A
falta que faz um professor nesta casa
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A
falta que faz um professor nesta casa
Moema e o oito de março
O que tem haver o oito de março e a chapa majoritária do PT na Bahia? Gostaria
de informar as Senhoras e aos Senhores, que tem tudo haver! Esta data é hoje um marco comemorativo das
conquistas sociais, políticas e económicas que as mulheres conquistaram no
passado.
Apesar das desigualdades ainda existentes, há que reconhecer também que
foi considerável o progresso dos direitos das mulheres nas últimas décadas,
existindo hoje uma vasta legislação que proclamam o dever de garantir o
tratamento igual perante a lei a todas as pessoas, independentemente do género,
ou posição social que ocupa. Por isto, é fundamental a ação e o combate a todas
as formas de discriminação, principalmente a política por se tratar de pessoas
que deveriam proporcionar o acesso das mulheres neste espaço.
No Brasil e
em especial na Bahia, a consciência de não discriminação em função do género
tem nos últimos anos somado conquistas expressivas orientadas pelos princípios
constitucionais da igualdade e da não discriminação e da sua promoção como uma
das tarefas fundamentais do Estado. Mesmo assim, a baixa representatividade
feminina na política brasileira é visível, elas são apenas 15% dos integrantes
na Câmara Federal. E o Brasil perde para quase todos os países da América
Latina em percentuais de participação política de mulheres. Veja só, até neste
momento difícil da política baiana em que o candidato da situação abriu mão da
cabeça da chapa e não negocia com outras forças dentro do partido para ser substituído
principalmente por ser uma mulher que reivindica esta vaga. Em uma eleição majoritária,
a unidade é o candidato, então é muito mais comum que candidatos já conhecidos,
que tenham capital político ou recursos suficientes, tenham mais chances do que
uma mulher, mesmo que ela não seja recém-ingressa, como é o caso de Moema.
A verdade é
que, apesar de todos os progressos conseguidos no plano do direito, nenhum
partido atingiu a igualdade plena de género, continuando a existir muitas áreas
onde ainda é necessário intervir e uma delas é na política e na chapa
majoritária. A representação política é a evidência mais clara da
discriminação com as mulheres a ocuparem, cargos majoritários.
Portanto, apesar dos progressos conquistados no plano do direito e da
generalizada consciência sobre a igualdade de género, não devemos achar que o
quadro não seja preocupante e que casos como as escolhas da chapa majoritária
pelo PT baiano só representa a realidade que continua, ainda, a penalizar as
mulheres.
É necessário dar tradução prática aos direitos conquistados e
defendê-los no espaço público. É fundamental concretizar o espírito da lei na
realidade social porque, enquanto esta concretização não acontecer, as
alterações e reformas legais terão um efeito limitado.
Moema Governadora!
Leonelli,
o profeta que clama no deserto.
Uma
das heranças que o PCB terminou, incorporando inconscientemente, na esquerda
brasileira, foi à tese da “unidade ideológica” ou como costumávamos falar:
centralismo
democrático. Esta forma de fazer política determinava que
as minorias não pudessem se constituir em frações organizadas, nem precisar ser
ouvidas pelas lideranças em decisões que pudessem mudar os rumos do partido. A
insatisfação com a cúpula petista na Bahia e no país tem muito haver com este
comportamento. Digo isto porque a decisão do “PT” e a investida das suas
lideradas, como Lula e Rui Costa que resultou no desmonte da chapa que traria
Jaques Wagner como candidato ao governo em um “passe de mágica” me fez lembrar esta
máxima que infelizmente ressuscitaram e incorporaram nos governos em relação à
chapa majoritária a sucessão na Bahia. Quando esta decisão se tornou publico
percebi como esta forma de fazer política ainda vive no inconsciente e
comportamento dos grupos hegemônico do Partido quando o assunto é a eleição e a
chapa majoritária.
