sábado, 23 de janeiro de 2021

ARTIGO - A política externa brasileira ( Padre Carlos )

A política externa brasileira



A política externa do governo Bolsonaro, foi marcada nestes dois ano, com intervenções polêmica, amadorismo e constantes recuos. Podemos afirmar, que o Ministério das Relações Exteriores terminou os primeiros 24 meses da atual gestão com a imagem desgastada e internacionalmente enfraquecido.    A mensagem do governo brasileiro apoiando à operação determinada pelo presidente americano, Donald Trump, que matou o principal líder militar do Irã, o general Qasem Soleimani, foi entendida pela comunidade diplomática como uma clara declaração de apoio do Brasil à ação militar dos Estados Unidos, a ponto de o Irã chamar a encarregada de negócios da Embaixada brasileira em Teerã para prestar explicações. Na linguagem diplomática, essa medida é uma manifestação de insatisfação de um país com outro. 

      Outro ponto que merece destaque foi  os erros político pelo Itamaraty de abandonar aliados antigos como os BRICS, para apoiar a Política de Washington.  Sem receber apoio na OMC, Índia tirou Brasil da lista de prioridades para vacinas contra Covid-19. Em outubro, a Índia apresentou uma proposta à Organização Mundial do Comércio (OMC) para a licença compulsória (quebra de patente) temporária de produtos relacionados ao combate da pandemia e o Brasil votou contra.  Outro fato importante que não podemos deixar de mencionar, são as crise provocada pelas falas do Presidente e do eu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (Republicanos-SP) atacando a China  trouxe "graves danos" ao Brasil, estamos assistindo agora o país  adotando barreiras comerciais contra produtos brasileiros e buscando outros fornecedores de commodities.


    Diante de todos estes acontecimentos, podemos afirmar que a política externa brasileira, sofreu um retrocesso como poucas vezes se viu na história do país. Tivemos os dois primeiro ano ideologizado, com uma pauta que não se sustenta.  Quando vejo a imagem do Brasil tão desgastada no mundo, lembro o quanto lutamos por uma política de integração da América Latina e sua importância na “Política Externa Ativa e Altiva” dos governos do PT. Assim, foi criado as condições políticas para uma articulação sul-sul e da aproximação com os continentes africano,  asiático e o Oriente Médio. Infelizmente, podemos constatar o quanto perdemos nos últimos tempos da importância e liderança que exercíamos em relação aos países em desenvolvimento. Tínhamos a real noção da importância da formação de blocos como o Brics e o Ibas, vistos como estratégicos na construção de articulações contra hegemônicas e para a reforma da ordem internacional vigente e de suas instituições.
            Com a perda relativa do protagonismo internacional e uma  política externa de menor intensidade nos governos Temer e Bolsonaro ficam evidentes cada vez mais a importância que o presidente Lula teve no cenário internacional. O velho sindicalista e político, foi capaz de transformar principalmente seu conhecimento acumulado nas negociações com empresários e o governo militar, bem como com as correntes de esquerdas que formaram o PT, em subsídios para a criação de uma política externa e dando uma dimensão humana as relações internacionais. Foram estes elementos que determinaram a criação de um projeto de “Política Externa Ativa e Altiva” para a soberania de todo um continente.
           
    A postura do governo Bolsonaro, de se posicionar num conflito que não diz respeito diretamente ao Brasil, vai de encontro a tudo que construímos ao longo de quase duas décadas e destoa da tradição diplomática histórica do país, podendo trazer consequências irreparáveis principalmente em três áreas: diplomática, no comércio e na segurança. 
    Hoje, podemos constatar a falta que faz uma liderança capaz de conduzir com habilidade política, as  lutas e projetos para construção da soberania do Brasil e a toda a América Latina. Sempre admirei a  inteligência do presidente Lula, o seu compromisso com a democracia e a justiça social e a sua enorme capacidade de trabalho.

          Padre Carlos

Um comentário:

jm disse...


LULA SEGUIA ISSO:
Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.
João 13:34
BOLSONARO SEGUE ISSO:
Vamos metralhar a petralhada
Vamos matar 30 mil.
Viadinho tem que morrer

QUAL DOS DOIS É CRISTÃO?

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