O artesão das palavras
Nesta trajetória de buscar traduzir os meus sentimentos e os que estão no inconsciente de uma comunidade, aprendi que nem sempre colocamos no papel o que queremos. Porque nem sempre o que queremos reflete o verdadeiro sentido do objeto de estudo que é, e sempre será, ensinar o homem e a mulher, a pensar.
É preciso sentir a dor de quem perde um grande amor, para aprender com as lagrimas do outro, o verdadeiro sentido do vazio e do abandono. Foi necessário recolher todas as pedras, para que eu pudesse construir com elas o meu caminho. Sim, a coragem de escrever foi se revelando de tal forma que fui me expondo com toda a minha nudez de pensamento e passei a revelar o que se encontrava no meu verdadeiro interior, me impulsionando na busca da metáfora elegante, na forma certa e na simetria perfeita. Isto sim, foi o que me fez articulista.
Escrever não é fácil, isso todo mundo já está cansado de saber, principalmente filosofia, antropóloga e história, buscando assim com este trabalho uma abordagem conjuntural. Mesmo sabendo de todas estas dificuldades, não desistir de colocar no papel meus sentimentos e as felicidades e dores de todos aqueles que estão precisando de alguém que possa traduzir. Assim, aprendi que nem tudo que é fácil é bom, são principalmente as dificuldades de escrever e entender o inconsciente de um povo, que fez com que eu mergulhasse cada vez mais neste mundo das ideias para que assim pudesse me sentir um verdadeiro artesão das palavras e conseguisse de forma precisa interpretar as alegrias e tristeza de um público especifica.
Temos de admitir que, infelizmente encontramos neste meio alguns profissionais muito mais preocupados com o retorno financeiro da sua produção acadêmica, do que com as pessoas que participaram do mesmo. Outro personagem que também encontramos de um modo geral, são os medíocres, estes estão mais obstinados na conquista de posições, sabem vender um produto de péssima qualidade e tem através de amigos, uma máquina de propaganda para colocar em destaque o resultado da sua obra. Temos que saber ocupar os espaços vazios. Assim, profissionais que trabalha duro e buscam vencer pelo esforço de muita luta, termina não entendendo o mercado e se tornando displicentes para apresentar o seu trabalho e buscar o reconhecimento que este merece. Desta forma, temos que admitir que mediocridade não é burrice e estas pessoas sabem o que querem e traçam assim uma estratégia para alcançar seus objetivos. Esses medíocres, oportunistas e ambiciosos, têm a capacidade de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de ferro, por onde os verdadeiros profissionais não conseguem passar. Em todas as áreas principalmente neste métier das letras, encontramos muitas fortalezas estabelecidas, as panelinhas e as amizades prevalecem e colocam as relações pessoais acima do talento e do profissionalismo.
Padre Carlos
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