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sábado, 23 de janeiro de 2021
ARTIGO - A política externa brasileira ( Padre Carlos )
Outro
ponto que merece destaque foi os erros
político pelo Itamaraty de abandonar aliados antigos como os BRICS, para apoiar
a Política de Washington. Sem receber apoio na
OMC, Índia tirou Brasil da lista de prioridades para vacinas contra Covid-19. Em
outubro, a Índia apresentou uma proposta à Organização Mundial
do Comércio (OMC) para a licença compulsória (quebra de patente) temporária de
produtos relacionados ao combate da pandemia e o Brasil votou contra. Outro fato importante que não podemos deixar
de mencionar, são as crise provocada pelas falas do Presidente e do eu filho, o
deputado federal Eduardo Bolsonaro (Republicanos-SP) atacando a China trouxe "graves danos" ao Brasil, estamos
assistindo agora o país adotando
barreiras comerciais contra produtos brasileiros e buscando outros fornecedores
de commodities.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
ARTIGO - A vacinação em Conquista é questão de denúncia ou queixa crime? (Padre Carlos)
A vacinação em Conquista é
questão de denúncia ou queixa crime?
A pandemia e a luta pelo direito a vida
termina levantando temas éticos e morais no comportamento da sociedade de forma
que deixa cada vez mais claro como o conceito de ética está prejudicado e não é
compreendido como base da cultura brasileira. O
que é, porém, ética? Ela corresponde à filosofia da conduta, que procura nortear
o comportamento das pessoas em sociedade nas mais diversas situações. Uma
dessas situações, que hoje é bastante comum e cada vez levanta mais controvérsias,
diz respeito às formas que as autoridades e os profissionais de saúde precisam agir em momentos de crise sanitária. Nossa
sociedade e em especial as elites do nosso país não conseguiram ainda
diferenciar entre o público e o privado, estas distorções de conceitos terminam
levando as pessoas a um comportamento antissocial e nada ético.
Segundo estas autoridades, o HGVC emitiu
declarações para funcionários que não estavam na lista enviada previamente para
a Secretaria de Saúde na qual constava a relação dos profissionais que atuavam
na linha de frente do combate ao Coronavírus, que são os que fazem parte do
grupo prioritário no recebimento do imunizante.
O Hospital de Base, além de reagir
às acusações do atual secretário do Gabinete Civil, Marcos Ferreira, levanta em
questão a falta de lisura que foi a distribuição destas vacinas para os
funcionários do setor privado: “Aproveitamos o ensejo para levantar o
questionamento em relação ao fato de que em unidades da rede privada,
funcionários, independente de serem ou não linha de frente tiveram acesso à
vacinação”.
Quando
uma autoridade chega a insinuar que de Almoxarife a jardineiro foi
imunizado, não querendo aqui desmerecer estes profissionais, ou da falta de
lisura no setor público ou privado, ela esta denunciando um suposto crime e a
suspeita deste implica em noticiar o fato às
autoridades competentes, nisso estão envolvidos tanto a polícia, quanto o
Ministério Público.
O certo é que estes comportamentos
apresentados por todo o Brasil neste início de vacinação só fortalece a certeza
que vivemos verdadeiramente no país de Macunaímas (o herói sem caráter,
lembram?), pois ao aceitarmos passivamente esse estado de coisas erradas que
aqui acontecem somos, pelo menos, coniventes.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2021
ARTIGO - "Uma andorinha só não faz verão"! (Padre Carlos)
"Uma andorinha só não faz verão"!
Dizem
os mais velhos que "uma andorinha só não faz verão". Houve um tempo
em que eu acreditei nisso, hoje não mais. Estas certezas vieram a
minha mente, depois que tomei conhecimento do protesto que o mandato do
vereador Andreson Ribeiro, realizou em
frente ao Banco do Brasil contra o processo de desmonte da instituição que
levará a demissão além dos funcionários de carreira que serão demitidos em
plena crise econômica que estamos enfrentando, os terceirizados que sofrerão as
consequências desse projeto político desastroso. Este protesto do
mandato desse
abnegado representante do povo desta terra, contra a reestruturação do BB,
que levará a demissões e fechamento de agência, teve ampla repercussão na mídia,
mas evidenciou a falta de uma articulação dos partidos e de todo o campo das
esquerdas na nossa cidade.