Quando o velho militante levanta estas
questões, ele chama a atenção dos partidos de esquerda da base aliada que nessa
chapa era justamente a candidatura de Jaques Wagner ao Governo do Estado que
representava este seguimento. E a aliança com a direita liberal passava com a
reeleição senador Oto Alencar. O PP continuaria como vice. Era um consenso
aceito por todos os partidos que mesmo não participando da chapa majoritária (PSB,
PCdoB, Avante e outros) sentiam-se nela representados. Nestes dias, vimos uma esquerda acovardada e com medo de
colocar suas posições diante do governador e do ex-presidente Lula.
Quais as razões desse cavalo-de-pau para os partidos de
esquerda? Será que o governador e Lula levaram em conta as outras forças
progressistas da Bahia? Atribui-se a responsabilidade a Lula querendo trazer o
PSD para sua aliança eleitoral já no primeiro turno e ao desejo de Rui Costa de
aproveitar os altos índices de aprovação do governo para candidatar-se ao
Senado. E quanto às outras forças?
Leonelli tem toda razão quando questiona: “O
que é que veio antes ou depois: a candidatura de Rui ao senado, a manobra de
Lula junto ao PSD, usando a Bahia como moeda troca, ou a chateação de Wagner?
Sinceramente não importa a ordem desses fatores. Permanece a indagação: a
cúpula do PT tem o direito de tomar uma decisão dessa envergadura sem consultar
nem as lideranças dos partidos aliados, nem a sociedade, nem os parlamentares e
nem as bases do próprio PT?”
Por essa ótica, não haveria divergências no seio dos partidos da base,
tudo deveria ser resolvido através da aplicação do controverso sistema de
centralismo democrático, um eufemismo encontrado pelos comunistas e resgatado
pelos petistas para aliar, em um mesmo discurso, a escolha da chapa e a
imposição de ideias, ou seja, se não fosse possível encontrar o consenso
através da escolha apontada, ele instalar-se-ia através da imposição. O que
interessava era ter o consenso. Caso a divergência persistisse, os discordantes
deveriam ser sumariamente expulsos da organização. Essa concepção foi
determinante para a falta de democracia interna que sempre acompanhou o PCB.
Tornou-se prática comum no partido, em praticamente toda sua existência, e mais
fortemente entre as décadas de 1940 e 1960, a expulsão de membros que divergiam
das posições teóricas e políticas do Comitê Central.
Será que estamos voltando às práticas do século passado?
O jejum pela
paz na Ucrânia
A quaresma é um tempo de graça e conversão, um verdadeiro
retiro espiritual que a Igreja nos convida a vivenciar nestes quarenta dias de
oração intensa, jejum e penitência. Desta forma, além da convocação de
todos ao jejum e à oração pela paz, o Papa tem buscado junto à diplomacia
vaticana, espalhada por todo o Mundo, uma política da promoção pela paz. Ele
próprio tomou uma iniciativa, quebrando todo protocolo diplomático na esperança
de salvar não só almas, mas vidas neste período conturbada que estamos vivendo:
na sexta-feira passada, deslocou-se até a Embaixada da Rússia na Santa Sé para
"manifestar a sua preocupação com a guerra na Ucrânia", segundo o suíte
de notícia Vatican News.
Assim, o Santo Padre
pede aos fieis que o jejum e a abstinência, atitudes que caracterizam a
vivência quaresmal dos católicos este ano, sejam orientados para responder
também à "insensatez da violência" com "as armas de Deus".
Ao convocar esse dia de oração e jejum, o Papa pediu "a todas as partes
envolvidas [na Ucrânia] que se abstenham de qualquer ação que possa causar
ainda mais sofrimento às populações, desestabilizando a convivência entre as
nações e desacreditando o direito internacional".
Na mensagem deste ano para a Quaresma, o Papa reafirma as
três atitudes penitenciais tradicionais: a oração, o jejum e a esmola. Mas
introduz novas formas da sua vivência, nomeadamente em relação ao jejum e à
abstinência.
