segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

ARTIGO - O PSOL e o PCdoB podem desaparecer com o crescimento do PT e do centro esquerda. (Padre Carlos)

 

O PSOL e o PCdoB podem desaparecer com o crescimento do PT e do centro esquerda.



      Antes de iniciar esta abordagem, gostaria de deixar claro que não estamos fazendo alguma crítica à direção destes partidos nem aos parlamentares muito menos aos seus militantes. O nosso objetivo como profissional da filosofia é abordar os fenômeno políticos, dentro dos efeitos da crise de utopias que vem se abatendo nesta arena nas ultimas três décadas. Ressalto que estes companheiros, na sua maioria são pessoas sérias e comprometidas com as mudanças que o país tanto precisa.

Como professor de filosofia política, venho percebendo que já faz alguns pleitos que os partidos de esquerda não conseguem captar o voto jovem e urbano das grandes e médias cidades mais prósperas, e se não conseguir captar o voto dos mais pobres e descamisados (que parece ser uma marca do PT), estes partidos entrará numa espiral descendente igual ao que os partidos de direita vêm enfrentando com o surgimento do bolsonarismo: não tem espaço para crescer e definhará demograficamente com o tempo.

Diante do que tenho percebido como profissional desta área estou absolutamente convencido de que o PSOL e o PCdoB está a caminho de uma morte anunciada. Historicamente, o PSOL é muito parecido ao Nescafé: faz-se depressa com água quente, mas dura pouco tempo. Sabem por quê? Na verdade o Porquê está relacionado à falta de raízes profundas, além da falta de base política e ideológica. Vivem em uma bolha de classe média privilegiada das cidades, jovens estudantes universitários e professores, famílias de classe média e, por isso, falta-lhe a base de classe, a base comunitária e a identificação popular. Porque é que não há praticamente vereadores do PSOL passados tantos anos desde o início do partido?

Eu acredito que essa decadência do Bloco é mesmo inexorável, a realidade é sempre surpreendente. Mas, de fato, estes partidos estão neste momento fechado numa sala escura sem futuro. E vou tentar explicar o porquê.

Se o Partido dos Trabalhadores ficou demograficamente confinado a uma geração de trabalhadores sindicalizados alinhados a CUT nas décadas de 80 e 90 de uma dada região do país, o PCdoB e o POSOL ficaram demograficamente confinado numa parte da juventude urbana e privilegiado da minha geração; pessoas que agora estão entre o final dos 50 e os 60. Eu não estou vendo estes partidos conseguindo captar os votos das novas gerações e, não por acaso, as direções destes partidos buscam na federação destas entidades uma forma de conter a sangria não só de quadros, mas de voto. Outro fato importante é a forma como estes partidos terminam aceitando lideranças populistas em suas fileiras devido à densidade eleitoral destes candidatos. Estas iniciativas, além de descaracterizarem a sigla no parlamento, terminam prejudicando seus verdadeiros quadros.  Outro fator que não tem ajudado muito estes partidos é a necessidade se se alinharem com o PT em seus projetos eleitorais e ideológicos e desta forma, serem arrastados por candidaturas majoritárias tanto a nível federal como estadual, deixando assim em pânico com a ascensão de Lula e do PT, como partido que mais capta sem qualquer margem de dúvida o espírito jovem urbano do século XXI.

Há uma marca cultural que o PSOL e o PCdoB parecem não está entendendo: o espírito jovem do século XXI (o hipster) é profundamente capitalista, aberto, cosmopolita; defende o empreendedorismo e celebra e até venera figuras como Steve Jobs. Os jovens de hoje querem viajar pelo mundo da internet e celebrar as novas tecnologias e o espírito inovador e moderado do centro político, como aconteceu em Portugal e como o PT se apresenta. A esquerda radical não lhes diz nada, porque essa esquerda tem a cabeça enterrada nos mitos do século XX. Além disso, todas as causas e bandeiras relacionadas a estas utopias estão ligas aos partidos de centro esquerdos e do centro.

Por outro lado, os jovens de hoje conhecem bem as diversas realidades do nosso país, onde se praticam políticas de centro esquerda e social democrata, na educação e na saúde, passando pela Segurança Social. Não entendem ou não priorizam em suas vidas como fizeram gerações passada construir seus castelos de sonhos e utopias no campo ideológico. Assim, quando escutam dizer sobre essas políticas de largo consenso é: “fascistas”, “neoliberais” terminam não entendendo este comportamento de alguns ativistas. Desta forma, estes partidos, desenvolve um orgulhosamente: somos socialistas! Este mantra não seduz mais esta nova juventude que busca virá a triste era Bolsonaro.    .

Como analista, acredito que para se manter no jogo e fazer dá certa uma federação de partido de esquerda, eles precisarão capta os votos dos jovens das grandes e médias cidades do nosso país. Além disso, poderá captar os votos dos mais pobres, dos descontentes, do povo que se sente e sentirá injustiçado pelo governo do PT e pela Direita.

 

 


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