Não podemos negar que há um
vazio de lideranças, com capacidade de convocação geral. Quando falo isto não
me refiro somente à classe política, mas o movimento sindical e popular. Temos
que ter consciência que possivelmente esta situação obrigará uma articulação
bem maior que um mandato e poucos assessores.
A esquerda precisa se
renovar, no paradigma social, na linguagem, nas formas de se dirigir ao povo e
especialmente se apresentar como um centro de reflexão séria sobre qual Brasil
finalmente queremos. Falta pensamento e sobre movimentação.
A esquerda brasileira nunca
teve muito enraizamento popular, apenas em algum dos sindicatos das grandes
indústrias. Seu poder de mobilização é mais metafórico (bandeiras vermelhas e
slogans) do que efetivo em termos de apresentar um projeto alternativo para o
país. Ela sempre foi uma força auxiliar de grupos progressistas,
quarta-feira, 20 de janeiro de 2021
ARTIGO - Quem semeia vento, colhe tempestade! (Padre Carlos)
Quem semeia vento, colhe tempestade!
Aproveito
a notícia que o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal),
disse nesta 2ª feira (11. jan.2021) que a ação sobre a parcialidade do ex-juiz
da Lava Jato Sergio Moro pode ser julgada no 1º semestre de 2021 peço licença
aos senhores para dedicar alguma atenção à realidade que tenho observado ao longo
dos últimos anos e que acredito que seja, no mínimo, preocupante.
Apesar
de uma Constituição moderna com uma construção sólida da nossa forma de
governo, encontramos uma (ainda tímida, mas até quando?) tentativa, por parte de
alguns agentes judiciários (Juristas do Ministério Público e Magistrados do Judicial),
devidamente (acolitados com rito e uma liturgia) por grandes corporações da
comunicação representada por um grupo de jornalistas e pelas “hordas bárbaras”
das suas mídias e das redes sociais, de inversão do funcionamento da democracia
em prol de um verdadeiro Estado de Direito de uma operação, em que o poder
judicial se arroga a ser o único a garantir a legalidade democrática e da moralidade
do regime.
Podemos
constatar esta nova ordem, através dos sistemáticos abusos por parte do MP e na
investigação criminal, tais como, investigar através de processos
administrativos intermináveis, acusações e detenções antes mesmo de qualquer
investigação, abusando dos meios de obtenção de prova (como é o caso das
escutas ilegais), vazamento de informação/violações do segredo de justiça, etc.
Fica
constatado, quando percebemos a forma como determinados magistrados são tratados
pelos grandes grupos de comunicação, onde são apelidados de superjuízes e outros
adjetivos, como os verdadeiros arautos da aplicação da justiça e diminuindo os
restantes milhares de magistrados ao papel de conivência com a violação das
leis e a prática de crimes ou, na melhor das hipóteses, incompetência.
Isto
tem levado a uma preocupante e profunda cisão no seio das magistraturas e em
especial no Ministério Público. Não é difícil identificar pelos nomes os
líderes deste movimento justicialista cujo principal porta-voz tem sido o
jurista Deltan Martinazzo Dallagnol, assumindo-se como porta-estandarte da
total e sem qualquer limite autonomia do Procurador, apesar de se encontrar
dentro de uma estrutura hierarquizada, como é o caso do MP.
Não
deixa, também, de ser irónico que os ministros do STF, que mais defenderam ou
foram omissos quando a Força Tarefa agia contra Lula e o PT, agora descobre que
também eram alvos desta operação e foram investigados e que havia uma intenção
clara de construir uma narrativa para justificar o impeachment de alguns
Magistrados da Suprema Corte do país. Esse
princípio de autonomia sem limites de procuradores acabaram com algumas das
maiores empresas brasileiras que tinham competitividade no mercado
internacional e foram responsáveis com a queda de mais de 80% das suas receitas
e centena de milhares de postos de trabalhos extintos. Setores industriais
inteiros foram destruídos e após cinco anos ainda não se recuperaram. A Lava
Jato serviu aos interesses de potências econômicas externas, das ambições dos
associados capitalistas do Brasil e de justificativa para a implementação da
atual política ultraliberal fundamentada no contracionismo no gasto público que
é responsável pela asfixia de hoje do crescimento econômico e da retração da
arrecadação fiscal. A operação contribuiu para por fim à perspectiva de projeto
da nação.
