“Quem nunca curtiu uma paixão
Nunca vai ter nada, não”
Defendemos com
todas as nossas forças a liberdade, levamos a cabo varias revoluções e
empreendemos varias frentes de batalha, mas, depois de tudo, o que conta mesmo
é o descanso do guerreiro é o beijo, é o amor, é o carinho da amada é a certeza
que tenho alguém que me espera de braços aberto, mesmo quando os nossos ideais
não são comuns.
Somos criados
para viver em liberdade, é ela que acende em nós o ideal da revolução e a
aceitação da luta como forma de atingir essas conquistas. Lutamos por aquilo em
que acreditamos, mas também lutamos por aquilo em que outros acreditam, porque
temos a capacidade de sentir empatia pelos ideais daqueles que nos rodeiam e de
nos sentirmos impelidos a defendê-los, fazendo da sua a nossa bandeira.
Envolvemo-nos
constantemente em lutas, grandes, pequenas ou minúsculas. Lutamos por uma vaga
no estacionamento, como lutamos também por direitos iguais para todos; lutamos
pelo reconhecimento do nosso trabalho, como lutamos em defesa dos animais;
lutamos por um lugar nos transportes públicos assim como lutamos pela paz no
mundo, ou pela erradicação da pobreza ou da fome. Somos capazes dos atos mais
altruístas como dos mais egoístas e, quotidianamente, lutamos para viver e,
algumas vezes, para sobreviver.
Somos feitos do
desejo de guerrear, ele faz parte da nossa natureza humana, nos dando
capacidade de lutar por tudo: grandes ideais ou pequenas discussões. E é quando
percebemos a falta de sentido para as pequenas lutas, aquelas que só nos
desgastam e em nada contribuem para a nossa felicidade (e, muitas vezes, muito
menos para a dos outros), que devemos questionar sobre o motivo que nos leva a empreender
tal luta. Quando buscamos conhecer o nosso interior, encontramos a causa dos
nossos sofrimentos, solucionamos as consequências e encontramos em nós as força
para mudar.
Como diz Cecília
Meireles: “E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza. E deixemos de coisa,
cuidemos da vida. Pois senão chega a morte. Ou coisa parecida. E nos arrasta
moço. Sem ter visto a vida.”.
Só conscientes
das nossas virtudes e dos nossos defeitos conseguimos criar espaço, no nosso
coração, para o amor. Como Dizia o Poeta Vinicius de Moraes: Não há mal pior.
Do que a descrença. Mesmo o amor que não compensa. É melhor que a solidão. Abre
os teus braços, meu irmão, deixa cair. Pra que somar. Se a gente pode dividir?
Eu francamente já não quero nem saber. De quem não vai porque tem medo de
sofrer. Ai de quem não rasga o coração. Esse
não vai ter perdão.
Esse é o grande
pecado, quem não amar estará perdido. O
amor é, pois, o que nos redime e nos consola o que fica depois de todas as
guerras travadas, depois de toda a vida embaçada, minúscula, imprecisa e preciosa
como nenhuma outra coisa. O amor é alimento, força motriz é o norte e o oriente,
que nos permite manter a cabeça bem erguida neste mundo de meu Deus.
Padre Carlos.
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