"Eu sou um pecador que procura fazer o
bem".
Nestes
dias as palavras do Papa Francisco passaram a povoar minha cabeça e assim, passei
a refletir na mina oração diária: "Eu sou um pecador que procura fazer o
bem". Lembrei-me da cirurgia que o Santo Padre foi obrigado a tirar 33
centímetros de intestino e se manteve integro sem pensar em renunciar. Quem já
viveu um pouco mais, sabe que quando o Papa está doente corre uma brisa, ou
melhor, um furacão na Cúria romana, sempre farejando um Conclave, todos
voltados e pensando na eleição de um novo Papa. "Nem me passou pela cabeça”
disse o Pontífice. Para nossa alegria e para o bem da própria Igreja, ele esta
bem e vai continuar com as reformas, tudo o que foi pedido pelos cardeais antes
da sua inesperada eleição está sendo colocado em prática. "Creio que ainda
há várias coisas por fazer, mas não há nada que eu tenha inventado. Estou
apenas obedecendo ao que se estabeleceu e o que os cristãos estão esperando de
mim, embora talvez alguns não tenham percebido, as coisas na Igreja não estava
assim tão bem...". As viagens continuaram normalmente e nosso Papa missionário
voltou.
Outro
dia um repórter perguntou ao Papa se o diabo anda à solta no Vaticano?
Francisco deu aquela risada que conhecemos e respondeu que ele anda por todo o
lado, também no Vaticano, mas tem sobretudo medo dos "diabos
educados": "tocam à campainha, pedem licença, entram em casa,
fazem-se amigos..., tenho pavor aos diabos educados. São os piores, e a gente
engana-se muito, muito."
Sobre
a reforma da Cúria, fala em "ajustes" (por exemplo, (Ministérios),
com um leigo ou leiga à frente...), não de revolução. A Constituição Apostólica
Praedicate Evangelium (Anunciai
o Evangelho): não tem nada de novo.”.
Sobre
as "missas tridentinas" (em latim e de costas para o povo), diz que
ele não é de "dar murros na mesa, não consigo, até sou tímido". Mas
impôs limites. E quer que "a proclamação da Palavra seja na língua que
todos entendam; o contrário é rir-se da Palavra de Deus".
A
propósito de uma pergunta sobre a eutanásia, pede que nos situemos:
"Estamos vivendo uma cultura do descarte. O que não serve joga-se fora. Os
velhos são material descartável: incomodam. Os doentes mais terminais, também,
os bebés não desejados, também, e são mandados para o remetente antes de nascer."
Depois, quando se pensa nas periferias, temos "o descarte de povos
inteiros. Pense nos rohingyas...". Quanto aos migrantes: "A minha
resposta seria: quatro atitudes: acolher, proteger, promover, integrar. Vou à
última: acolhidos, se não são integrados, são um perigo, porque se sentem
estranhos." Mas também eles têm de se integrar.
As
suas maiores desilusões? "Tive várias na vida e isso é bom, pois fazem-nos
cair. O problema está em levantar-se... Creio que perante uma guerra, uma
derrota, um fracasso ou o próprio pecado, o problema é levantar-se e não
permanecer caído."
Assim
terminei minha oração com esta reflexão!