domingo, 17 de janeiro de 2021

ARTIGO - O melhor da política está partindo (Padre Carlos)

 

O melhor da política está partindo

 


Nunca acreditei numa política sem homens e sem mulheres de coragem e carisma. Acredito que, se tivéssemos na política nos nossos dias menos carreiristas e mais políticos (no mais nobre sentido da palavra), não estaríamos de joelhos nem acovardados para a realidade que o país vive hoje, onde há um quadro de genocídio instalado.


Tem feito falta na política brasileira estadistas com garra, líderes inspiradores, daquelas que nos fazem acreditar que o mundo pode mudar à força de uma palavra. Daqueles que dão um passo em frente quando todos os outros hesitam. Líderes capazes de emocionar pequenas e grandes multidões, de incentivar o povo e de devolver esperanças. Sei que a palavra não é tudo, mas foi com coragem e exemplo que os políticos como: Alencar Furtado, Francisco Pinto, Fernando Lyra, Lysâneas Maciel, Amauri Müller e tantos outros se apresentaram para enfrentar os generais. Hoje os políticos não tem coragem nem de peitar um capitão.

 De resto, os piores momentos da história mostraram-nos a importância de contar com quadros como estes. Mas o melhor da história também já nos mostrou que a coragem e a determinação de uma geração é bem capaz de fazer a diferença.

Quando tomei conhecimento da morte de Alencar Furtado, me veio às palavras de um antigo político: “no dia em que os discursos inspiradores não valerem de nada, no dia em que um homem que consegue arrastar milhões de jovens até às urnas for apenas "folclore", é porque o melhor da política se perdeu". Sim foi com um discurso poético que Alencar Furtado três dias depois se tornou o 173.º – e último – parlamentar cassado no País com base no AI-5.

Haroldo Lima me fez recordar hoje com sua homenagem a memória deste grande brasileiro, toda uma geração que esta partindo.

A música do compositor cearense poderia servir, perfeitamente, como o nosso pano de fundo para analisar o percurso da geração que lutou contra o regime militar e numa viagem no tempo, fazer esta travessia do passado para o presente.


Como resgatar a nossas lembranças como seria uma abordagem junguiana da nossa memória coletiva e histórica, através do retrato de uma geração da qual fizeram parte muitos dos parlamentares que não tinha só no nome sua autenticidade, eram os autênticos de verdade forjados no movimento político.

 

 

 

 

 


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