O PSOL e
o PCdoB podem desaparecer com o crescimento do PT e do centro esquerda.
Antes de iniciar esta
abordagem, gostaria de deixar claro que não estamos fazendo alguma crítica à
direção destes partidos nem aos parlamentares muito menos aos seus militantes.
O nosso objetivo como profissional da filosofia é abordar os fenômeno
políticos, dentro dos efeitos da crise de utopias que vem se abatendo nesta
arena nas ultimas três décadas. Ressalto que estes companheiros, na sua maioria
são pessoas sérias e comprometidas com as mudanças que o país tanto precisa.
Como professor de filosofia política, venho
percebendo que já faz alguns pleitos que os partidos de esquerda não conseguem
captar o voto jovem e urbano das grandes e médias cidades mais prósperas, e se
não conseguir captar o voto dos mais pobres e descamisados (que parece ser uma
marca do PT), estes partidos entrará numa espiral descendente igual ao que os
partidos de direita vêm enfrentando com o surgimento do bolsonarismo: não tem
espaço para crescer e definhará demograficamente com o tempo.
Diante do que tenho percebido como
profissional desta área estou absolutamente convencido de que o PSOL e o PCdoB
está a caminho de uma morte anunciada. Historicamente, o PSOL é muito parecido
ao Nescafé: faz-se depressa com água quente, mas dura pouco tempo. Sabem por
quê? Na verdade o Porquê está relacionado à falta de raízes profundas, além
da falta de base política e ideológica. Vivem em uma bolha de classe média
privilegiada das cidades, jovens estudantes universitários e professores,
famílias de classe média e, por isso, falta-lhe a base de classe, a base comunitária
e a identificação popular. Porque é que não há praticamente vereadores do PSOL
passados tantos anos desde o início do partido?
Eu acredito que essa decadência do Bloco é
mesmo inexorável, a realidade é sempre surpreendente. Mas, de fato, estes
partidos estão neste momento fechado numa sala escura sem futuro. E vou tentar
explicar o porquê.
Se o Partido dos Trabalhadores ficou
demograficamente confinado a uma geração de trabalhadores sindicalizados
alinhados a CUT nas décadas de 80 e 90 de uma dada região do país, o PCdoB
e o POSOL ficaram demograficamente confinado numa parte da juventude
urbana e privilegiado da minha geração; pessoas que agora estão entre o
final dos 50 e os 60. Eu não estou vendo estes partidos conseguindo captar os
votos das novas gerações e, não por acaso, as direções destes partidos buscam
na federação destas entidades uma forma de conter a sangria não só de quadros,
mas de voto. Outro fato importante é a forma como estes partidos terminam
aceitando lideranças populistas em suas fileiras devido à densidade eleitoral
destes candidatos. Estas iniciativas, além de descaracterizarem a sigla no
parlamento, terminam prejudicando seus verdadeiros quadros. Outro fator que não tem ajudado muito estes
partidos é a necessidade se se alinharem com o PT em seus projetos eleitorais e
ideológicos e desta forma, serem arrastados por candidaturas majoritárias tanto
a nível federal como estadual, deixando assim em pânico com a ascensão de Lula
e do PT, como partido que mais capta sem qualquer margem de dúvida o espírito
jovem urbano do século XXI.
Há uma marca cultural que o PSOL e o PCdoB
parecem não está entendendo: o espírito jovem do século XXI (o hipster) é
profundamente capitalista, aberto, cosmopolita; defende
o empreendedorismo e celebra e até venera figuras como Steve Jobs. Os
jovens de hoje querem viajar pelo mundo da internet e celebrar as
novas tecnologias e o espírito inovador e moderado do centro político, como
aconteceu em Portugal e como o PT se apresenta. A esquerda radical não lhes diz
nada, porque essa esquerda tem a cabeça enterrada nos mitos do século
XX. Além disso, todas as causas e bandeiras relacionadas a estas utopias
estão ligas aos partidos de centro esquerdos e do centro.
Por outro lado, os jovens de hoje conhecem
bem as diversas realidades do nosso país, onde se praticam políticas de centro
esquerda e social democrata, na educação e na saúde, passando pela Segurança
Social. Não entendem ou não priorizam em suas vidas como fizeram gerações
passada construir seus castelos de sonhos e utopias no campo ideológico. Assim,
quando escutam dizer sobre essas políticas de largo consenso é: “fascistas”,
“neoliberais” terminam não entendendo este comportamento de alguns ativistas.
Desta forma, estes partidos, desenvolve um orgulhosamente: somos socialistas! Este
mantra não seduz mais esta nova juventude que busca virá a triste era Bolsonaro.
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Como analista, acredito que para se manter
no jogo e fazer dá certa uma federação de partido de esquerda, eles precisarão
capta os votos dos jovens das grandes e médias cidades do nosso país. Além
disso, poderá captar os votos dos mais pobres, dos descontentes, do povo que se
sente e sentirá injustiçado pelo governo do PT e pela Direita.