Filosofia e política
Todo político sem causa definida, seja em que campo
ideológico se encontre é um mercenário
da política em potencial: usa o poder para enriquecer ou para ficar no poder. A
falta no parlamento de um projeto filosófico é tão grave quanto a presença de
maus políticos que usam os seus mandatos para fins pessoais.
Maquiavel disse certa vez que: “ Aos amigos os favores, aos inimigos a lei.” É
dentro desta dinâmica que o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) vem adotando ao
reconhecer assinaturas eletrônicas para formalizar a criação de partidos
políticos. A decisão pode ter impacto na criação do Aliança pelo
Brasil, novo partido do presidente Jair Bolsonaro, que pretende agilizar o
processo de obtenção de registro do partido por meio de certificados digitais.
Se conseguir, será a nona legenda pela qual passou ao longo de
sua carreira. Política é coisa séria e os homens do poder, deveriam ter um comportamento ético diante da função que exerce além de ser referencia de seriedade com as coisas pública.
Quando foi criada a reforma partidária no final da
década de setenta, havia no Brasil um clima filosófico que empolgavam os
debates políticos: capitalismo, socialismo, comunismo, liberalismo,
desenvolvimentismo, nacionalismo, oferecendo bases filosóficas que justificavam
as causas das lutas dos políticos.
Hoje, vivemos em um mundo globalizado, onde essas
filosofias perderam força diante das necessidades imediatas das massas e a
crise de utopias que polariza a Nação sem deixar espaço para outras vias que
não seja maniqueísta e bipolar, deixando outras correntes e vertentes de
pensamento, sem bandeiras claras no horizonte filosófico e político.
No vazio filosófico, surgem três propostas que
passam a nortear nossas ações, e o nossos comportamento político. A “filosofia
do conformismo”, justificando aqueles que assistem sem reação nem alternativa a passividade do povo, sem resposta e
reação popular ao aumento dos impostos, a perda de direitos trabalhista e
reforma da previdência sob nenhuma manifestação popular, sem pressão das
pessoas nas ruas, sem "panelaço" da classe média. Por
esta filosofia, o caminho seguido nos últimos anos seria de passividade e não
caberia à política controlar o rumo social.
A “filosofia da resistência” é praticada por
aqueles que defendem e lutam
contra as propostas neoliberais e a perda de direitos trabalhistas e o fim das
políticas sociais, esta luta se dá em torno da defesa da própria existência da
classe trabalhadora como agente político. Esta proposta, só poderá
concretizar-se com uma grande unidade, frente de esquerda com programas bem
definidos e que seja perene. Essa frente, composta por partidos políticos com
identificação de esquerda e democrata e movimentos populares será de
fundamental importância para contrapor o projeto de ultradireita em curso no
país. O papel do sindicalismo terá uma importância fundamental, haja vista
todos esses retrocessos que estamos vivenciando, e deverão piorar. Será um
refúgio aos (as) trabalhadores (as), um grande abrigo em defesa da classe
trabalhadora. Portanto, não restará outro instrumento de insurgimento social,
exceto a grande unidade de todos os movimentos sociais.
A “filosofia da desconstrução”. Nesta corrente de
pensamento, podemos constatar uma
estratégia de sucateamento das estatais brasileiras em curso, que tem como
objetivo desacreditar essas empresas e entregá-las ao setor privado. Trata-se
de um processo criminoso e fraudulento que, na prática, transfere o patrimônio
dos brasileiros ao capital especulativo. Além desta política entreguista,
dois outros pontos são decisivos neste projeto, o primeiro diz respeito a
redução dos direitos trabalhistas e o segundo, está relacionado ao fim dos
programas sociais e a implantação de um estado sem grandes políticas que
lembrem o Estado de Bem Social da social democracia.
Quando
falamos da nossa pobreza de pensamento, estamos falando também da falta de
grandes estadistas defendendo suas ideias. Estes homens deixaram seu legado
para que outros dessem continuidade ao
projeto que agora não era mais seu e sim um projeto de Nação. Assim, presenciamos
na história, Getúlio preparando o terreno
para Juscelino e seu desenvolvimentismo, descortinando nova fase para aquele
país aparentemente condenado a resignar-se como um grande produtor
agropecuário.
A
política significa, antes de tudo, o fomento e o aumento da vitalidade nacional
mediante IDÉIAS, FILOSOFIAS E programas QUE POSSAM CRIAR SONHOS E PROJETOS
UTOPICOS. Este é o grande combustível que moveu e movem as ações humanas. O
"sucesso" não é tudo. Mais importante é a atuação do grande líder que
permanece com seu exemplo e ideias lembrado para sempre.
Padre
Carlos
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