Onde
andam agora os que contribuíram ou foram omissos para que se chegasse a este
ponto? Onde andam os justiceiros, agora que o Brasil tomou conhecimento das “tenebrosas
transações” que existem em Curitiba?
terça-feira, 19 de janeiro de 2021
ARTIGO - O PT de mudanças ou crises? (Padre Carlos)
Faltando menos de
trinta dias para o Partido dos Trabalhadores completar quarenta e um anos,
voltamos neste curto espaço de tempo para que antes de apagarmos as velas,
possamos conhecer verdadeiramente nossa realidade.
A tremenda derrota política da democracia e do PT, acumulada com o golpe e o fim do circulo de vinte anos de governo em nossa cidade em 2016 até às eleições de 2020, reconfigura a realidade de uma nova conjuntura não só a nível nacional, mas também em nível local e delimita o arco de possibilidades para relançar um novo ciclo das forças democráticas. O período impôs ao PT e os partidos de esquerda, uma dinâmica frentista, que não conseguimos visualizar, isto é, a reinvenção das formas de luta e de organização dos movimentos sociais, e uma reformulação estratégica do PT como partido de massas. Durante as ultimas décadas não produzimos novas ideias. A meu ver, o partido tem de ouvir mais os militantes, principalmente depois de uma derrota como esta.
Sobre a renovação
do partido, algumas questões centrais precisam ser enfrentadas: a) não cabem mais
a antiga lógica burocrática da
atual estrutura partidária; b) o antipetismo, tendo como base a histérica
criminalização do partido, tomou uma dimensão social e simbólica que precisa
ser compreendida e enfrentada; c) sem a reorganização política do PT, será
inviável a reconstrução de uma alternativa popular capaz de organizar e
hegemonizar uma frente de partidos não só de esquerda, mas que estejamos abertos para acolher e deslocar parte da base aliada da direita; d) o período aberto com a vitória
de Guilherme Menezes em 1996 e os vintes anos de governo, que permitiu a
vitória petista e o ciclo de desenvolvimento regional, está encerrado. Assim,
hoje constatamos que durante 20 anos a
frente da Prefeitura da nossa cidade, o PT pareceu ignorar o papel de classe
que lhe foi confiado em nosso município, atuamos
como se fossemos um instrumento neutro sem fazer distinção básica entre governo e poder (erros
que hoje tem nos custado muito caro).
O PT e
as forças populares da nossa cidade foram mais uma vez derrotado por este
projeto de direita. Isto não quer dizer que ele não continua representando a
luta pela igualdade, a justiça social, a democracia e o lado certo da história.
Mas para isto é preciso formular uma política que possa motivar a nossa
militância e a população em geral. A criação de debates políticos internos,
ouvindo os militantes sem se limitar a copiar e colar, poderia ser uma forma de
oxigenar o partido.
Durante os vinte anos de PT em conquista qual
política e esquerda foi implantada em nosso município? Precisam perceber a emergência do novo (ele
sempre vem, mas nem sempre é bom). É verdade que a reorganização estratégica do
PT enfrenta algum ceticismo sobre a efetiva possibilidade de desburocratizar e
renovar a máquina partidária. Como conviver com os mandatos sem sofre o peso da
estrutura política e financeira destes seguimentos. Se tivermos respostas para
tudo isto, poderemos transformar a burocracia do partido em um movimento
político, atuando a partir de fora e de dentro da estrutura partidária
institucionalizada.
Precisamos entender o que esta se passando
com o PT de Vitória da Conquista e para isto chegamos as seguintes conclusões
que nos levaram há dois grandes problemas:
primeiro que o partido deixou de ser urbano na nossa cidade e começa a migrar
para as áreas rurais aonde o antipetismo ainda não chegou.