O Papa denuncia "o risco da dependência dos meios de
comunicação sociais digitais", as redes sociais, que podem contribuir para
um empobrecimento das "relações humanas". Para o Papa, a
"Quaresma é um tempo propício para contrariar essas ciladas, cultivando ao
contrário uma comunicação humana mais integral, feita de "encontros
reais", face a face".
O abster-se nas sextas-feiras da Quaresma da utilização das
redes sociais, será uma nova forma de vivenciar a abstinência quaresmal. Ainda mais
agradável a Deus, se não ficar apenas por uma privação - tal como deverá
acontecer com todas as outras formas de abstinência. Para cumprir o seu sentido
penitencial, terá de implicar um maior investimento nas relações presenciais e
uma maior atenção aos que vivem mais isolados e solitários, aos mais pobres e
desfavorecidos.
Wagner abriu mão e agora?
A desistência de Wagner de fazer parte da cabeça de chapa e
não aceitar que outras lideranças do PT ocupe este lugar me fez avaliar o que
tem levado à esquerda e este grupo a acharem que podem tudo. Como explicar a
nossa degeneração política ao ponto de abrir mão do governo do estado? Eu
acrescento que a decisões do senador só levará a persistência da pobreza e da
desigualdade em nosso estado, além é claro, da desagregação social, da
violência generalizada, do desencanto dos jovens com a política e a tolerância
com a corrupção.
Será que como partido nestes 16 anos nos sintonizamos com o
espírito do tempo? Acredito que fazer parte de um governo sem políticas de
esquerda nos fez perder o vigor transformador. Enquanto a realidade se
transformava, continuávamos com as ideias do passado.
Não entendemos que erramos como governo e como partido por
não ter uma política de esquerda na educação e na saúde. Erramos também por não
entender que hoje a divisão entre presente e futuro é tão importante quanto à
divisão entre capitalistas e trabalhadores; apesar dos trabalhadores que o
partido defende se dividiram entre modernos, com bons padrões de consumo, e os tradicionais
pobres e excluídos, que sempre ficam sem poder de barganha e sem representação
política.
Como aceitar que os sindicatos representam o setor moderno
sem abrir mão dos nossos direitos? Nascemos no meio do movimento sindical e o
corporativismo estava no nosso sangue, por isto, quando nos tornamos governo, preferimos
defender direitos dos servidores estatais à qualidade dos serviços públicos;
ignoramos que estatal não é sinônimo de público, sob falso conceito de
igualdade, abandonamos o reconhecimento ao mérito de alguns profissionais.
O que é pior para o estado, as corporações, de capitalistas
ou de trabalhadores? Tudo isto deveria ser levado em conta para que este
governo pudesse buscar coesão social e rumo histórico em vez de abrir mão do seu
papel hegemônico. Como poderemos cumprir com as nossas promessas que fizemos
nestes 16 anos de governo que estávamos preparando um mundo melhor para as
futuras gerações? Caímos no oportunismo eleitoral ao prometer que todos
atravessariam o Mar Morto e não fizemos as transformações necessárias.
Fizemos um excelente governo digno de um social democrata,
exigimos austeridade nos gastos e eficiência na gestão. Aceitamos como direção
partidária a irresponsabilidade populista sem ver os riscos que estas medidas
iria nos levar.
Não entendemos que a justiça social vai além da aplicação
correta e responsável dos resultados da economia eficiente; que o combate da fome
e da miséria é o grande capital do século XXI. Nossos dirigentes da esquerda
ficaram acomodados em ideias antigas, filiações partidárias demarcando seu
terreno num fascínio por líderes regionais e nacionais, como se estes fossem o messias.
Na verdade as esquerdas brasileiras substituíram suas ideias por slogans e o
que foi pior, substituíram os filósofos pelos marqueteiros.
Hoje acredito que caímos em narrativas falsas e passamos a
acreditar nas nossas próprias mentiras. Tornamo-nos prisioneiros de siglas
partidárias com um programa de governo que era fechado no primeiro dia do
mandato, trocamos militância pelas disputas dentro do governo. Sem rumo, caímos
no eleitoralismo populista e na mediocridade, que mora ao seu lado. Se abrirmos
mão da hegemonia e perdermos este governo, a direção dos partidos de esquerda e
seus deputados terão a obrigação de fazer uma autocritica e pedir desculpas à
história e ao povo.
