segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

ARTIGO - Francisco e o diálogo inter-religioso (Padre Carlos)




Francisco e o diálogo inter-religioso


Quando entrou na Companhia de Jesus, seu sonho era ser missionário no Japão, este sonho de juventude, nunca escondeu e só não realizou porque os planos de Deus para Bergoglio eram outros. A vida não o permitiu, mas Jorge Mario Bergoglio acabou por realizar em parte, esse sonho, ao visitar a Tailândia e o Japão, nestes últimos dias. Ao pisar no solo japonês e visitar as cidades de Hiroshima e Nagasaki, as duas bombardeadas de forma criminosa, Francisco passa a entender por que a missão é o centro da sua vocação e diante de tal constatação, envia uma mensagem ao mundo mostrando a importância fundamental do diálogo inter-religioso. Foi diante destas constatações, que o Papa condenou como crime imoral não só a guerra nuclear, mas também a simples posse de armamento atómico.
Desta forma, após retornar da sua visita a Ásia, Francisco, resumiu a sua estada na Tailândia. "Na Tailândia, prestei homenagem à rica tradição espiritual e cultural do povo thai, o povo do belo sorriso. As pessoas estão sempre sorrindo. Busquei incentivar as autoridades na busca de um desenvolvimento económico que possa beneficiar a todos e que busquem mecanismo para estancar as feridas da exploração, especialmente de mulheres, de meninas e meninos, expostos à prostituição e ao tráfico. A religião budista é parte integrante da história e da vida deste povo, por isso fui visitar o Patriarca Supremo dos budistas, prosseguindo o caminho da estima recíproca, começada pelos meus predecessores, para que cresçam no mundo a compaixão e a fraternidade. Neste sentido, foi muito significativo o encontro ecuménico e inter-religioso, celebrado na maior universidade do país."
Há muitos anos que o famoso teólogo Hans Küng não se cansa de proclamar que "não haverá paz entre as nações sem paz entre as religiões" e não haverá paz entre as religiões sem conhecimento e reconhecimento mútuo e, consequentemente, diálogo.
Como não podia deixar de ser, Francisco fez do diálogo inter-religioso uma das marcas essenciais do seu pontificado, e isso ficou bem claro também nesta visita à Tailândia. Enquanto no sul do país um grave e sangrento conflito confronta separatistas muçulmanos e forças governamentais, insistiu na necessidade do diálogo inter-religioso como "serviço a favor da harmonia social na construção de sociedades justas, compassivas e inclusivas".
Neste contexto de diálogo inter-religioso, Francisco insistiu na sua mensagem constante: "O missionário não é um mercenário da fé nem um gerador de prosélitos. A evangelização não consiste em somar o número de membros nem aparecer como poderosos, mas em abrir portas para viver e partilhar o abraço, misericordioso e que cura, de Deus Pai, que nos faz família."


Padre Carlos
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