Uma reflexão sobre nosso momento político
Avaliar a conjuntura e ser imparcial é um dos grandes dilemas dos
cientistas político. Desta forma, gostaria de afirmar que a crise política
entre o executivo e o judiciário instaurado pelo presidente Bolsonaro ao
descumprir uma ordem judicial pouco alteraram no xadrez político nacional. Os
candidatos do centro e da direita não se afirmam como alternativa e o candidato
da esquerda vêm crescendo muito nos indicativos das pesquisas deixando seus
adversários sem grandes perspectivas de alcança-lo.
O Presidente Lula vem se resguardando dos ataques dos seus adversários é
natural que o candidato que se encontra a frente das pesquisas sofra tal
investida, mas o silêncio do velho político tem um propósito e ele sabe que terá
um papel decisivo após as eleições e precisará compor com setores diversos da
sociedade. Exige-se estabilidade, mas também se pede governabilidade e
estratégia do futuro presidente. O novo Governo será obrigatoriamente diferente
do atual, no protagonismo, mas também na política. Lula não tem adversário, ele
não precisa fazer promessas eleitoreiras, este é previsivelmente o seu último
ciclo político, passando assim a gozar de uma liberdade rara na política
nacional.
Aos partidos de oposição caberá se for
confirmado este quadro, interpretar os resultados das eleições, assumir a
derrota e contribuir para a estabilidade do país. O PSDB é um partido de
Governo, está no seu DNA e, para que tal aconteça, terá de se afirmar como real
alternativa, voltar a ocupar a liderança do centro-direita e estruturar uma
agenda reformista, capaz de mobilizar e agregar os setores mais dinâmicos da
nossa sociedade. Só assim voltará a ser um partido verdadeiramente nacional,
capaz de disputar o eleitorado urbano e jovem. Por estes quatro anos que virão cumprirá
o papel de oposição, que a exerça de forma ativa e responsavelmente.
A crise política e econômica tem provocado uma subida no
preço dos combustíveis, uma explosão inflacionária, bem como um crescimento
acentuado dos juros e uma queda do consumo, tornando assim estagnada nossa
economia. Qualquer Governo terá de ter todos estes fatores em conta, na certeza
de que os tempos que estão pra vir não serão fáceis.
O governo que temos em mente de crescimento económico
daqueles últimos seis anos do governo lula acabou. Os tempos serão exigentes e
o velho sindicalista terá de vestir o fato de estadista. As negociações com os
diversos setores da economia e com a oposição serão fundamentais para negociar a
repactuação não só das nossas riquezas, mas dos direitos dos trabalhadores que
foram arrancados nestes últimos anos.
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