sexta-feira, 30 de junho de 2023

ARTIGO - PT precisa rever estratégia para vencer eleições municipais em Vitória da Conquista." (Padre Carlos)

 


 

Estratégia em xeque!

 


A pré-candidatura do deputado Waldenor Pereira à prefeitura de Vitória da Conquista, anunciada com mais de um ano de antecedência, pode ter sido um tiro no pé para o Partido dos Trabalhadores (PT). Ao invés de fortalecer sua candidatura, ele acabou estimulando a concorrência e dificultando a formação de uma frente ampla capaz de enfrentar a atual prefeita, Sheila Lemos, que conta com o apoio de ACM Neto e das forças conservadoras da cidade.

Além disso, o presidente do PT local, Isaac Bomfim, gerou um mal-estar ao impor regras para a escolha dos pré-candidatos a vereador da federação, desrespeitando as instâncias partidárias e vetando nomes que não eram de seu agrado. Essa atitude foi vista como autoritária e antidemocrática por muitos filiados e aliados.

Outro problema que o PT enfrenta é a falta de articulação com outros partidos de centro, que poderiam agregar votos ao seu projeto político. O exemplo mais claro é o da vereadora Lúcia Rocha, que tem uma boa penetração no eleitorado conservador e que poderia ser uma vice ideal para Waldenor. No entanto, o PT parece não se interessar por essa aliança, deixando espaço para que ela se aproxime de outros candidatos.

Essa postura pode custar caro ao PT, que já perdeu as últimas duas eleições municipais para o grupo de ACM Neto. Uma análise dos resultados das eleições estaduais de 2022 mostra que o PT tem dificuldade em conquistar o voto do centro-direita, que é majoritário em Vitória da Conquista. No primeiro turno, ACM Neto teve quase 10 pontos percentuais a mais que Jerônimo do PT na cidade. No segundo turno, a diferença aumentou para mais de 18 pontos percentuais.

Portanto, se o PT quiser ter chances reais de vencer as eleições municipais de 2024, precisa rever sua estratégia e buscar uma maior abertura e diálogo com outras forças políticas. Caso contrário, corre o risco de repetir o fracasso dos últimos pleitos e ver sua hegemonia ser ameaçada na região.  A política é uma arena de negociações e acordos, e o PT precisa se adaptar a essa realidade para garantir seu espaço político e avançar com seu projeto.

 

Uma possível solução para o PT seria uma ampla reavaliação de suas estratégias e uma abertura para dialogar com os partidos de centro, buscando estabelecer alianças que fortaleçam sua base eleitoral. A figura da vereadora Lúcia Rocha, com sua capacidade de diálogo e penetração no eleitorado conservador, poderia ser um trunfo importante para o partido. Ignorar essa possibilidade seria um erro estratégico grave.

 

O histórico recente do PT em Vitória da Conquista evidencia a necessidade de mudança de estratégia. Perder duas eleições municipais consecutivas para o grupo liderado por ACM Neto deve servir como um alerta para que o partido busque formas de conquistar o eleitorado de centro-direita, que é predominante na cidade.

 

Para reverter essa situação desfavorável, o PT deve investir em uma campanha sólida, que apresente propostas claras e efetivas para os desafios enfrentados pela população de Vitória da Conquista. É importante que o partido demonstre capacidade de diálogo, articulação política e governabilidade, elementos essenciais para conquistar o voto do centro-direita e ampliar sua base eleitoral.

 

Em suma, a pré-candidatura antecipada de Waldenor Pereira à prefeitura de Vitória da Conquista pode ter sido um tiro no pé para o PT. A falta de articulação com outros partidos de centro, a imposição de regras internas e a falta de flexibilidade nas alianças políticas podem comprometer as chances do partido de conquistar a prefeitura. É hora de rever estratégias, promover diálogo interno e buscar uma maior abertura para formar uma frente ampla capaz de enfrentar os desafios da atual prefeita e de suas alianças conservadoras. Somente assim o PT poderá ter chances reais de vencer as eleições municipais de 2024 e manter sua relevância política na região.

 

 


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