domingo, 22 de dezembro de 2019

ARTIGO - Os mitos sobre as privatizações nas comunicações (Padre Carlos)


Os mitos sobre as privatizações nas comunicações


Outro dia um amigo está conversando sobre as vantagens das privatizações nas comunicações, discursava como se todo o mal que se abateu a este setor com a reserva de mercado, fosse causado pelas empresas estatais. Segundo sua linha de raciocínio, só alcançamos os avanços que hoje desfrutamos, porque houve abertura do mercado para as multinacionais deste seguimento.
Quando ouvir aquele testemunho vazio e desprovido de argumentos técnicos e a falta de conhecimento como era as comunicações, compreendi a pobreza histórica desta juventude. Como éramos carentes de tecnologia na época em que as empresas estrangeiras exploravam este setor.
Assim, com o Golpe de 1964, os militares passaram a pensar em uma política de comunicação.  Retirar este setor das mãos das empresas estrangeiras era uma questão de segurança nacional. Pois até então, o setor de telecomunicação era controlado pelo setor privado.  Diante disto, em 1965 foi criada a Empresa Brasileira de Telecomunicações (EMBRATEL), para assumir o controle das concessionárias privadas e os serviços nacionais e internacionais das multinacionais. Mesmo com toda política de segurança nacional e capital para empreender este projeto, só no início da década de setenta, o governo consegue o controle total das comunicações.  
 Me lembro da empresa americana que prestava serviços de radiotelefonia interurbana e com o exterior, através da Companhia Rádio Internacional do Brasil (Radional). Suas torres eram localizadas onde hoje se encontra o Parque Júlio Cesar, no bairro da Pituba. Para os menos avisados, quando precisávamos fazer um interurbano para outro estado, tínhamos que requisitar pela manhã para conseguir na parte da tarde. No horário marcado, a telefonista ligava para sua casa e completava a ligação. Este era o serviço prestado pelas empresas estrangeiras.


Já o serviço de telegrama, pertencia à empresa britânica WESTERN TELEGRAPH, responsável pela transmissão de telegramas. Era usado pelos brasileiros que não tinha acesso ao telefone. Levava vinte e quatro horas para chegar ao destino e era considerado um dos serviços mais rápido do seu seguimento.
Olhando para traz, podemos constatar que não foi a abertura do mercado para as multinacionais, mas sim, as novas tecnologias que proporcionaram toda esta revolução.

Padre Carlos


Nenhum comentário:

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...