Um manual do poder.
Que o sistema político brasileiro está fragmentado é uma evidência. Diante
disto, compete ao analista político buscar soluções para que este impasse e
rachaduras no nosso sistema sejam superados. Se confirmar os indicativos das
ultimas pesquisas, o novo governo precisará de um arco de aliança bem maior que
o campo da esquerda e dos seus aliados do centro. Digo isto, porque neste momento
alguns dirigentes dentro e fora do PT torcem o nariz para as alianças que vem
sendo costurados ao longo desta pré-campanha. Este governo se quiser fazer algo
extraordinário, terá que compor com a direita e com lideranças que tenham capacidade
de acalmar não só o mercado, mas os setores organizados da nossa sociedade. Assim,
sabendo que os partidos de esquerda não conseguem sozinhos uma maioria estável
para garantir a governabilidade, obriga o candidato deste campo a buscar uma
aliança com o centro e a direita liberal para compor o futuro governo. E quanto
mais se fala no meio político em soluções de governo e entendimentos de poder,
mais vale a pena procurar acordos e alianças que deram certo.
Um exemplo que gostaria de colocar em evidência é o do governo alemão. A
Alemanha, que durante algumas décadas vinha convivendo com o problema da fragmentação
do seu sistema político, conhecem muito bem os erros e acertos de certas
coligações — até porque o seu modelo foi pensado para enfrentar este problema.
Mesmo assim, o acordo que conseguiram fazer no novo Governo juntou três partidos
numa coligação que alguns anos atrás seriam impensável: sociais-democratas,
verdes e liberais conseguiram fazer um detalhado programa de governo que tem
como função uma carta de intenções. É justamente isto que justifica o trabalho
que o ex-presidente Lula vem empreendendo no meio político, ele olha para
diversas formas de governo na Europa e na América Latina, buscando construir
uma aliança que possa resultar em um grande pacto para resolver os problemas
econômicos sociais e político que vem se apresentando.
Começando pelo contexto político de fragmentação do sistema, interessa
explicar as suas razões. E aqui importa afirmar como professor de filosofia
política, que o que aconteceu no Brasil foi à introdução de novos temas que, de
alguma maneira, não tem nada haver com os conflitos esquerda/direita
tradicional deste período de redemocratização. Quando olhamos para os novos
partidos políticos, o que vemos é a manifestação dessa nova abordagem política:
Partidos das Mulheres dirigidos por homens, verdes liberais e bolsonaristas,
partidos de caráter fascistas… todos têm posições que não encaixam de forma
simples no conflito económico esquerda-direita. Há uma direita radical no
Brasil que defendem políticas redistributivas e classista e há uma esquerda que
é mais social democrata que vermelha que tem posições muito próximas aos
partidos de centro e que muitas vezes acaba por ser mais sensível a questões de
mercado que a própria direita. Não queremos que Lula e seus futuros ministros deem
um cavalo de pau na economia, mas as promessas que estão sendo feitas e a expectativas
que vem alimentando esta campanha precisam ser avaliadas, se os responsáveis que
falam em nome do futuro governo não tiverem cuidado, transformaremos estes problemas
estruturais em um conflito de grandes proporções.
Como analista, reconheço as mesmas tensões em vários sistemas políticos.
