é o manual da democracia burguesa. Neste jogo tem regras
claras e quem não souber joga-las, não governa ou participa do jogo. Maquiavel
nunca disse que o fim justificava os meios, esta frase foi atribuída a ele, por
seus adversários ligados a Igreja, mas é preciso entender que no Congresso não
encontramos madre Tereza e os santos da Igreja. Encontramos políticos de todas as matrizes e não fomos ingênuos
quando apoiamos esta chapa. Sabíamos quando resolvemos declarar o apoio que Baleia Rossi era a candidatura urdida do
encontro entre Michel Temer e Rodrigo Maia e que os três são golpistas.
É preciso entender que neste momento nossa tática é derrotar o fascismo não
temos força para lutar em dois fronts ao mesmo tempo e desta forma, esta
aliança para derrotar Artur Lyra representa um recuo tático para combater com
mais força lá frente e sem a ultradireita o neoliberalismo.
Há
um momento na política, que é necessário fazer um cálculo entre custo
benefício, para atingir nossos objetivos, é necessário fazer alguns sacrifícios
e isto esta relacionada a fazer uma aliança dentro do um Congresso para derrotar
um inimigo maior.
Os paladinos da ética querem combater Bolsonaro, mais não
querem perder o discurso puritano, mesmo que isto represente a consolidação da
extrema-direita e o fascismo. Querem está de bem com suas bases e não
perder espaço dentro da esquerda.
Estes companheiros estão com as mãos sujas
porque não dá para fazer política sem se colocar
a mão na merda. O grande problema disso tudo é que muitos políticos
esquecem que são estes companheiros que
estão na linha de frente lutando e dando a cara a tapa.
Nosso
erro é colocar o vaso quebrado com a sua imperfeição para trás, tentando
esconder a sua falha e aparentando uma falsa perfeição, saibamos, sem medo,
mostrar as nossas imperfeições e, com elas, aceitarmo-nos e redescobrirmo-nos.
Como diz Leonard Cohen: «Em tudo há uma falha, é por ela que entra a luz».
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