domingo, 26 de janeiro de 2020

ARTIGO - Astúcia ou sabedoria do eleitor conquistense? (Padre Carlos)

Astúcia ou sabedoria do eleitor conquistense? 


A polarização que se anuncia para a eleição deste ano em nossa cidade se reflete em decorrência da política nacional bem como para muitos eleitores arrependidos, um verdadeiro recall das últimas eleições. O eleitorado de Vitória da Conquista entendeu que a polarização é melhor do que a unanimidade. Apesar de não está satisfeito com esta administração e reconhecer a importância da administração petista para o desenvolvimento do município, ele vê como positivo ter dois grupos políticos disputando a liderança dos poderes executivo e legislativo da municipalidade. Se só um tiver a hegemonia política como aconteceu durante os vinte anos que o PT governou, termina levando a sensação de que nada precisa fazer para ter a necessária legitimidade que torna a governabilidade factível. 
Os personagens desta grande disputa estão sendo obrigados a entender que precisam “mostrar serviço” sob pena de perderem apoios e não conseguirem formar uma frente que possa legitimar seus respectivos nomes. A população constatou que quanto mais dividida mais eles terão que trabalhar em prol da comunidade. Sabendo destas exigências, o prefeito buscou através da Câmara contrair um vultuoso empréstimo junto as instituições financeiras, mesmo comprometendo as finanças municipal, para cumprir uma agenda eleitoral e fazer frente ao apoio que o governador dará ao candidato da oposição. Este eleitor, entendeu que ter os governos do estado e da cidade disputando, através da atuação, sua preferência é algo que só a beneficia. 
Essa maturidade eleitoral do conquistense, já tinha sido constatada durante o Regime Militar, onde nosso município sempre se apresentou como uma trincheira da democracia. Esta ação não nega, pelo contrário, só confirma o comportamento apaixonado da população conquistense nos períodos eleitorais. Claro, como afirmamos, ele é bem mais consequência da cultura política local do que algo demandado pelos atores e partidos políticos que se apresentam neste pleito.  
Esta análise não deve ser transposta para outros processos eleitorais em outras cidades brasileiras. Eleições locais têm características e variáveis próprias que devem ser respeitadas. Vitória da Conquista se apresenta dividida e nesta divisão existe um elemento que poucos analistas podem entender; me refiro a astucia e sabedoria dos seus habitantes. 

O eleitor conquistense oferece aos atores políticos envolvidos na disputa uma sábia lição – a unanimidade pode até ser mais cômoda aos grupos políticos, mas não satisfaz aos interesses e necessidades de grande parte da população. 

Padre Carlos  
  

Nenhum comentário:

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...