sábado, 25 de janeiro de 2020

ARTIGO - Reforma política: reformar o quê, quando, para quê? (Padre Carlos)

Reforma política: 
 reformar o quê, quando, para quê? 



Apesar de não está em uma escala crescente, não podemos ignorar a onda antipetista que se abateu sobre o país e teve uma influência decisiva na última eleição. A indiferença do eleitor ao Partido dos Trabalhadores e o seu descrédito são problemas que devem ser encarados de frente. Desta forma, a apatia e a indignação que sofremos por parte de setores da sociedade, terminaram criando um desencantamento entre a população desenformada e abriram as portas aos que queriam fazer da política um instrumento dos seus próprios interesses e não da procura do bem comum. 
Temos que entender que este fato é fruto da falta de uma democracia viva e participativa. A falta de partidos confiáveis, nos quais a população se identifique e queira participar, foram um dos fatores que levaram a onda conservadora. Só partidos fortes com uma linha ideológica definida, credibilidade e qualificação poderia cumpri o papel de barrar o populismo, e proporcionar a participação dos seus militantes e simpatizante, criando assim condições favoráveis para as ideias de interesses do povo e projetos coerentes de realização do bem comum. 
A crise de identidade política que de forma perplexa temos assistido, apesar dos riscos, nos oferecem uma oportunidade para que possamos enxergar a necessidade urgente de uma reforma política de verdade. Estas mudanças começam primeiro dentro do partido antes de serem encaminhadas ao parlamento.  Estamos cometendo velhos erros, colocando remendo de pano novo em veste velha. Esta não é uma escolha e uma necessidade à qual o parlamento brasileiro não pode se abster. O PT, como partido de massas, pode e deve agarrar o desafio, tornando-se mais uma vez o primeiro dos partidos do campo popular a fazer as reformas internas necessário para proporcionar a participação, reforçar a credibilidade e promover a qualificação necessárias a uma política para o século XXI. 
O PT já demostrou mais de uma vez, que tem a vontade e as condições de liderar as reformas políticas que o país tanto precisa, mas tem também de ser reformado.  Apresentamos neste pequeno artigo, três questões que gostaríamos que os militantes refletissem como ponto de partida: participação; ética, integridade e transparência; qualificação e capacitação políticas. 
Temos o dever de liderar e restaurar a confiança dos cidadãos na ética e integridade na política. Para isso, não basta (embora seja necessário) defender o reforço dos mecanismos de combate à corrupção e a melhoria do funcionamento da justiça. É necessário alterar a cultura política e social que cria o ambiente onde estas práticas prosperam e se escondem: a ausência de transparência e os conflitos de interesse, a proximidade e a promiscuidade entre interesses públicos e privados, os partidos de aluguel, familiar ou empresarial não podem conviver com a nova ordem e tem que acabar para que a democracia possa sobreviver. 
Todo e qualquer partido deve estar a serviço do país, indicando caminhos e soluções para os problemas que lhe são colocados. À perda de representatividade dos partidos tradicionais tem a ver com os desvios de interesse constatado pelos seus eleitores. Temos a obrigação de responder com iniciativas e alterações no seu funcionamento que reforcem a participação e confiança dos cidadãos. Sem isso, sairão vencedores o populismo e o totalitarismo.  
Temos a obrigação de falar para todos: Mas neste momento, gostaria de falar para nossa militância petista.  Um dia o PT será superado, sei que surgirá uma esquerda melhor do que ele. Hoje, quem representa uma opinião pública enraizada na sociedade civil, ainda é o Partido dos Trabalhadores e por isto conta com milhões de simpatizantes, movimentos sociais e a maior central sindical do Brasil. Não chegou ainda a hora acabar.   
  
Padre Carlos 

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