quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

ARTIGO - "Eu sou um pecador que procura fazer o bem". (Padre Carlos)

 



"Eu sou um pecador que procura fazer o bem".

 




Nestes dias as palavras do Papa Francisco passaram a povoar minha cabeça e assim, passei a refletir na mina oração diária: "Eu sou um pecador que procura fazer o bem". Lembrei-me da cirurgia que o Santo Padre foi obrigado a tirar 33 centímetros de intestino e se manteve integro sem pensar em renunciar. Quem já viveu um pouco mais, sabe que quando o Papa está doente corre uma brisa, ou melhor, um furacão na Cúria romana, sempre farejando um Conclave, todos voltados e pensando na eleição de um novo Papa. "Nem me passou pela cabeça” disse o Pontífice. Para nossa alegria e para o bem da própria Igreja, ele esta bem e vai continuar com as reformas, tudo o que foi pedido pelos cardeais antes da sua inesperada eleição está sendo colocado em prática. "Creio que ainda há várias coisas por fazer, mas não há nada que eu tenha inventado. Estou apenas obedecendo ao que se estabeleceu e o que os cristãos estão esperando de mim, embora talvez alguns não tenham percebido, as coisas na Igreja não estava assim tão bem...". As viagens continuaram normalmente e nosso Papa missionário voltou.

Outro dia um repórter perguntou ao Papa se o diabo anda à solta no Vaticano? Francisco deu aquela risada que conhecemos e respondeu que ele anda por todo o lado, também no Vaticano, mas tem sobretudo medo dos "diabos educados": "tocam à campainha, pedem licença, entram em casa, fazem-se amigos..., tenho pavor aos diabos educados. São os piores, e a gente engana-se muito, muito."

Sobre a reforma da Cúria, fala em "ajustes" (por exemplo, (Ministérios), com um leigo ou leiga à frente...), não de revolução. A Constituição Apostólica Praedicate Evangelium (Anunciai o Evangelho): não tem nada de novo.”.

Sobre as "missas tridentinas" (em latim e de costas para o povo), diz que ele não é de "dar murros na mesa, não consigo, até sou tímido". Mas impôs limites. E quer que "a proclamação da Palavra seja na língua que todos entendam; o contrário é rir-se da Palavra de Deus".

A propósito de uma pergunta sobre a eutanásia, pede que nos situemos: "Estamos vivendo uma cultura do descarte. O que não serve joga-se fora. Os velhos são material descartável: incomodam. Os doentes mais terminais, também, os bebés não desejados, também, e são mandados para o remetente antes de nascer." Depois, quando se pensa nas periferias, temos "o descarte de povos inteiros. Pense nos rohingyas...". Quanto aos migrantes: "A minha resposta seria: quatro atitudes: acolher, proteger, promover, integrar. Vou à última: acolhidos, se não são integrados, são um perigo, porque se sentem estranhos." Mas também eles têm de se integrar.

As suas maiores desilusões? "Tive várias na vida e isso é bom, pois fazem-nos cair. O problema está em levantar-se... Creio que perante uma guerra, uma derrota, um fracasso ou o próprio pecado, o problema é levantar-se e não permanecer caído."

Assim terminei minha oração com esta reflexão!


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