quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

ARTIGO - "Uma andorinha só não faz verão"! (Padre Carlos)

 

"Uma andorinha só não faz verão"!

 

Dizem os mais velhos que "uma andorinha só não faz verão". Houve um tempo em que eu acreditei nisso, hoje não mais. Estas certezas vieram a minha mente, depois que tomei conhecimento do protesto que o mandato do vereador Andreson Ribeiro, realizou em frente ao Banco do Brasil contra o processo de desmonte da instituição que levará a demissão além dos funcionários de carreira que serão demitidos em plena crise econômica que estamos enfrentando, os terceirizados que sofrerão as consequências desse projeto político desastroso. Este protesto do mandato desse abnegado representante do povo desta terra, contra a reestruturação do BB, que levará a demissões e fechamento de agência, teve ampla repercussão na mídia, mas evidenciou a falta de uma articulação dos partidos e de todo o campo das esquerdas na nossa cidade.


Quando este representante mesmo com toda dificuldade foi à rua denunciar estas ações, ele comunicava com a população não só com palavras, mas seus gestos gritava para o campo progressista, que a justiça é um valor que nasce no coração e se revela na coragem das nossas ações. Assim, gostaríamos de saber, onde estavam os outros representantes do povo? Por onde anda a oposição de esquerda ou não da nossa cidade.

Não podemos negar que há um vazio de lideranças, com capacidade de convocação geral. Quando falo isto não me refiro somente à classe política, mas o movimento sindical e popular. Temos que ter consciência que possivelmente esta situação obrigará uma articulação bem maior que um mandato e poucos assessores.

A esquerda precisa se renovar, no paradigma social, na linguagem, nas formas de se dirigir ao povo e especialmente se apresentar como um centro de reflexão séria sobre qual Brasil finalmente queremos. Falta pensamento e sobre movimentação.

A esquerda brasileira nunca teve muito enraizamento popular, apenas em algum dos sindicatos das grandes indústrias. Seu poder de mobilização é mais metafórico (bandeiras vermelhas e slogans) do que efetivo em termos de apresentar um projeto alternativo para o país. Ela sempre foi uma força auxiliar de grupos progressistas, 


Há uma situação de crise no nosso campo político. Estou convencido de que é falsa a tese da esquerda mortalmente ferida com o golpe de 2016 e no campo local com as duas ultimas derrotas sofridas pela nossa frente de partido, assim, não estou convencido que estes acontecimentos representem de forma simbólica o fim de um projeto.  Podemos afirmar a tese contrária: a de que ela nasce – ou melhor, renasce – justamente com a crise que se formou não só no PT, mas em toda a esquerda. Mas é também verdade que, desde essa crise, a esquerda vive uma situação difícil. Há uma ofensiva ideológica e político-prática da direita, no Brasil e no mundo, para a qual a esquerda tem tido dificuldade de encontrar a resposta adequada.


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