Estratégia em xeque!
A
pré-candidatura do deputado Waldenor Pereira à prefeitura de Vitória da
Conquista, anunciada com mais de um ano de antecedência, pode ter sido um tiro
no pé para o Partido dos Trabalhadores (PT). Ao invés de fortalecer sua
candidatura, ele acabou estimulando a concorrência e dificultando a formação de
uma frente ampla capaz de enfrentar a atual prefeita, Sheila Lemos, que conta
com o apoio de ACM Neto e das forças conservadoras da cidade.
Além
disso, o presidente do PT local, Isaac Bomfim, gerou um mal-estar ao impor
regras para a escolha dos pré-candidatos a vereador da federação,
desrespeitando as instâncias partidárias e vetando nomes que não eram de seu
agrado. Essa atitude foi vista como autoritária e antidemocrática por muitos
filiados e aliados.
Outro
problema que o PT enfrenta é a falta de articulação com outros partidos de
centro, que poderiam agregar votos ao seu projeto político. O exemplo mais
claro é o da vereadora Lúcia Rocha, que tem uma boa penetração no eleitorado
conservador e que poderia ser uma vice ideal para Waldenor. No entanto, o PT
parece não se interessar por essa aliança, deixando espaço para que ela se
aproxime de outros candidatos.
Essa
postura pode custar caro ao PT, que já perdeu as últimas duas eleições
municipais para o grupo de ACM Neto. Uma análise dos resultados das eleições
estaduais de 2022 mostra que o PT tem dificuldade em conquistar o voto do
centro-direita, que é majoritário em Vitória da Conquista. No primeiro turno,
ACM Neto teve quase 10 pontos percentuais a mais que Jerônimo do PT na cidade.
No segundo turno, a diferença aumentou para mais de 18 pontos percentuais.
Portanto,
se o PT quiser ter chances reais de vencer as eleições municipais de 2024,
precisa rever sua estratégia e buscar uma maior abertura e diálogo com outras
forças políticas. Caso contrário, corre o risco de repetir o fracasso dos
últimos pleitos e ver sua hegemonia ser ameaçada na região. A política é uma arena de negociações e
acordos, e o PT precisa se adaptar a essa realidade para garantir seu espaço
político e avançar com seu projeto.
Uma
possível solução para o PT seria uma ampla reavaliação de suas estratégias e
uma abertura para dialogar com os partidos de centro, buscando estabelecer
alianças que fortaleçam sua base eleitoral. A figura da vereadora Lúcia Rocha,
com sua capacidade de diálogo e penetração no eleitorado conservador, poderia
ser um trunfo importante para o partido. Ignorar essa possibilidade seria um
erro estratégico grave.
O
histórico recente do PT em Vitória da Conquista evidencia a necessidade de
mudança de estratégia. Perder duas eleições municipais consecutivas para o
grupo liderado por ACM Neto deve servir como um alerta para que o partido
busque formas de conquistar o eleitorado de centro-direita, que é predominante
na cidade.
Para
reverter essa situação desfavorável, o PT deve investir em uma campanha sólida,
que apresente propostas claras e efetivas para os desafios enfrentados pela
população de Vitória da Conquista. É importante que o partido demonstre
capacidade de diálogo, articulação política e governabilidade, elementos
essenciais para conquistar o voto do centro-direita e ampliar sua base
eleitoral.
Em
suma, a pré-candidatura antecipada de Waldenor Pereira à prefeitura de Vitória
da Conquista pode ter sido um tiro no pé para o PT. A falta de articulação com
outros partidos de centro, a imposição de regras internas e a falta de
flexibilidade nas alianças políticas podem comprometer as chances do partido de
conquistar a prefeitura. É hora de rever estratégias, promover diálogo interno
e buscar uma maior abertura para formar uma frente ampla capaz de enfrentar os
desafios da atual prefeita e de suas alianças conservadoras. Somente assim o PT
poderá ter chances reais de vencer as eleições municipais de 2024 e manter sua
relevância política na região.