Com mais partidos na base aliada, há mais hipóteses de representação adequada
dos eleitores e a combinação de valores e prioridades adequa-se melhor a cada
momento. Ainda assim, as coligações não são necessariamente a única opção. O
que se procura é uma maioria absoluta pluripartidária, mas isso não exclui
coligações ou mesmo governos minoritários. Há duas maneiras de governar com
minoria: uma coisa é ter um governo minoritário, eu sei que nunca tivemos
devido a cultura do toma lá, esta
experiência vivida em outros países, procura um apoio para cada medida, à
chamada geometria variável; a outra solução é o chamado executivo de contrato,
em que os partidos chegam a acordo junto com o governo para dividirem as pautas
e um pacto no que é possível avançar ou não na administração pública, mas sem
coligação. Isso funcionou em vários países da Europa: permite que partidos sem
apoio de uma maioria possam governar e permite que os partidos que apoiam essa
solução não precisem entrar no Governo. Aí está outra lição que retiramos da
Alemanha: o pragmatismo face ao exercício do poder e à capacidade de alterar a
realidade.
Porque fizemos esta comparação, do caso alemão: um sistema político
dividido entre dois grandes partidos tradicionais, que se começou a fragmentar anos
antes do nosso (PT e PSDB), e que tem soluções de governabilidade as coligação.
Quando as eleições que definiram o sucessor de Angela Merkel terminaram com uma
diferença de apenas 1,6% entre os dois maiores partidos, foi necessário
recorrer à imaginação e ao pragmatismo para evitar soluções como no Brasil com
Aécio e a direita golpista, onde a negação do jogo democrático foi evidente e
contou com a ajuda da elite brasileira. O exemplo alemão é interessante a
vários níveis: pela capacidade de negociação e pragmatismo revelado pelos
vários partidos, pela recusa da inclusão da extrema-direita nas esferas de
poder, pela tradição em manter coligações estáveis que duram mandatos inteiros
e pelo respeito nas esferas de intervenção das várias forças políticas.
Combater a pobreza: compaixão ou com paixão?
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Quando fiz a opção preferencial pelos pobres dentro da minha vocação
sacerdotal, tinha a certeza que a pobreza era fruto do pecado e a grande
responsável pela violação dos direitos humanos. Este foi o lema inspirador do
meu ministério e por isto dediquei minha vida e minha militância política na
luta pelo Combate à Pobreza e Exclusão Social.
Aceitar esta
situação de pobreza em que passa milhões de brasileiros como se fosse algo
normal ou numa atitude de passividade, estaria negando minha fé e o Deus
libertador que professo. Ter compaixão por estes irmãos e lutar com paixão para
mudar esta realidade passou a ser a minha vocação. Digo isto, porque a pobreza e a
extrema pobreza continuam, ano após ano, a ser uma grande ferida que não cicatriza
na sociedade brasileira. Segundo os dados mais recentes do IBGE, nosso país
tinha 13,5 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, de acordo com
critérios do Banco Mundial. Somadas aos que estão na linha da pobreza, chegam a
25% da população do país. O que eu quero dizer é que abdicar da luta dos
ideais de justiça social que fazem da nossa democracia o nosso ideal, seria
negar tudo o que minha geração combateu.
Por isso precisamos
sentir compaixão por esta gente e entender que não se combate a pobreza com
caridade e sim com justiça e esta é uma luta para ser travada com paixão.
Combater a pobreza é nesse sentido uma tarefa de cada dia, mobilizando todas as
energias de que pudermos dispor e percebendo que se o não fizermos é cada um de
nós que fica mais pobre a cada dia.
Chega de nos
escondermos no conforto da ideia de que individualmente não podemos fazer quase
nada. A imensidão desta tarefa, e a urgência de enfrenta-la, deixa claro que não
podemos dispensar ninguém.
Nenhum de
nós pode ficar de fora. Cabe-nos acender e manter viva a esperança em quem já
não acredita. Precisamos fazer tudo por aqueles que diante da fome e da pobreza
não encontra motivos para olhar de frente para a vida e se projetar no futuro.
Em cada
homem, em cada mulher, em cada criança que eu via esmagado os seus direitos
mais básico de cidadania, eu encontrava força e a determinação para continuar
militando e lutando pela minha gente. Foi assim que eu me entreguei com paixão
a esta causa. O respeito pela dignidade da pessoa e pelos direitos humanos é a
única forma de respeitarmos a nossa fé e a própria condição humana.
A geração que fez a diferença! Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...