O
segundo ponto e não menos importantes é que todo partido de massa tem lastro no
movimento sindical e popular e este foi uma das grandes perdas da sigla nos
últimos tempos.
Os companheiros, dirigentes ou não,
precisão entender que o momento hoje é outro e ficar achando que o PT de
conquista sem uma ampla frente pode desbancar esta direita, é não enxergar a
nova conjuntura e com esta cegueira termina criando dificuldades para que o partido
possa “escrever uma nova página”.
domingo, 17 de janeiro de 2021
ARTIGO - O melhor da política está partindo (Padre Carlos)
O melhor da política está partindo
Nunca
acreditei numa política sem homens e sem mulheres de coragem e carisma. Acredito
que, se tivéssemos na política nos nossos dias menos carreiristas e mais
políticos (no mais nobre sentido da palavra), não estaríamos de joelhos nem acovardados
para a realidade que o país vive hoje, onde há um quadro de genocídio instalado.
De resto, os piores momentos da história
mostraram-nos a importância de contar com quadros como estes. Mas o melhor da
história também já nos mostrou que a coragem e a determinação de uma geração é
bem capaz de fazer a diferença.
Quando tomei conhecimento da morte de Alencar
Furtado, me veio às palavras de um antigo político: “no
dia em que os discursos inspiradores não valerem de nada, no dia em que um
homem que consegue arrastar milhões de jovens até às urnas for apenas
"folclore", é porque o melhor da política se perdeu". Sim foi
com um discurso poético que Alencar Furtado três dias depois se tornou o 173.º – e último – parlamentar cassado no
País com base no AI-5.
Haroldo
Lima me fez recordar hoje com sua homenagem a memória deste grande brasileiro,
toda uma geração que esta partindo.
A música do
compositor cearense poderia servir, perfeitamente, como o nosso pano de fundo
para analisar o percurso da geração que lutou contra
o regime militar e numa viagem no tempo, fazer esta travessia do passado para o
presente.
ARTIGO - Francisco e as reformas da Igreja (Padre Carlos)
Francisco
e as reformas da Igreja
Não
podemos negar que algo mudou na nossa Igreja. Hoje estava aqui pensando
com meus botões, como esta comunidade de fé tem buscado se adaptar aos novos
tempos. Precisamos entender que o passado não está morto e o futuro não
está pronto. Vivemos mudanças que são fruto de uma
transformação profunda no modo como ser Igreja.
Quando
um Papa busca com suas posições reformistas trazer a Igreja para uma realidade contemporânea
do mundo, as vozes do passado manifestam a abertura a um debate na Igreja sobre
o dogma da infalibilidade. O interessante é que Francisco conhecendo a Cúria se
antecipou e já colocou na ordem do dia a questão.
Mesmo sendo claro nas suas posições, o cardeal
G. L. Müller, prefeito para a Congregação da Doutrina da Fé, veio corrigir
Francisco, dizendo que os divorciados recasados não podem, em caso algum,
aproximar-se da comunhão e o máximo a que podem aspirar, depois da confissão, é
viverem "em castidade total, como irmãos". Hannah Arendt, diz
que na luta entre dois homens, o que decide é a força e
entre dois pensamentos?
Quando Francisco declarou
há quase cinco anos atrás que iria
instituir uma comissão para
estudar a possibilidade de ordenar mulheres como diaconisas. O cardeal W.
Kasper veio logo prevenir que muitos se oporão: "Creio que
agora se abrirá uma discussão feroz. Sobre este tema a Igreja está dividida
entre os que pensam que o diaconado permanente feminino é um regresso à Igreja
primitiva e os que crêem que é um primeiro passo para as mulheres sacerdotes e
que, por isso, não pode ser possível."
O
certo é que a visão eclesiológica de Francisco vem fazendo com que esta visão
de Igreja saia dos armários onde estavam escondidos este tempo todos. Estamos
assistindo a um assalto orquestrado por cardeais da Cúria e outras vozes que
começaram a dizer coisas como estas: que este Papa não sabe teologia (sabe o
Evangelho!), que está rompendo com a Lei Natural (a que eles creem da sua
natureza!), que está destruindo a Igreja, de modo que não levará muito tempo
para deixar de existir.
ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)
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